Alison se aproxima de mim, recomposta, mas ainda pálida.

– Você... Você deveria estar morta! – ela acusa, baixinho, tentando não criar mais caso. – Volte para aonde você saiu! Agora!

A Catedral estava uma bagunça. A imprensa e os fotógrafos invadiram a mesma, os seguranças não faziam absolutamente nada. Ordens minhas. Eles já sabiam que estava no poder, e com certeza não era as Dilaurentis.

Estralo a língua e balanço a cabeça em negativo.

– Pobre Alison, ainda acha que pode mandar em alguma coisa? – pergunto com descaso, olhando-a nos olhos. – Não estamos mais no colegial, e não obedece as suas ordens. – aproximo dela com um sorriso de lado, por algum motivo, Alison dá um passo para trás. – Não me atrapalhe e saia da minha frente antes que eu a pise com os meus louboutin e acredite, esse solado é muito caro pra ser sujo com barata gasta. – ela fica sem reação, passo por ela, mas antes paro de lado ao lado. – Aconselho-te a se ajoelhar e começar a rezar pedindo alguma rendição á Deus, por que se depender de mim, o inferno será um parque de diversão á ti comparado ao que vou fazer você e sua corja passar.

– O meu pai está morto. Pode abaixar a sua soberba, você não ganhará nada de nós, não importa o quão meu pai estava "apaixonado" por você. Você não pode fazer nada para me atingir. – afirma convicta.

– É o que você acha e o que veremos, bonitinha. – respondo mantendo o sarcasmo.

Ela paralisa, sinto a respiração dela pesada. Mas não me importo, caminho até a lateral do caixão, ficando bem de lado do mesmo e bem próxima de Freen que continuava me olhando como se eu fosse O Grinch que surgiu para estragar o seu Natal. Se ela soubesse que eu estragarei mais que isso.

O meu sorriso cresce tanto de satisfação. É dessa reação que falo...

– Condessa Lippucci... – o Padre chama com a voz esganiçada. Principalmente por receber olhares de descrença do trio parada dura, vulgo Alison, Serena e Freen.

Claro que ele me conhece, apesar de todo o espanto ao me ver. Ele mais do que ninguém sabia da importância que eu tinha na vida do Klaus.

– Padre André, por favor, chame-me de apenas Rebecca. – digo com falsa gentileza. – Condessa é muito formal para o nosso grau de conhecimento.

Ele ficou vermelho. Não tem nenhuma heresia, mas o Padre André juntamente com o Klaus passaram uns dias na vinícola de minha família na Itália.

– Claro. Eu só quero pedir que por favor, controle esse circo que se formou em minha Catedral. É um momento delicado. – ele pede com a voz gentil, mas ao receber o meu olhar, estremece. – Se assim preferir, quero deixar claro, como uma das maiores colaboradoras, tem uma certa liberdade para agir conforme entender, não desrespeitando a casa de Deus.

Reviro os olhos. E volto a olhar para frente. As pessoas estavam agitadas. Vejo a cara de Rubi que parece que estar em um cinema assistindo um filme de terror. Em seguida, olho pra minha melhor amiga Irin que está controlando o riso, depois para o Nate que me olha com admiração.

Apenas três pessoas souberam da minha sobrevivência: Irin, Nate e Luke. E os três mantiveram tudo em segredo. Eu chamaria o Luke para hoje, mas por respeito á Irin, optei por deixar para próxima.

Os amigos de Klaus que conheci durante o nosso momento junto me olhavam com cobiça e simpatia. Outras pessoas me reconheciam pela minha causa na medicina, e outras souberam de mim por conta da revista People, já que fiz questão de mandar a Camila comprar cem exemplar e espalhar pela Catedral. As pessoas estavam impactadas. Pela notícia e a cima de tudo, pela minha roupa. Esse era o intuito.

– É com estimado pesar que estou compartilhando este momento com vocês... Pessoas conhecidas e também desconhecidas. Quem convivia com o Klaus, sabia de minha importância na vida dele e vice-versa... Estávamos apaixonados e felizes... – faço uma pausa.

– O que você está dizendo? – escuto um grito da Serena.

Ignoro.

– Estávamos juntos á quase um ano, e tínhamos doces planos para que as nossas vidas continuassem a seguir pelo mesmo caminho á muito anos. Infelizmente, o destino cruel... – olhei para a Alison que estava recuperando a cor e estava cada vez mais vermelha. –... Não quis assim. Eu sempre vou amar o Klaus e espero do fundo do meu coração de que ele esteja em um bom lugar. Um lugar merecido.

– Mentira! – Serena gritou, surgindo na minha frente, me acusando. – Ele não tinha nada com você. Ele era casado comigo! Ele me amava! – disse descontrolada.

– Serena, meu bem... Deve ser muito difícil para ti manter a classe, não é mesmo? – digo com um suspiro sofrido, fingindo. – A maioria aqui sabem que vocês estavam divorciados. Mas se você quer transformar isso em seu momento para massagear o seu ego, sinta-se á vontade... – estico a mão em direção dos presentes.

As pessoas a olhavam com um misto de pena e surpresa; Serena olhou em volta, sua expressão era clara de que estava se sentindo humilhada. Mais doce pra minha boca. Ela deu uns passos para trás, porém, não mediu os passos e o seu corpo bateu no caixão que balançou com o impacto.

Por uns segundos, todo mundo prendeu a respiração com a cena do caixão virando e caindo no chão e se abrindo com pedaços de carne carbonizada rolando pelo meio da Catedral.

– Santa Madre de Deus! – o Padre gemeu profundamente.

As pessoas soltaram um "aaaah", e os fotógrafos tomaram conta da situação. Todos ficaram horrorizados.

– Isso é culpa sua, Serena! – acusei, alto.

Isso é prato cheio para a imprensa. Via eles tomando nota, enquanto, a Serena parecia que iria desmaiar a qualquer momento. O caos tomou conta da Catedral e essa foi a minha deixa para ir embora. Vir no intuito apenas de causar, as câmeras estavam voltadas para a Serena que tentava explicar o inexplicável e os funcionários da agência funerária tentava contornar a situação.

Dou um passo para ir embora, quando uma mão agarra o meu braço. Involuntariamente o meu corpo fica tenso e uma onda de calafrio o percorre. Viro-me dando de cara com a Freen.

– Viva. Todo esse tempo... – ela balbucia como se o seu cérebro tivesse em colapso. – Viva.

Os seus olhos castanho-claros me olhavam da mesma forma quando eu era adolescência e acreditava em suas falsas palavras de amor. Puxo o meu braço e estralo os dedos, do nada, Camila surge com um álcool em gel a 70% e pinga algumas gotas em meu braço.

– Como pode ver, sou intolerante a bactéria. – esfrego o meu braço com força, deixando-o vermelho. – Não me toque novamente e nem cogite a "felicidade" por eu estar viva, você vai desejar fervorosamente que eu "continuasse" no fundo do Oceano. – ameaço com frieza.

Freen me olha e pisca os olhos diversas vezes, surpresa com a minha atitude. Dou-lhe as costas e passo pela a confusão que se encontrava, encontro a Irin com um sorriso aberto e me oferecendo o braço que eu seguro e saímos da Catedral, animadas, deixando a confusão para trás...



///////////////

" Vocês não sabem o prazer que é estar de volta" - Essa frase da Clara na novela foi maravilhosa rs só faltou a Becky dizer isto 😁

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now