Danielle Marsh é uma poderosa editora de livros que corre o risco de ser deportada para a Austrália, seu país natal. Para poder permanecer em Seul, ela diz estar noiva de Kang Haerin, sua assistente. A jovem aceita ajuda-la, mas impões algumas condi...
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- Então é essa a vida de vocês? - Danielle perguntou a Hyein e Hanni que estavam terminando de analisar algumas planilhas.
- Sim - Hanni assentiu com a cabeça. - Quando não estamos indo pessoalmente resolver algum problema, estamos aqui resolvendo algum problema.
- Prefiro ser paga para ler livros - Danielle deitou a cabeça para trás na cadeira encarando o teto.
A manhã com Hyein e Hanni foi divertida, elas foram a uma cidade vizinha em um shopping comprar um novo celular para Danielle. Depois encontraram Leeseo para almoçar, e a Marsh mal conseguia parar de rir das coisas que as três contavam de quando Haerin era criança. Contudo, na parte da tarde elas ficaram no escritório e o tédio tomou conta de seu ser.
O trabalho de Danielle também tinha algumas pequenas burocracias, mas a maior parte do tempo lia os manuscritos, fazia anotações, mandava Haerin fazer outras quinhentas coisas para ela e depois ia para casa. Falando em Haerin, ela mal havia conseguido dormir na noite anterior pensando no beijo que a Kang a havia dado. Por mais de uma vez, pensou em chamá-la para deitar junto com ela e a pedir para ficar mexendo em seu cabelo até a hora que ela pegasse no sono, mas todas as vezes que as palavras vieram na ponta da língua, a faltou coragem para prosseguir.
Há três anos vinha conseguindo manter seus sentimentos bem escondidos. Sentia uma enorme atração por Haerin e não era só por sua beleza, era por todas as outras qualidades que ela tinha, mas fingia não ver. Para evitar agir feito uma boba, coisa que ela achava que as pessoas faziam quando gostavam de alguém. Preferia manter uma distância entre ela e a Kang para não correr nenhum risco.
A irritante assistente, apesar dos resmungos, sempre deixava seu dia mais leve. Adorava a maneira que ela mexia nos óculos sem parar quando ficava nervosa ou em como nascia uma ruga em sua testa quando ficava pensativa demais. Era um show à parte quando dava a ela um manuscrito para ler. Além de mostrar em suas expressões se estava gostando, anotava minuciosamente o que poderia mudar sem interferir na história geral. Haerin seria uma editora-chefe melhor que Danielle, e a australiana sabia disso. Sempre soube. E temia o dia em que Haerin resolvesse ir atrás de outro emprego.
Mas durante todo esse tempo conseguiu controlar tudo, a mantinha por perto, porém não eram íntimas. Só que então, teve a brilhante ideia de dizer que as duas iriam se casar. E como não acreditar naquilo sendo que Haerin nem parecia estar encenando e, além disso, só mostrava ser mais ainda uma pessoa muito fácil de se apaixonar?
Para alguém que sempre esteve no comando, perceber que havia uma pessoa que poderia virar seu mundo de ponta cabeça, era assustador. Assim que abraçou Haerin e disse aos seus superiores que estavam noivas, percebeu que foi uma péssima ideia, pois teria que se abrir para ela assim como vinha fazendo para o plano dar certo, e a deixar entrar dessa forma era perigoso. Perigoso em muitos níveis. Perigoso a ponto de se render de um jeito que nunca se rendeu a ninguém.
