Capítulo - 17

Comincia dall'inizio
                                    

– Quando eu era mais nova, uma adolescente, pintava o cabelo de vermelho. Bem vivido, como o seu.

– O meu cabelo é natural! –  responde na defensiva.

Continuo a falar, a ignorando:

– Sempre fui muito branca e o tom avermelhado parecia me deixar translucida, assim como você. Até mantinha o meu cabelo com esse corte. – volto a olhar nos olhos. – Você tem uma breve semelhança comigo quando eu era mais nova. Não completamente, mas com essas pequenas características. O que me faz saber imediatamente o porquê a Rebecca se sentiu atraída por você. Agora me responda, você ainda acha que o passado não influencia no presente?

A pergunta quebrou as pernas dela. O seu semblante se desmanchou e a vulnerabilidade se fez presente com um franzido de cenho. Por hora, coloquei a assistente no lugar dela, porém, me incomoda o fato de ela estar próxima de Rebecca e ainda por cima, ficar com ela. Dou-lhe as costas e me afasto, passo pela sala e lá estão as minhas malas que não tem como eu levar na moto e o motorista se negou a me levar. A única opção foi chamar um táxi e perdi que ele entregasse as malas no hotel Staybridge.

Aparentemente, Rebecca não estava na mansão. Nem ela, e nem o seu filho... Subo em minha moto com a sensação de estar encerrando algo em minha vida. Enquanto, piloto, as palavras de Rebecca me vem à cabeça... Onde estão os seus pais, Freen? Em que você os ajudou durante esses doze anos? Os meus pais... Novamente a sensação ruim me vem á boca do estômago. Não sei dos meus pais. E sinto-me extremamente culpada por isso, a forma que Rebecca me olhou ao fazer essa pergunta era o sinônimo de que ela sabia muito bem que eu não os visitava e muito menos ajudava.

Movida pelo ânimo do momento, mudo a minha rota e vou por um caminho que jurei a mim mesma nunca voltar... O subúrbio vai surgindo em minha frente, dando-me a mesma sensação de desprezo como anos atrás. O que me faz lembrar novamente das palavras de Rebecca... Será que a minha mudança é realmente tão superficial? Ou não houve nenhuma mudança? Sei que não conquistarei a Rebecca se não ter um mínimo de empatia pelo próximo, mas não posso fingir algo que não sinto.

Adentro em meu antigo bairro, tinha melhorado um pouco. Ao menos, algumas casas foram reformadas e estavam apresentáveis. Paro a moto na frente da casa dos meus pais, ou, o que acostumava a ser e um choque me invade. Desligo a moto e saio de cima dela, ao mesmo tempo que tiro o capacete para encarar o destroço. Aproximo-me e estremeço com as ruínas, o que sobrou das paredes estavam acinzentadas, como se tivesse sido queimadas.

Olho em volta com o coração contorcendo no peito. Um medo percorreu em meu corpo. O que tinha acontecido com os meus pais? Nunca fui uma boa filha e nunca os amei, mas a hipótese de ter acontecido alguma coisa com eles, deixava-me em pânico.

Meio tonta, procuro a casa de Rose que para o meu desgaste, não residia mais ninguém ali. A casa estava desocupada. O frio do medo aumentou mais ainda. Voltei até a casa que era dos meus pais, e bati na porta da casa vizinha com aflição. Felizmente, era a mesma vizinha dos anos atrás. Assim que me viu, ela travou as mandíbulas em irritação.

– Freen? O que você faz aqui? O que quer na minha casa? – ela me pergunta em tom áspero. Era uma das amigas de minha mãe, não estranho o seu comportamento.

– Bom dia, dona Noely. Tudo bem? – tento manter a educação.

– Estaria bem melhor se não tivesse visto a sua cara. –  responde com rispidez, me julgando com o olhar. – Você não me respondeu, o que quer aqui?

– Os meus pais... O que aconteceu com a casa deles? Onde eles estão? – pergunto com agonia.

Noely me olha com desconfiança, provavelmente estranhando o meu súbito interesse em relação aos meus pais. Ela cruza os braços, e me encara por uns segundos que parece eternidade, a minha respiração se torna irregular em expectativa.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora