Danielle Marsh é uma poderosa editora de livros que corre o risco de ser deportada para a Austrália, seu país natal. Para poder permanecer em Seul, ela diz estar noiva de Kang Haerin, sua assistente. A jovem aceita ajuda-la, mas impões algumas condi...
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Quando um dia pensou em casar, Haerin não imaginava que seria com uma pessoa que ela não amava. Ela conhecia Danielle, sabia muita coisa da sua vida e entendia muito sobre seus olhares, seus sorrisos e suas micro expressões, mas ela não a amava. Como se já não bastasse, no fim de semana a levaria para a casa de seus pais, para o aniversario de sua avó e diria que estava noiva de uma mulher que até chegava odiar.
Apesar do que fez na frente do senhor Cha, Haerin sentiu o peso da mentira cair sobre seus ombros. Ela teve a chance de desmascarar sua chefe, mas não entendia bem o motivo de não ter feito. Tudo bem que ela se aproveitou da situação para falar da promoção, só que isso foi algo que lhe surgiu no momento, não foi premeditado. Não era o tipo que se aproveitava de situações embaraçosas, ainda mais uma em que ela estava envolvida completamente.
Se Haerin estava surtando internamente por tudo aquilo, Danielle só pensava nos próximos passos do plano que ela considerava infalível.
- Agora temos que fingir que somos namoradas e vamos contar para os seus pais que estamos noivas - disse quando se aproximou da Kang que havia a deixado para trás. - E para viagem, tente usar suas milhas. Na verdade, eu acho que vou pagar para você ir de primeira classe. Gostei da comida vegetariana - disse se referindo a refeição do avião. - Da última vez eles me deram um prato vegetariano.
- Você nem é vegetariana, Dani - Haerin levou as mãos nas têmporas as massageando.
- E daí? - Danielle parou no meio da calçada digitando alguma coisa. - Eu prefiro a comida vegetariana do avião. Por que você não está anotando o que eu estou dizendo? - a encarou.
- Você não estava naquela sala? - a Marsh fez cara de desentendida para a pergunta. - É sério isso?
- Ah! Aquilo que você disse de ser promovida? Achei genial! Ele acreditou naquela história.
- Eu falei sério. Eu tô encarando uma multa de duzentos e cinquenta mil dólares e cinco anos de detenção por sua causa. Isso muda as coisas.
-Promovida a editora? - Danielle arqueou as sobrancelhas. - Não, esquece.
- Tá bom - Haerin enfiou as mãos no bolso da calça. - Então eu me demito, e você tá ferrada. Foi muito bom te conhecer, Marsh. - disse com ironia virando as costas. - Tchau, tchau.
Como de costume, Danielle revirou os olhos para aquele drama. Se fosse por um outro motivo, ela deixaria Haerin fazer o que tinha acabado de dizer. ainda que duvidasse que ela fizesse realmente, só que não tinha tempo de mudar seus planos, e Haerin pular do barco depois de confirmar a mentira, estava fora de cogitação.
- Haerin, espera! - Dani andou até a assistente que parou alguns passos a frente. - Tudo bem, eu te promovo a editora se você for para Jeju no fim de semana e para a entrevista na imigração, feliz?
- Isso vai ter que acontecer agora mesmo. E vai ter que publicar o livro que eu te dei com 20 mil cópias na primeira tiragem. E só vamos contar para a minha família sobre nosso noivado quando eu quiser e como eu quiser.
- Tudo bem.
- Agora me pede com carinho.
- Pedir com carinho o que?
- Me pede em casamento com carinho, Dani - a Kang deu um sorriso, mas ainda com os lábios cerrados.
- O que? O que você quer de mim, Haerin? - Danielle franziu o cenho.
- Você me ouviu, de joelhos.
- De jeito nenhum - Danielle sacudiu a cabeça negando.
- Então eu vou ser obrigada a desistir de tudo.. - estava prestes a se virar para ir embora.
- Tudo bem - Marsh falou irritada.
- Estou esperando.
Olhando para todos os lados, Danielle percebeu que passaria por uma tremenda vergonha, mas não iria deixar Haerin levar a melhor. Estendendo as mãos para Haerin a ajudar a se ajoelhar, assim que o fez, a olhou nos olhos.
- Quer casar comigo?
- Não, agora pede com carinho e quem sabe eu te dê essa honra? - Haerin estava se esforçando para não começar a gargalhar de toda essa cena.
Em todos os anos trabalhados para Danielle Marsh, Haerin nunca poderia imaginar que iria gostar tanto de vê-la de joelhos aos seus pés.
- Haerin, Haerin, Haerin. Minha doce Haerin - Dani sorriu cinicamente. - Você, por favor, com mil coraçõezinhos, aceita se casar comigo?
- Sinceramente, eu só não gostei da parte do sarcasmo, mas eu aceito - Haerin fingiu que iria a ajudar a se levantar, mas se afastou. - Te vejo amanhã no aeroporto.
- HAERIN! - gritou.
Era tentador deixá-la se levantar sozinha daquela calçada, mas Haerin não aguentou e foi a ajudar.
Sempre que parava para pensar em todas as coisas que fazia diariamente para Danielle, Haerin se perguntava como era a sua vida antes de contratá-la. Não era possível que uma mulher tão poderosa quanto ela precisasse de ajuda até para não se esquecer que tinha uma consulta marcada ou que não podia comer doces que havia nozes, pois era alérgica.
Retornando até onde Danielle ainda continuava de joelhos, Haerin estendeu sua mão para ela pegar. Por estar com uma saia apertada demais no corpo e com saltos tão alto, a Marsh mal conseguia se movimentar corretamente. Querendo acabar logo com aquilo, Haerin se abaixou um pouco levando as mãos até sua cintura a apertando um pouco para conseguir puxá-la para cima sem que ela fizesse muito esforço.
- Parece que você não sabe fazer nada sem mim - Haerin comentou quando finalmente a pôs de pé. - Mereço um agradecimento, não?
- Claro, querida - Danielle levou sua mão desocupada até o rosto de Haerin com um sorriso terno nos lábios. - Eu teria conseguido sozinha - deu um tapinha de leve na face da Kang.
- Por alguns segundos, Haerin realmente acreditou que a australiana seria grata a tudo o que ela estava fazendo.
- Dani, Dani, Dani. Você está brincando com fogo, meu bem, acho que não vai querer se queimar - observou a Marsh cruzar os braços e pender a cabeça para o lado a analisando. Detestava quando ela fazia aquilo. - Eu posso desistir de tudo se você não começar a me tratar bem.
Dando um passo para frente, Danielle ficou muito próxima a sua subordinada. Estavam tão perto que suas respirações se chocavam e seus corpos não estavam colados por pouquíssimos centímetros.
- Se você não quisesse fazer o que está fazendo, você teria me desmentido no primeiro segundo, coisa que você não fez - Danielle viu o sorriso convencido que estava no rosto da coreana desaparecer. - Você está comigo nessa, Haerin. Se você cair, eu caio, e vice-versa. Você está amarrada a mim até tudo isso ser resolvido, não adianta tentar escapar. - Dani olhou em seus olhos por um breve minuto. - Me pegue no meu apartamento amanhã às 06h - ordenou.
Virando a cabeça para acompanhar Danielle enquanto ela ia embora, Haerin sentiu seus joelhos fraquejarem. Certamente isso era o efeito do estresse que estava sendo causado por aquela diaba com aparência angelical, pensou ela.
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