4 - Needed Me

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Wife

Será que arrancar as próprias orelhas seria muito doloroso? Era o que o meio ruivo se perguntava, quando ouvia um homem de meia idade falar algo sobre o aumento de cortes salariais nos departamentos "menos importantes".

Shouto estava sentado na cadeira da ponta principal em uma reunião completamente desnecessária e chata, com uma mão massageando a têmpora e um mau humor notável. Mas sua irritabilidade não estava apenas em ter que participar de uma reunião com aqueles urubus interesseiros, às nove da matina e sim por algo que há dias o vinha deixando apreensivo: Camie estava voltando da sua viajem hoje.

Logicamente que depois de tantos meses no exterior, ela teria que voltar para o Japão mais cedo ou mais tarde. Shouto particularmente preferia o "mais tarde" porém depois de três meses fora esse era o mais tarde, entretanto para Todoroki isso era muito, muito cedo.

No entanto o que mais o irritava não era a presença da loira – embora isso também levava uma dose de cortisol até Todoroki – e sim saber que quando ela chegasse, eles teriam que falar sobre o atual estado de seu casamento. Ou melhor, ele vai falar e ela vai gritar pois é assim que a loira funciona é confrontada e sabia que quando mencionasse a palavrinha com D, ela surtaria e realmente não estava com saco para os dramas dela.

Outra coisa que estava estragando seu humor era Deku... Quer dizer, Izuku.

Fazia alguma dias desde que tudo aquilo aconteceu na Midnight e no Eros e desde aquele dia, mesmo que ele tenho dado seu número, Todoroki ainda não tinha conseguido tempo para ligar e nem para se encontrar com ele outra vez e isso o estava matando por dentro. Como dito anteriormente, desenvolveu uma grande e estranha curiosidade pelo esverdeado e está empenhado em desvenda-lô e aos segredos que os belos olhos verdes parecem esconder.

Só de pensar nele, a carranca de Todoroki se desmanchou um pouco mesmo que ainda estivesse lá.

Shouto não era de se envolver assim com os escorts com quem transava mas há algo de misterioso em Izuku que o puxa como um ímã de geladeira e ele vai descobrir o que é esse mistério nem que seja a última coisa que ele faça.

— Não acho que esse departamento seja muito necessário para nós, então me parece sensato diminuir os gastos que temos com ele. – a carranca de Shout voltou em segundos ao término da fala de um de seus sócios.

— Se ele não fosse necessário, ele não existiria. Não vamos fazer nenhum corte salarial ou financeiro nele ou em qualquer outro departamento. – disse com firmeza, embora os sócios possuíssem partes importantes da empresa, ele ainda era o presidente. Sua palavra, seria sempre a palavra final.

— Certeza que não está dizendo isso apenas porque a namoradinha da sua prima trabalha nele? – o clima ficou tenso instantaneamente, principalmente após todos verem o olhar que surgiu no rosto de Todoroki, depois dele reconhecer o tom dissimulado e homofóbico na voz do velho.

— Você pode ser um dos maiores acionistas Takeshita, mas eu ainda sou o seu chefe mesmo você não gostando disso. – avisou, sabia que aquele homem não gostava de ter um chefe que era vinte anos mais jovem. — Vou fingir que não ouvi isso pelo bem das suas filhas que precisam da sua pensão, mas se disser algo desse tipo de novo pode se considerar no olho da rua. – Takeshita engoliu em seco.

Bakugou concordou com o que Todoroki havia dito e na hora de votarem ficou decidido que nenhum corte seria feito e o meio ruivo não se importou se eles só votaram contra Takeshita por medo da ameaça que tinha feito a ele anteriormente. Não concordava com os cortes e nem que a empresa estivesse a ponto de falir os faria, do jeito que as coisas andavam não era justo que diminuísse o salário daquelas pessoas.

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