Capítulo - 19

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– O que você quer? – Freen rosnou, á um passo do descontrole.

Faltou um triz para Megan hesitar, nunca tinha visto a Freen daquela forma e não conhecia essa mulher a sua frente. Sabia do gênio de Freen, tinha convivido por muitos anos com ele, porém, nunca presenciou esse comportamento. Era algo novo e perturbador, principalmente a se dá conta do ciúme que pipocava dos olhos e dos pores de Freen.

– Quem é essa mulher? O que ela representa pra você e por que está tão furiosa dessa forma? – Megan soltou, magoada. Freen tentou puxar o braço, mas a Megan segurou mais forte. Impedindo-a de se movimentar. Isso a deixou mais furiosa ainda. Segurou o punho de Megan e apertou, causando dor e desconforto na outra. – Eu não aceito isso, ouviu Freen? Seja lá o que você estiver sentindo, eu não aceito! Não serei humilhada publicamente por ti. Eu não sou a Alison para aguentar o seu desrespeito!

– Tem razão. Você não é a Alison, não é ninguém. É apenas a minha amante! – Freen soltou ríspida.

Uma bofetada teria doído menos, Megan soltou o braço de Freen e deu um passo para trás. As palavras a atingindo em cheio, deixando-lhe mais magoada e com o orgulho ferido. Freen nunca tinha falado assim com ela antes, ter recebido essa resposta fez um rebuliço desagradável dentro de Megan.

– Quer saber de uma coisa? Vou beber! – Freen anunciou, sem se importar com os sentimentos da outra. – Essa festa se tornou insuportável.

Megan deixou a Freen ir, observando-a partir em silêncio e a sensação de prepotência atingiu a morena. Sentiu que tinha perdido a Freen e nem tivera tempo de lutar...

(.....) 

Nate Parkersentia-se sortudo.

Não por beijar a Rebecca. Mas por saber que o seu amigo, que tinha entrado com ele no Cassino ficará empenhado de capturar com o celular uma foto desse momento entre ele e Rebecca.

Venderia anonimamente a foto para algum site de fofoca. Queria que ficasse estampado em todos os lugares um possível envolvimento entre ele e Rebecca Armstrong de Lippucci, a Condessa.

Era de suma importância que a notícia se propagasse como o vento. Ele estava precisando de popularidade. O seu mandato estava por um fio, o partido estava considerando outro candidato para lançar como presidente.

E ser presidente era a maior gana de Nate.

Infelizmente, os porcentuais pré-eleitorais não estava o ajudando. Menos de 14% da população de Chiapas simpatizava com o seu governo. O seu cabo eleitoral estava se ruindo. Precisava da imagem de Rebecca para se erguer. Talvez, os pensamentos dos leitores mudariam quando vissem que ele estava em um "relacionamento" com a renomada médica e Condessa Rebecca Armstrong de Lippucci. Só o sobrenome italiano de Rebecca iria trazer uma grande carga, juntando com as beneficências e o desejo profundo de sempre ajudar o próximo, iria alavancar as pesquisas á favor de Nate, é claro.

Só esperava que Rebecca não negasse algo. Aliás, ela devia a ele. Ao menos por fazê-lo de palhaço e não retornar as suas ligações nesses dias. Ele esteve presente do Klaus com o intuito de apoiá-la. Ela poderia fazer o mesmo se mostrando complacente.

O beijo foi interrompido abruptamente. A expressão de Rebecca não estava as melhores, os olhos castanhos estavam gelados, quase um iceberg. Não parecia nada contente com o súbito beijo. Porém, Nate faria novamente se por ventura, o amigo não tivesse batido a foto. Sorrateiramente, olhou na direção do amigo que sorria abertamente e fazia um sinal positivo com o polegar.

– Becky, eu... – Nate começou, mas foi interrompido por ela.

– O que estava pensando ao me beijar? – Rebecca perguntou irritada. – Nunca tivemos esse tipo de intimidade antes.

– Desculpe-me. Eu a vi tão linda e exalando sensualidade que não me segurei, tive que beijá-la. E como você é solteira...

– Viúva. Sou viúva, e o meu marido morreu menos de setenta e duas horas. –  silabou. – Acho muito imprudente você me abordar dessa forma pode ocasionar questionamento errôneos das pessoas.

Não que Rebecca se importasse com o falatório das pessoas. Até porque tinha ido de vermelho ao velório do marido, não tinha comparecido ao enterro e ainda por cima, estava dando uma festa. Tudo isso renderia comentários por si só. A questão "x" era que Rebecca não queria o seu nome vinculado ao de Nate. Seria vergonhoso com o histórico de corrupção dele. Arrependia-se por ter colocado o Nate em seus jogos. Ele parecia um carrapato que grudava na pele e só saia depois de sugar sangue o suficiente.

– Mais uma vez: Desculpa. Não pretendo fazer isso novamente. – ele disse, fingindo um arrependimento que não tinha. – Você não retornou as minhas ligações...

– Estive muito ocupada. A minha vida está uma correria.

– Eu sei, mas eu queria muito conversar com você. Assuntos de negócios. Espero que adentrar neste assunto aqui não a aborreça. - Nate falou, a olhando atentamente.

Ela já estava aborrecida. E precisava fumar. Estava tentando deixar o vício. Lembrava muito bem como implicava com a Freen por ela fumar, só que Rebecca tinha adquirido o hábito. Fumar era terapêutico, de maneira errada, mas era. Assim como o álcool. Olhou em volta até que encontrou um funcionário que estava prestando atenção nela, fez sinal com os dedos, sinalizando que queria um cigarro... Ele meneou a cabeça e foi a procura dos cigarros importados de Rebecca.

– Estamos em uma festa, Nate. Não quero tratar de negócios. – ela respirou fundo, vendo a expressão de decepção do Nate. Por um momento, lembrou-se do menino franzino que sofria bullying no colégio e se compadeceu. – Mas se me disser diante mão do que se trata, talvez, amanhã possamos conversar sobre.

Nate pigarrou, interpretando o político interessado no bem estar do povo.

– A questão é que Chiapas passa por uma grande crise econômica. Como você deve saber, é um estado muito pobre e o excelentíssimo Presidente não olha pelo meu estado. – fez uma cara triste. – O rendimento financeiro do estado não é lucrativo e infelizmente, quem sofre com tudo isso é a população. Tenho ganas de construir dois hospitais de referências, um para a mulher e outro para as pobres crianças, mas falta renda... Queria tanto a sua ajuda... Se o seu coração se compadecesse pelos paupérrimos cidadãos de Chiapas, você como ninguém, sabe o que é precisar de atendimento e não ter um hospital especializado...

O rosto de Rebecca ficou tenso com as últimas palavras de Nate e ele quase pulou de alegria por saber que tinha atingido de alguma forma a Rebecca. Queria muito que ela soltasse dinheiro, lucraria bastante se ela resolvesse construir em Chiapas. Desviaria milhões de dólares para a sua conta pessoal.

Rebecca engoliu a seco, lembrando-se do drama que viveu com a sua mãe por ficar à mingua em um hospital público que não tinha verba o suficiente para o tratamento adequado. Sentiu-se meio deprimida, bem na hora que o seu funcionário chegou com a sua carteira de cigarro e sua piteira. Ele mesmo colocou o cigarro na piteira, e o acendeu quando a Rebecca estava com a piteira entre os lábios. Ela deu o primeiro trago e sentiu-se melhor. Depois olhou para o Nate. Queria muito ajudar eles...

– Ligue para a Camila e marque um horário. Essa semana terei dias muito corrido entre consultas e cirurgias... – a população de Seattle ao saber que Rebecca Armstrong, a renomada neurocirurgia iria atender no Dilaurentis XX, marcaram horários, a agenda estava super lotada. – Mas o encaixarei. Quero um projeto elaborada sobre os dois hospitais. – Nate já estava sorrindo a esta altura. – Claro que se eu ajudar, os meus funcionários de confiança irão supervisionar e ter o controle dos gastos. Deus me livre que alguém desviasse o dinheiro para uso próprio, não é mesmo? –  o alfinetou.

O sorriso de Nate morreu. Ele não esperava por essa. Achou que ficaria livre, mas não iria se preocupar agora. Tinha que fazer uma maquete, tinha que planejar tudo, percebeu que apenas com diálogo não iria convencer a Rebecca.

– Claro. – respondeu seco.Rebecca apenas meneou a cabeça e se retirou. Deixando o Nate parado, a olhando fixamente. Ela não sabia, mas tinha ganhando o ódio dele...

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde as histórias ganham vida. Descobre agora