- Freen, somos os seus pais! - papai grita vermelho, ficando em pé. Mamãe já tinha caído no pranto.

- Para mim, vocês são apenas as pessoas que me colocaram no mundo e se me criaram até o dado momento, não fizeram mais que obrigação. - digo saindo. - Até nunca mais. 

Escuto os gritos de minha mãe e do meu pai, ao longe, vejo a Rose. Sorrio cinicamente para ela, enquanto, o motorista abre a porta traseira para mim. Entro no conforto do carro, sentindo-me poderosa, a vizinhava me olha com surpresa. Pobres! Felizmente, nunca mais verei nenhum.

Nunca vou esquecer a saída do meu bairro. Quando o carro pegou a alto estrada, senti que o meu passado tinha se apagado completamente e o que me importa é o que vai acontecer daqui para frente... Fui bem recebida na casa de Alison pelos empregados. Serena e Klaus estavam viajando, foram para Marrocos.

Alison estava no quarto com Jane e Lola, se arrumando para o baile. Eu fico atoa, até que Rubi aparece, meio desconfiada de si mesmo.

- Muda essa cara. Já sei que foi você que contou as coisas para a Alison. -  reviro os olhos. - Não estou chateada, só achei mancada ter falado sobre o vídeo de Rebecca.

- Eu achei que ela sabia de tudo, e estava me testando. - Rubi diz ao se sentar no meu lado. - Fiquei com receio de não contar tudo e ela não me passa o vídeo do Luke. O que não deu em nada. 

- Irin não se importou? - pergunto curiosa.

- Ela disse que não ficaria comigo porque eu sou baixa e me chamou de sem caráter. Mereço uma coisa dessas?

- Claro que não. Um absurdo isso. 

Eu e Rubi nos entreolhamos e caímos na gargalhada.

- Somos farinha do mesmo saco. - Rubi comenta.

- Oh... - olho para o alto da escada e não vejo ninguém. Então, olho em volta até que olho para Rubi. - Sabe de Rebecca?

- A última vez que a vir foi com Irin. Ela foi na casa da Irin, estava bem abatida e parecia desesperada. - Rubi fala.

- Deve ser por causa da mãe dela... - mordo o lábio inferior.

- Você está preocupada? - Rubi pergunta me olhando.

Quero dizer que sim, que saber e ver a Rebecca sofrendo não me causa uma sensação boa, mas apenas balanço a cabeça em negativo. Tive que bloquear a Rebecca para que ela parece de mandar mensagens e me telefonar. Desde que Alison me aceitou do jeito que eu sou, que eu tento enterrar a Rebecca bem fundo no meu coração.

- Eu vou me arrumar. A gente se ver no colégio? - pergunto a Rubi que concorda...

Umas horas depois estávamos no salão do colégio ricamente decorado. Cada aluno exibia a sua melhor roupa e tirava fotos. Uma banda tocava, e alguns casais se arriscavam na pista de dança. Felizmente, como a maioria tinham dezoito anos, o colégio liberou espumantes. Os garçons transitavam oferecendo o liquido para os convidados. Pego uma taça e fico olhando a Alison de longe, ela está muito bonita, usando um vestido longo de chiffon da cor vermelha de costas nuas. Os cabelos estão soltos em cachos feitos e seu rosto muito bem maquiado. Olhando-a assim, não parecia ser muito difícil de conviver com ela. A realidade é que nesses três dias, a Alison tinha se mostrado uma garota muito agradável.

Porém, todos os meus pensamentos e certezas caem por terra quando a vejo entrando... Rebecca está simples, porém, linda e elegante. O rosto tinha uma maquiagem mínima, apenas um gloss, e os cabelos estavam presos em um coque mal feito, deixando umas madeixas caídas emoldurarem o seu rosto. Parecia mais a cinderela... Não consigo desviar os meus olhos dela... Percebo o quão mentirosa estou sendo para mim mesma, e como estou com saudade de Rebecca. Saudade do seu perfume suave de morango...

- Amiga... Acho melhor disfarçar, Alison está olhando para você como se tivesse um bicho de sete cabeças em seu rosto. - Rubi diz, surgindo do nada, usando um vestido de seda, branco.

- Eu... - abro a boca para responder, mas as palavras me somem. Rebecca me viu e os seus olhos se abriram um pouco mais. Sinto-me nervosa e viro o rosto em busca de Alison, mas ela não estava mais em seu lugar.

Rebecca avança em minha direção, sei que tenho que sair e ignorá-la, porém, não consigo me mover, minha vontade de falar com ela e de senti-la é maior do que a minha razão.

- Freen... - escuto ela dizer.

Então, a banda para de tocar e nos monitores, a imagem de Rebecca nua, surge. Arrancando um "ah" de todos os presentes. O rosto de Rebecca se contrai ao ver o vídeo rolando, uma luz paira nela, a focando para que todos a vejam. Ela olha de um lado para o outro, com o rosto todo embaraçado de vergonha, podia ver em seus olhos o quão ela estava exposta e senti-me culpada, e raiva por ter dado esse vídeo para a Alison.

- Me ama... Por favor... Preciso de você... - ela implorava no vídeo, deitada de pernas abertas, os olhos queimando de prazer.

O borbulho era alto, as pessoas falavam ao mesmo tempo e apontava para Rebecca. Ela me olha com o rosto coberto de lágrimas, e eu não consigo me mover do lugar. Alison surge do meu lado e segura a minha mão. Não tenho como escapar disso e seguro a mão de Alison, mas me sinto a pessoa mais mise/rável do mundo, enquanto, a Rebecca me olha desse jeito.

- Por que Freen? - ela pergunta com a voz rouca de choro.

- Você ainda não entendeu? - Alison fala alto, e responde por mim. - Você não passou de cédulas para a Freen, sempre representou dólares, Freen queria apenas o seu dinheiro e você tolinha se apaixonou. 

Apesar de usar o tom alto, o barulho é maior que a voz de Alison, e quem escutou foi quem estava muito junto de nós. As pessoas estavam mais empolgadas em filmar o rosto de Rebecca ou até mesmo o vídeo que a diretora tinha gritado no microfone para desligar.

- Isso é verdade? - Rebecca não desvia os olhos de mim.

Não consigo responder, minha voz não sai. Apenas balanço a cabeça em positivo e abaixo o olhar por não suportar mais olhar para ela. Algumas lágrimas escapam dos meus olhos.

- Freen sempre foi minha. - Alison diz com posse. - Você não é nada e continuará sem ser, volte para a sua mãe moribunda e deixe a minha Freen em paz! - ordena.

E antes que eu pudesse me mexer, Alison me puxa para um beijo, enquanto, os gemidos de Rebecca vão preenchendo o recinto. A cada gemido escutado era como se o meu corpo tivesse rasgando... Ela não merece isso! Quando Alison me largar, a única coisa que vejo é as pessoas abrindo caminho para Rebecca que corria para a fora do salão. Faço menção de ir atrás dela, mas Alison segura o meu braço.

- Se você der mais algum passo, esqueça da minha existência e do meu dinheiro. - Alison ameaça e me solta. - A escolha é sua. 

O meu coração diz que eu tenho que ir atrás de Rebecca, mas a minha razão me proíbe, não posso perder tudo o que Alison me oferece... Ela está passando por cima do orgulho dela, está me aceitando mesmo sendo pobre, me bancando. Não posso perder isso. Alison ainda manteve a minha mentira de que sou família rica. Para as pessoas do Constatine, a alta classe, eu sou rica e eles me reconhecem por isso, não posso voltar atrás e deixar que todo mundo saiba que sou pobre, não quero que as pessoas me deem as costas, não quero retroceder!

Então, me viro para a Alison e sorrio, mesmo que minha vontade fosse de chorar.

Rebecca iria sobreviver a isso... Ela é mais forte do que aparenta.

Ela vai sobreviver.

- Boa escolha. - Alison diz.

Finalmente a diretora consegue parar o vídeo e a banda recomeça a tocar como se nada tivesse acontecido. Rubi me olha e levanta a taça, oferecendo um brinde, apenas meneio a cabeça e vou junto com a Alison para tirar algumas fotos, ignorando os comentários maldosos que estão fazendo em relação a Alison. Minha vontade de dizer era que Rebecca tinha inocência e um coração puro, coisas que eles não tinham. Mas nada fiz. Apenas sorrir para as fotos.

Ela vai sobreviver ... Digo diversas vezes para mim mesma...



(....) 


Vou postar este capítulo pra adiantar amores, depois mais eu volto pra postar os 2 capítulos restantes. Aguardem! 

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now