Vou pedir pra você me amar, eu te amo

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Encantado. Era assim que Jungwon se sentia quando olhava para Jay e ganhava um sorriso lindo como resposta.

Nunca foi muito de paquerar, se interessar, muito menos namorar alguém. Ser introvertido e quieto eram suas definições e ele nem se importava com isso, a não ser quando se amaldiçoava por não ter coragem de chamar o neto do dono da floricultura que frequentava para um encontro. Isso começou meses atrás, quando descobriu que o senhor Park tinha adoecido e por causa de sua idade, os médicos recomendaram que não se esforçasse muito, ou seja, teria que ficar longe do trabalho que sempre teve durante sua vida e o que mais amava. Felizmente, tinha um neto que herdou sua paixão e se candidatou a cuidar da loja.

E durante os últimos meses, o Yang nunca mais foi o mesmo. Se pegava encarando o garoto atrás do balcão com um sorrisinho bobo e vez ou outra Jay retribuía com um olhar intenso, que o mais novo não sabia bem o que significava. Por isso, resolveu contar com a ajuda de seu melhor amigo, experiente em dar em cima de pessoas e fazê-las se interessarem por ele.

— Mas como eu vou saber o que significa, Sunoo? Eu posso me enganar e simplesmente passar vergonha achando que tem alguma coisa ali!

O Kim revirou os olhos de maneira dramática, cutucando a comida da cantina com os hashis metálicos, sem ter a intenção de comer.

— Olha só, meu querido. As coisas só vão pra frente se você se arriscar, poxa! Acha mesmo que a oportunidade vai cair do céu e o Jay vai adivinhar que você gosta dele? Faça-me o favor né, gato?

Jungwon torceu o nariz, em total desgosto, mesmo que soubesse que o amigo estava certo.

— Ih, que cara é essa? Se está assim é porque tocou na ferida, mas essa é a intenção mesmo! Você tem que ter vergonha na cara e falar logo. O que pode acontecer de ruim?

— Tudo! Posso perder a amizade que eu me esforcei pra conquistar e ele nunca mais olhar na minha cara!

— Ou pode perder a oportunidade de viver um grande amor só porque é cheio das paranóias e bobo! Me poupa, gato.

O de covinhas grunhiu, abaixando a cabeça e a colocando entre as mãos, puxando os fios de cabelo hidratados e macios. Sunoo apenas tomou um gole da garrafinha de água enquanto observava o amigo surtar, totalmente tranquilo.

— Eu não sei o que fazer ou o quê pensar! Dos dois lados eu sinto que vou perder alguma coisa!

— Você acha que eu esperei o Sunghoon vir atrás de mim? Não, né! Eu dei em cima dele. No início ele me detestava e me achava atirado, mas no fim deu tudo certo e daqui uns dias vamos fazer dois anos de namoro, gato! — contou, sorrindo, mas fechou a cara assim que olhou para Jungwon.

— Acontece que eu não sou você e o Jay não é como o Sunghoon! — resmungou. — Eu sou muito tímido pra isso…

— Então o problema é seu, porque já faz meses que eu estou te dando conselhos e tentando te ajudar e você fica aí de mimimi. — o garoto se levantou, pegando a bandeira de comida. — Quando se resolver você vem falar comigo, gato!

Se sentindo desesperado, Jungwon puxou o amigo pelo braço, o fazendo cair sentado no banco de novo.

— Mas e se eu fizer algo e ele me rejeitar? — perguntou, sentindo os olhos arderem só de imaginar todo o esforço jogado por água a baixo.

Sunoo suspirou, cansado e revirou os olhos mais uma vez.

— Coloca na sua cabeça, que é melhor fazer do que ficar imaginando como seria, Jungwon. Você nunca vai saber se não tentar! — atrás de Sunoo, seu namorado apareceu, o chamando por um aceno e cumprimentou brevemente o Yang, que sorriu. — Preciso ir agora, gato, mas vê se pensa nisso, tá bom?

FLORICULTURE | JayWonWhere stories live. Discover now