Afasto-me mais. De longe da margem, vejo uma aglomeração de pessoas na beira da lagoa. Alguns gesticulavam e parecia eufóricos, enquanto, as inspetoras pareciam aborrecidas. Não dava para ouvir nada, e muito menos saber o que ocorria, mas parecia que alguma coisa estava agitando a manhã do acampamento. Ignoro toda a confusão da margem, e relaxo o meu corpo deixando a água o sustentar, enquanto, boio na lagoa.

Freen vem em meu pensamento instantemente. Eu só queria saber o que ela está fazendo nesse momento, se pensa em mim, se a saudade aumentou, se a ausência está lhe causando um buraco no peito igualmente o que estou sentindo. Que o seu amor por mim está tão grande e tão desproporcional como o amor que sinto por ela. Que anseia estar comigo...

Sinto uma beliscada em minha bun/da. Assusto-me ao achar que é um bicho e o meu corpo afunda na água, enquanto, bato os meus braços e as minhas pernas descontroladamente, os meus pés não conseguem tocar o chão me deixando desesperada com medo de me afogar até que duas mãos me colocam de pé. Tusso a água que engoli e sinto as ondas de alívio por estar de pé e fora de perigo.

O meu corpo é envolvido por braços que me prendem. Dando-me um novo tipo de pânico. Tento me soltar, mas eles se mantém firmes.

- Calma abelhinha. - a voz diz em meu ouvido que ao reconhecer, me faz virar a cabeça e olhar com felicidade para a dona dela. - Oi meu amor. - me cumprimentou com um sorriso.

- Freen! - exclamei com alegria. Tentei me virar, mas ela me puxou mais para o seu corpo, deixando-me refém dos seus braços. Não tive outra solução ao não ser me encostar na mesma. -Achei que não tinha vindo!

- Eu que achei que você não viria. - ela disse, dando um beijo em meu ombro. Estávamos bem afastadas da margem. Ao longe, dava para ver o Luke e Irin que continuavam se agarrando, e as pessoas pequenininhas em nossa visão. - Mas fico muito feliz em encontrá-la aqui, meu amor... Que saudade de você. - murmurou, dando pequenas mordidas em meu pescoço.

Arrepio-me todinha e uma onda de calor percorre o meu corpo, viro-me, ficando de frente para ela e tento ignorar o pânico de não sentir o solado em meus pés. Nossos olhos se encontram... Tem alguma coisa errada nos olhos de Freen, pareciam mais labaredas de fogo e ela me olhava como se fosse me devorar.

- Eu também estava com muita saudade. Você promete que não ficaremos mais todo esse tempo sem nos falar? - pedi com o semblante meio manhoso.

- Claro que sim, meu amor. - acariciou o meu rosto. - Queria muito lhe beijar aqui e agora, mas infelizmente, não podemos. - ambas suspiramos. - Mas eu conheço uma clareira que podemos ficar lá sem nenhum problema. - disse com um sorriso animado. - Basta você me seguir com descrição. Tudo bem?

- Tudo bem. - respondi sem pestanejar.

- Vou sair primeiro, e depois você sai. - deu-me um selinho bem rápido. - Vamos matar a saudade, meu amor. - ela disse em um tom quente e intimo.

Fico corada, mas não consigo controlar o meu sorriso. Freen sai da lagoa e espero uns minutos, enquanto, vou nadando lentamente para a margem. Vejo que Lola aborda a Freen para dizer alguma coisa, mas Freen parece irritada com a proximidade da outra e a dispensa com meias palavras. Lola sai emburrada e pisando firme. O que será que é? A curiosidade e também o ciúme me invade. Ultimamente, o ciúme anda fazendo parte do meu cotidiano, e eu o odeio por me fazer sentir coisas indesejáveis. Porém, tento o descartar, se a Freen tivesse alguma coisa para me esconder não ficaria conversando assim com Lola ou qualquer outra.

- Becky? Aonde vai? - Irin me perguntou de nada, tinha se separado da boca do Luke e estava ofegante, os lábios inchados pelos beijos cálidos. Luke ainda estava bem envolvido na dela, já que o nariz estava enterrado no pescoço dela.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now