KAI'S POV
Eu era o filho mais novo e segundo o meu pai: O mais inteligente e responsável.
Para o resto do mundo também era assim, essas opiniões criaram uma rivalidade terrível entre mim e o meu irmão mais velho. Bem, eu não tinha nada contra ele, mas ele tinha um ódio profundo desde que eu nasci, sei lá porquê. Mas a culpa é inteiramente dele, ele teve tudo o que queria, o pai dava tudo com esperanças que ele mudasse ou pudesse pôr mais empenho nas coisas que fazia.
Estava no auge dos meus vinte anos na época em que o meu pai teve uma crise cardíaca e pediu para falar comigo. Na época, eu já suspeitava que tinha algo a ver com a empresa, já que alguém deveria assumir o cargo de CEO. Embora eu não quisesse ter nada a ver com aquilo, tinha planos para outras coisas. E era uma coisa para primogênitos, no fim das contas.
— Tok ...tok — Bati a porta do quarto do meu pai e esperei a permissão para entrar.
— Bom dia, Velho.— Sorri para ele, que estava deitado na cama e uma agulha que perfurava seu braço injetando soro. E seu advogado também estava lá, para minha estranheza.
— Filho, com você está? — O sorriso do Pai era genuíno, embora estivesse acanhado pelo mal estado de saúde.
— Acho que sou eu quem deve perguntar isso, Velho! — Sentei ao seu lado e tomei a sua mão.
— Eu vou melhorar, são apenas as coisas do seu irmão que me matam de desgosto. — Disse o Pai
— Talvez com o tempo ele vai mudar, Velho. — Sei que será um cúmulo e mudança para aquele homem é algo impossível.
— Não! Seu irmão tem quase quarenta anos, eu desisti disso. Filho, eu vou passar a empresa para você! — Disse o Pai com determinação.
Eu fiquei em choque, como assim? Isso foi um baque surdo.
— Velho! É tradição que deve ser o primogénito a herdar. Meu irmão nem sequer está aqui. Vai contra as leis da família —, digo alarmado.
— Seu irmão está preso! Kai. Envergonhando a família. — Disse o Pai, com olhos repletos de desilusão. — Durante a sua jornada no estrangeiro, todos votaram em você, não importa tanto a tradição se o filho não for digno, você é a minha última massa e sei que não terá CEO melhor para Shie Hassaikai Company.
Eu suspirei, e mais uma vez fui obediente, assinei todos os documentos para transição. Tinha sonhos para trabalhar com outras coisas, mas eu sei o quão o Velho se dedicou para manter a empresa.
— Senhor, desculpe entrar assim, mas tem uma mulher que insiste que deve falar com o senhor, é sobre o jovem mestre. — Disse o mordomo.
Meu pai pôs a mão no peito incrédulo, como se questionasse "o que ele aprontou além da conta?"
— cof! cof! Deixa ela entrar. — Disse o Pai.
— Velho! O senhor precisa se acalmar e deixar de resolver tudo por ele. — Olho para ele preocupado ao ouvir a sua respiração pesada.
— Hum...— O pai soltou um sonido.
O homem saiu apressado e não tardou muito para voltar com a mulher, bela e magra, que carregava algo em seu colo.
— Eu vim aqui entregar algo que é vosso. — A mulher foi direto ao assunto sem ser cordial ou algo do gênero.
— O que isso tem a ver com o meu filho mais velho? — O pai tentou levantar, mas impedi-lo.
— Não me entendam mal, mas seu filho negou a paternidade muito antes dela nascer e agora que ele sumiu do mapa não tenho com quem deixar ela. — Ela mostrou a menina em seus braços.
Que deixou cada alma naquele quarto em choque, era claramente uma terceira herdeira.
— Quanto quer de mesada para ela. --- Meu velho perguntou para a mulher.
— Não quero dinheiro senhor! Só não quero me envolver em sua família e não gosto de crianças. Quero que fiquem com ela. — Disse a bela mulher com o rosto abatido.
Fiquei chocado com a frieza da mulher.
— Agradeço a sua sinceridade e por ter trago a menina. Mas não venha reclamar depois pela sua escolha — Digo a ela.
— Eu sei, não terá arrependimento, apenas cuida bem dela. — Caminhou até mim e entregou a pequena de fios grisalhos como os do meu pai. Claro que eu peguei de uma forma desajeitada e a menina resmungou.
— É assim, esse braço tem de estar mais para cima e o outro por baixo do corpo dela. — Disse a mulher.
Apesar de tudo ela tinha jeito com a criança. Pude apreciar a forma que ela pegava a menina.
— A senhorita realmente não quer ela? — Voltei a questionar.
Ela olhava fixamente para mim e disse:
— Que futuro eu daria para ela em um bordel? Não sou tão sem coração assim! Tenho a minha forma de viver, mas nunca envolvi ninguém.
— Tudo bem, não precisa de um exame de ADN para saber que é minha neta. Eu vou cuidar dela e agradeço a sua honestidade, poderia dar-lhe uma recompensa? — Meu velho pediu a Mulher.
A mulher negou com a cabeça e sorriu.
— Dê a ela, talvez terá grandes sonhos quando crescer. — Diz de forma sutil.
Eu vi que se tratava de uma boa pessoa, só com muitos inconvenientes na vida.
— Entendo, qual é o nome da menina. — Meu pai suspirou. — Meu filho era um ímã de problemas, mas essa foi a melhor coisa que já recebemos vindo dele.
— Ela não tem um, não consegui um bom nome então deixei assim. Bom... Eu tenho que ir. — Ela afastou-se.
— Se mudar de ideia, sabe onde ela está. — Digo para ela.
— Senhores, duvido muito que terá um reencontro. Ela é sua agora. — Então ela saiu da sala com um olhar vago.
— Eu ficarei com ela. — Eu olhava para o ser pequeno, simpatizei demais com a bebê.
— Qual vai ser o nome dela, Kai? — Meu pai sorri ao olhar para pequena em meus braços.
— Humm...Eri! Será Eri, o senhor disse que a mãe queria ter uma menina com esse nome, mas eu nasci rapaz. — Fiz uma careta com a possibilidade de ter nascido mulher.
— Hahaha! Isso mesmo, ela queria. Foi uma bela escolha, Kai. — Disse o Pai. — Dá ela aqui.
— O senhor não pode fazer esforço! — Neguei.
— Ora essa! Entrega a menina, Kai! — Diz trombudo.
— Aff! Toma! — Entreguei a criança para ele, que estava mais que satisfeito.
— Tão calminha, faz lembrar de você quando pequeno. — Devagar a bebé acordou. — Oh! Ela acordou...Olá Eri! Sou o seu avô! — A pequena sorriu e colocou a mão no rosto do Velho. — Hahaha! Ela gosta de mim, viram só.
Sorri ladinho com a figura engraçada que ele fazia. — É, a gente viu.
««Flash on»»
Foi assim que eu ganhei a minha filha, que hoje com seis anos é a coisa mais linda do mundo.
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I WANT YOU
Fan FiktionIzuku era um omega de 26 anos que passava por maltratos domésticos do seu namorado Katsuki Bakugou, isso desenvolveu um pequeno medo de alphas por parte do garoto. Mas estava decidido a abandonar tudo relacionado a sua vida passada e recomeçar, entã...