Capítulo 11

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Kay's pov

Acordei com a cabeça latejando. Doía como o inferno, eu estava meio zonzo também, minha visão estava deturpada. - Izuku? - foi a única coisa que eu consegui dizer.

- Acordou? - ouvi a voz de Hari perto de mim, eu sabia que era ele, apesar de não conseguir enxergar muito bem.

- Izuku, izuku! - meu corpo estava inquieto, eu só queria uma coisa, mas não sentia a presença dele em casa.

- Kai para! Ele não está aqui.

Eu levanto mesmo assim, apesar da falta de condições físicas. Mas sou derrubado pelo platinado. - SAI! - rosnei para ele.

- Lamento, mas se não conseguires assumir o controlo das tuas emoções, eu duvido muito se aquele ômega vai querer te ver outra vez.

Eu ouvia tudo que ele queria, e meu corpo hiperventilava, eu não sabia o que fazer - Eu magoei ele? - perguntei em um fio de voz. Eu condições normais isso não teria acontecido.

- Magou e demais.

- O que aconteceu comigo? - perguntei confuso, pela primeira vez a minha vida está desorganizada, sem lógica, com coisas tão irracionais. Eu não consigo entender essa esterqueira que se envolveu na minha vida.

- Tu perdeste o controlo do teu lobo. Isso é muito mal, mas também é bom.

Eu olhei para ele com incredulidade, como raios isso poderia ser algo bom. - Eu fui um traste para ele e tu ainda consegues ver o lado bom? Não sei se é obscurantismo seu ou ingenuidade, ele não vai me perdoar. - Disse de olhos fechados, eu queria sumir. Ir para bem longe daqui, ser alguém diferente, pegar nesses dois e sumir, ser diferente de tudo que já se passou.

- Ele é seu mate, por isso às coisas estão desregulares. Essa é a razão mais óbvia. Eu creio que já conseguiste notar a mesma coisa, mas tu te negas tanto contra sentimentos, que acabaste não notando algo simples. - Hari disse sério, nesse momento essa drama já não tinha graça, não é divertido quando os protagonista se magoam. Não era fã de tragédia romântica, muito menos quando não fossem apenas em filmes.

- Eu queria renascer como um deus para poder mudar as coisas, eu queria que tudo tivesse um pingo de sanidade, que ao menos às coisas fossem normais. Que não tivéssemos de lutar com o que fomos obrigados a nascer, eu não pedi para ser assim.

Hari olhou para mim, soltou o meu corpo, já que notou que eu não daria luta, não que eu não tivesse como vencer facilmente, mas sim porque a minha alma já estava derrotada.

- Kai, precisas descansar. - Ele levantou-se do chão com um certo esforço. Hoje o dia foi de cão, não teve uma trégua para si. E sabia que seria assim pelo resto dos próximos dias.

Eri? Eu preciso ver minha filha - Eu vou primeiro para o quarto da Eri.

- Ela já dormiu - Respondeu o platinado com um tom que denunciava o seu cansaço.

- Irei mesmo assim, vá para casa, hoje não foi fácil. Obrigado por tudo.

Hari assentiu com a cabeça, realmente estava cansado e sem forças para poder apoiar mais, mesmo se quisesse. Então o melhor foi se retirar da casa dos Chisaki.

Kai acompanhou seu amigo até ao hall da entrada e depois foi para o quarto da filha. Apenas o abajur estava ligado, mas Eri despertou, tal igual como os dias em que chegava tarde para casa, mas esse não foi para lhe desejar "bem-vindo papá" ou "boa noite papá" entre bocejos. Seu olhos estavam inchados e sem brilho, seu corpo ainda soluçava, parecia que seu arco-íris tinha sumido e só resta as trevas de um dia chuvoso. Aqueles grandes olhos de que tanto espalhavam amor, hoje estavam abalados. Seu corpo encolhia a cada movimento meu, minha pequenina estava com medo de mim? Eu me ajoelhei ao lado da sua casa.

- Me desculpe filha, eu juro que não queria fazer nada daquilo. Eu fui fraco e orgulhoso. Eu vos machuquei, eu sinto muito. - Sem conseguir controlar mais, aquela foi a gota de água para eu desabafar em lágrimas. Eu nunca chorei por nada, muito menos fui uma figura fraca para ele.

Mas naquela noite eu fui consolado pela minha filha, que deve estar a sofrer milhões de vezes mais do que eu, mas mesmo assim ainda foi mais forte do que eu.

- Eu te amo papá. Então não chores. - Eri diz entre soluço e lágrimas mal travadas.

- Perdoe o seu pai, eu sinto muito pequena, eu sinto muito.

-

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