𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟗

Comincia dall'inizio
                                    

— Boa viagem, Lalisa. — Falou, fui até o elevador.

Daqui para frente eu só lembro de ir para a embarcação no ônibus de turismo e tomar um remédio para dor de cabeça, pesquisei passagens para a Tailândia no site da companhia aérea. Ao entrar no barco tenho impressão de escutar meu nome, mas antes que eu pudesse ouvir o segurança disse.

— Pode entrar, senhorita Lalisa. — Forcei um sorriso gentil, entrei no barco e a viagem foi definitivamente rápida.

Tudo após isso foi rápido na verdade, eu consegui fugir de um engarrafamento até o aeroporto. Onde consegui comprar minha passagem a tempo, cerca de quarenta minutos depois meu voo foi chamado.

— Atenção, chamada para o voo 347 com destino a Tailândia. — Peguei meu celular e ativei o modo avião e silenciei ele, joguei ele novamente na bolsa e arrastei minha mala até lá.

Apresentei meu passaporte e entrei no avião, coloquei meu fone e dei play na minha playlist assim que sentei no meu assento. Tudo ficou escuro e silencioso.

𝟐 𝐬𝐞𝐦𝐚𝐧𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬

Jungkook tentou me ligar durante a primeira semana, então eu silenciei as chamadas e mensagens dele. Nos primeiros dias eu chorava o dia inteiro, minha mãe levava comida para o meu quarto sempre. Caso contrário eu não comeria. Hoje eu já estou melhor, estou concentrada nos momentos com minha família.

Minha mãe tem uma pequena chácara onde a planta, cria tudo que consome. Hoje eu e papai iremos a cidade, por lá compramos só o essencial. Coloquei um cropped branco, uma calça jeans clara e meu tênis da Nike. Meu cabelo hoje tinha acordado muito bonito, ele estava ondulado mas pontas.

Troquei meus óculos de grau por um de sol, minha mãe estava na sala prendendo o cabelo em um coque firme. Me joguei no sofá, ela me encarou.

— Boa noite querida. — Falou com uma risadinha, olhei pela janela e o sol estava brilhando ainda.

— Ainda é cedo! — Resmunguei, ela deu os ombros. — Cadê o papai?

— Lá na cozinha, aproveita e come algo antes de sairmos. — Assenti, levantei-me preguiçosamente e andei até a cozinha.

Meu pai estava colocando a calda do meu bolo predileto, bolo red velvet, abracei ele por trás.

— Lalice. — Disse com a voz rouca, respirei fundo para sentir melhor seu cheiro. — Você não comeu, por isso fiz esse bolo.

— Obrigada papai. — Lambi os beiços, olhei para o relógio da cozinha. Era 12:30, pelo jeito que mamãe tinha dito eu pensei que era mais tarde. — Vocês não almoçaram?

— Vamos comer fora, sua mãe que deu a ideia. — Falou um pouco chateado, meu pai gostava e fazia muita questão de sempre cozinhar quando vinha para cá.

Na verdade, ele não é meu pai biólogo. O meu pai biológico me abandonou assim que descobriu a gravidez, mas ele casou com minha mãe quando eu tinha um ano e seis meses e desde então sou extremamente grudada nele. Ele foi o homem que me registrou e criou, nunca falei para ele que ele não era meu pai. Nem quando fiquei muito brava com ele, sei que isso é comum... só o nunca foi o meu caso. Eu o vejo como meu pai e ele me vê como a filhinha dele.

— Isso parece tão delicioso, papai. — Falei salivando, ele pegou um prato e me serviu um pedaço grande.

Comi muito feliz, meu pai era cozinheiro profissional. A comida dele tinham gosto de casa, isso o tornou famoso e popular. Tão popular que fomos morar no exterior durante minha adolescência, foi assim que conheci Jungkook. Como eu queria ser cientista e tinha passado em uma faculdade por lá, comecei morar sozinha muito cedo e eles voltaram para Tailândia. Eu sentia muitas saudades dos meus pais, eles me visitavam sempre que possível.

— Vamos! — Falei pulando na sala, eu estava alimentada e com os dentes escovados. Meus pais levantaram-se.

Fui com a janela do carro aberta, apreciando a vista e a brisa. Eu precisava tanto disso, uma garota sempre vai precisar dos seus pais.

Meus pais conheciam Jungkook, obviamente, quase noivamos. Minha mãe amava ele, costumava falar que ela ama ele mais do que a mim. Meu pai não gostou dele no início, mas o Jungkook conquistou ele aos poucos. Ambos ficaram tristes quando souberam que eu recusei ele, mas me consolaram. Minha mãe ficou radiante quando descobriu que tínhamos voltado, felicidade essa que não durou nem uma semana.

Eu vejo que ela tenta evitar o assunto para não me deixar triste, mas ela tem perguntas. Quando eu disse o porque terminei ela falou que eu fui inconsciente e agi por impulso, que eu deveria ter conversado com ele antes de tomar qualquer decisão. Desde então ela não pergunta e nem fala mais sobre.

E eu estou bem, quer dizer quase sempre bem. Eu odeio as madrugada, elas são solitárias e gélidas. Não consigo desligar meus pensamentos nessa hora, fico desejando que essas memórias desaparecessem. Mas elas nunca desaparecem. Acontece que as pessoas mentiram, eles disseram: É só estalar os dedos que os pensamentos somem. Como se fosse fácil assim conseguir superar, ele não foi um namoradinho de um ano. Passei minha adolescência, toda minha faculdade e até depois ao lado dele.

Eu me pergunto toda noite onde você está? O que está fazendo? E com quem? Você ainda está no meu coração, eu estou no seu? Mesmo depois de tudo que fiz, eu queria que você continuasse me amando.

E digo que não preciso de você, peço que saia do meu coração. Peço isso porque posso perder o controle e querer fazer morada no seu abraço, mas para isso quantas coisas você teria que abrir mão? Não é justo.

— Lalisa? — Minha mãe chamou-me, olhei para ela que estava apontando para o cardápio. — O que você vai querer comer, querida?

Olhei para o cardápio e escolhi, meu pai observava cada mísero detalhe. E minha mãe tentava puxar assunto comigo, eu tenho que sair do mundo da lua e focar no aqui e agora.

𝐏𝐚𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐃𝐨𝐬 𝐃𝐢𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚𝐮𝐫𝐨𝐬 | LS + JKDove le storie prendono vita. Scoprilo ora