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— Você é minha heroína, Estrelinha! — interrompeu Draco com uma gargalhada

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— Você é minha heroína, Estrelinha! — interrompeu Draco com uma gargalhada. — Aquela sangue-ruim metida a sabe-tudo merece bem mais do que um nariz quebrado.

Celeste lançou-lhe um olhar feio quando o "sangue-ruim" foi cuspido dos lábios de seu amigo. Ele murmurou um "desculpa", revirando os olhos. Ela não se lembrava de Draco ser tão idiota e asqueroso.

Eles se conheciam desde a infância, ligados pelo laço de amizade entre a falecida mãe de Celeste, Aranderala, melhor amiga de Narcisa, e seu pai, Cassian, amigo íntimo e parceiro de negócios de Lúcio Malfoy. Naqueles tempos, Draco era um garoto gentil e amável, apesar das ocasionais bengaladas de seu pai.

Em cada aniversário, Draco fazia questão de enviar Dobby para estourar confetes em seu quarto e entregar presentes, acompanhados por um bolo especialmente feito por ele, que melhorava a cada ano. No seu sétimo aniversário, o bolo se assemelhava mais a um pedaço de pedra, e Celeste quase quebrou um dente, sem entender se Draco estava tentando presenteá-la com uma dentadura. No entanto, no último ano, ele surpreendeu-a com um bolo incrivelmente saboroso.

Draco já demonstrava um certo orgulho e exibição, destacando sua linhagem de sangue puro e a riqueza familiar. Mas Celeste compreendia seu comportamento, imaginando como seria difícil ser filho de um pai psicopata que carregava uma bengala de cobra por aí. Talvez ela também não fosse tão bondosa em circunstâncias similares.

— Eu não sei por que fiz aquilo! — defendeu-se, apressando-se para a sala de detenção. — Mas também não me arrependo — Um pequeno sorriso brotou em seus lábios mas logo se desfez ao ver o rosto severo de Minerva, cujos olhos pareciam atravessar sua alma.

— Se você tivesse ido para a Sonserina, Snape nunca iria te castigar por isso, até te daria pontos extras —sussurrou Draco no ouvido da garota. — Boa sorte.

Ela passou pela professora adentrando a sala, e seus olhos rapidamente captaram a presença de outro aluno. Um garoto alto, de cabelos de fogo, estava habilmente dobrando papel para criar pássaros e fazendo-os voar pela sala. A delicadeza dos movimentos contrastava com a expressão despreocupada em seu rosto, como se estivesse completamente acostumado a situação.

— Vejo que seu irmão se acha esperto o suficiente para fugir da detenção senhor Weasley! — disse a professora com raiva. — Não saiam daqui! — Ela lançou um olhar duro aos dois alunos, deixando claro que qualquer tentativa de escapar não seria tolerada.

— Olha só! A garota que acabou com o nariz da sabe-tudo. — disse o garoto, seu sorriso travesso iluminando o rosto. — É uma honra estar na presença de uma verdadeira artista do caos!

Celeste se sentou na cadeira ao lado, onde estava escrito seu nome, e o garoto se virou, ficando de frente para ela.

— E eu pensando que os lufanos não fossem pessoas agressivas.

— E eu pensei que que os grifinórios não fossem burros para acreditar em esteriótipos. — retrucou ela fazendo o garoto ri.

— Eu e meu irmão te consideramos uma lenda, sabe? Nunca vimos uma aluna do primeiro ano se meter numa encrenca tão encrencada no primeiro dia igual você.

— É o meu primeiro dia em Hogwarts e já tenho um fã clube? Incrível!

— Olha só quem tá aqui! Minha ídola! — Um outro garoto idêntico ao primeiro entrou na sala, sendo escoltado pela professora Minerva. — Sei que é uma honra para você estar na presença dos maiores alunos de Hogwarts, mas peço que não chore de emoção.

— Silêncio! — interrompeu Minerva, sem um pingo de humor.

Celeste se lembrou dos gêmeos. Ela estava no Beco Diagonal, comprando seu material escolar, juntamente com o Professor Alaric Silverpine, que até agora não tinha aparecido.

Com os livros empilhados até quase bloquear sua visão, a garota seguia o professor para fora da loja. De repente, uma discussão acalorada chamou sua atenção. Ela espreitou por cima de uma "montanha de magia para iniciantes" e viu uma família de cabelos tão vermelhos que poderiam acender uma fogueira.

— Você não precisa de outro bicho de estimação. Já tem o Perebas. — Uma voz maternal ressoou.

— É, Roniquinho, agora o Perebas é sua responsabilidade! Mas olha pelo lado bom, se você quiser um rato amarelo...

— Nós somos os seus caras! — Outro garoto, idêntico ao primeiro, surgiu ao lado dele, e eles falaram em coro.

— Só vai te custar 5 galeões. — disse um, passando o braço por cima dos ombros do menor, como se estivesse oferecendo o negócio da vida dele.

— Mas eu sou irmão de vocês! — O menor choramingou.

— 10 galeões, então. Pelo desconto de família.

— Senhorita Seraphim! — Bradou Minerva, fazendo Celeste voltar do transe. — Como eu estava dizendo, estou muito decepcionada com a senhorita! Cassian foi um excelente aluno, nunca lhe tirei sequer 1 ponto de sua casa! Já enviei uma coruja para ele, imagino que a estas horas ele já esteja lendo!

Celeste murmurou "como se ele fosse ligar". Fingido não ter ouvido a professora virou-se para os gêmeos, que estavam nitidamente entediados.

— Não me surpreende mais estarem metidos em encrencas! Mas vocês passaram todos os limites jogando bombas de bosta no pobre do Professor Quirrell! Vocês deveriam se envergonhar! Poderiam seguir o exemplo que Carlos e Gui deram!

Os gêmeos baixaram os olhos, segurando o riso. Celeste fez o mesmo, imaginando a cena.

— Como resultado de suas travessuras, vocês serão responsáveis pela remoção de qualquer resíduo de bosta espalhado pelos corredores e salas de aula. E você senhorita Seraphim, deve um pedido de desculpas a Hermione Granger.

Após uma tortuosa sessão de escrita de pergaminhos, eles foram liberados da detenção.

— Liberdade! — Um dos gêmeos exclamou ao sair da sala levando os braços para cima.

— Você daria uma ótima Weasley, Celeste.

— Dando em cima de criança, Fred? Angelina não vai ficar muito feliz quando souber disso.

— Não foi isso que eu quis dizer, idiota! — Fred diz, empurrando o irmão. — Quis dizer que ela daria uma ótima trigêmea, ela é a mais nova rainha do caos!

— Isso é verdade! — Concordou. — Se nós pintássemos esse cabelo de ruivo...

— Ninguém vai pintar nada de ruivo! — Celeste apressou-se pelos corredores, procurando sua comunal.

— Uma boa noite para você também! — os gêmeos gritaram em uníssono, despedindo-se.

Celeste correu pelos longos corredores, ainda incerta sobre a localização de sua comunal. Ela pediu ajuda a um elfo, que indicou o corredor próximo à cozinha e instruiu-a a tocar em um barril específico. Seguindo as orientações, Celeste bateu no barril e, num piscar de olhos, um balde de vinagre a encharcou.

— Esse dia não podia ser melhor! — esbravejou, limpando o rosto.

— Cele! — a voz conhecida de Cedrico Diggory, seu melhor amigo de infância, ecoou. — Me desculpe, eu deveria ter saído mais cedo do dormitório! Vem, eu te ajudo.

Let The Light In | Fred WeasleyWhere stories live. Discover now