—Ce n'est pas maman, mais il me rappelle maman. (Ele não é a mamãe, mas me lembra a mamãe.) — disse com um quê de confusão — J'aime son odeur. (Eu gosto do cheiro dele.)

— J'aime aussi son odeur. (Eu também gosto do cheiro dele.) — Sasuke sussurrou, como se fosse um segredo

Mesmo tentando não ouvir a conversa entre pai e filho, mas era impossível, já que também sabia francês. E ele achou a interação uma graça, mesmo tendo começado com um assunto não muito agradável.

— Il m'endort, me coiffe et me raconte des histoires, comme s'il était vraiment ma mère. (Ele me põe para dormir, penteia meu cabelo, e me conta histórias, como se realmente fosse minha mãe.) — enumerou — Je sais que ce n'est pas ma mère, mais j'ai peur de le perdre comme j'ai perdu ma mère! (Eu sei que ele não é minha mãe, mas tenho medo de perdê-lo como perdi a mamãe!) — segredou baixinho.

— Tu ne le perdras pas, Kakashi. Je ne le permettrai pas. (Não irá perdê-lo, Kakashi. Não permitirei.)  — Sasuke garantiu

Naruto apareceu na sala de jantar no exato momento em que Sasuke parara de falar. A parte inferior de seus olhos estavam inchados, os azuis de suas íris estavam apagados, como nunca esteve antes; seu cabelo e sua roupa estavam impecáveis — obra de Sakura — escondendo por baixo das mangas compridas, as faixas que circulavam suas mãos e braços, que fora coladas por Tsunade na noite anterior, após limpar as feridas e estancar o sangramento causado pelos cortes dos vidros, porcelanas e qualquer outra coisa que Naruto tenha quebrado no quarto.

Quando levantou o olhar perdido e constantemente confuso, demonstrou espanto e desconfiança com a presença de seu pai.

— Papai…

— Filho! Como tem passado? — indagou com um sorriso terno — Soube das novidades. — acrescentou enquanto Naruto suspirava e olhava Sasuke. 

— Estou bem, pai. Obrigado por se preocupar. — respondeu com semblante amargo. Já não conseguia fingir e mentir como fazia há meses atrás. Não que ele fizesse realmente questão de esconder o que sentia. — Então… veio nos parabenizar pela gravidez?

— Oh, não! Saber da gravidez foi um brinde. — disse, e então encarou seu filho seriamente. — Estou aqui porque soube de algo alarmante. Vim somente para expressar minha opinião. 

— Os deixarei a sós. — falou Sasuke, se levantando sem terminar seu café da manhã. Sentia-se magoado com a indiferença do ômega. Ele nem falara consigo. Deixaria nas mãos de Minato agora. — Bom dia pra você também, Naruto. — a voz magoada fez Naruto lamentar. Era culpa dele, afinal. Toda essa confusão se iniciara por culpa dele.

Sasuke deixou a mesa e se afastou com seu filho no colo, tendo como destino, seu escritório.

— Perdeu o juízo?  — Minato indagou com os olhos azuis expressando inconformidade. —  Realmente cogita a possibilidade de voltar a morar debaixo do mesmo teto que sua mãe, depois de tudo que pôde desfrutar aqui?

— Não isso, pai…

— Então diga-me o que é, filho. Só assim poderei te entender. — o loiro mais velho suspirou. — Sasuke o maltratou de alguma forma? Ele não te trata bem depois do que ocorreu?

— É justamente o contrário papai. — Naruto balançou a cabeça tentando afastar o pranto. — Sasuke continua sendo um verdadeiro príncipe comigo, um cavalheiro extremamente distinto, ele me ama, e eu não mereço isso.

Ao ouvir as palavras do filho, Minato entendeu o verdadeiro problema do casal. Olhando agora, era óbvio e nítido que seu filho ficara traumatizado. Não apenas pelo rapto, mas desde muito antes. Era um sentimento antigo de inferioridade que fazia-o se sentir constantemente mal com sigo mesmo. Autossabotagem.

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