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"━━ FÉRIAS EM FAMÍLIA!"
O casamento de Natasha e Jonathan chegou ao fim após muitos anos, entretanto, ambos sempre teriam Miguel e Nicolás, os gêmeos que vieram do fruto do amor que um dia existiu entre o casal, para manter um laço afetivo...
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• CAPÍTULO QUATRO “colegas de quarto”
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Natasha.
Escutava a respiração leve de Jonathan, que tinha os braços cruzados e a cabeça apoiada em meu ombro como se ali fosse o melhor travesseiro do mundo, enquanto eu continuava a ler o livro, agora apenas para mim. Já havia passado algum tempo desde que ele adormeceu me escutando contar a história e eu mal conseguia me concentrar no amontoado de palavras à minha frente, sendo obrigada a reler um parágrafo mais de 3x, porque Jonathan estava perto demais. Não conseguia me concentrar em mais nada que não fosse a respiração despreocupada, o perfume inconfundível, e alguns fios do cabelo arrepiado do jogador raspando na pele do meu pescoço e me causando alguns arrepios.
Suspiro fundo, fechando o livro após marcar a página, o deixando de lado. Encaro a poltrona da frente, não sabendo o que fazer a partir dali, e de repente a voz de Jonathan me chamando de “mi amor” há algum tempo atrás volta a ecoar em minha cabeça e eu sinto vontade de pular do avião.
Aquelas férias em família mal havia começado e as coisas já estavam saindo de controle. Jonathan e eu já estávamos mais próximos do que qualquer outra época desde que nos divorciamos e todas as boas lembranças já voltavam a me assombrar, sem contar na saudade imensa de nós que me atingia tão forte que meu coração se apertava a ponto de eu senti-lo doer.
Diego com certeza soltaria uma gargalhada estrondosa se soubesse daquilo, considerando a quantidade de vezes que eu disse que não sentia mais nada por Jonathan e só estava viajando para um momento em família em consideração aos filhos que eu tinha com ele, mas...
— Que inferno. — Murmuro, querendo parar de pensar naquilo. — Por que é tão fácil assim se lembrar e sentir falta de tudo quando estou com você, Jonathan? — Resmungo baixinho, inclinando a cabeça para o lado e deitando a minha sobre a dele. — E olha que você nem está fazendo nada demais. Só... é você. — Continuo, brincando com as minhas mãos. — E até que sinto saudades, de você sendo só você. Ou melhor, de nós dois sendo nós dois. — Confesso. — De verdade, lindo, eu queria que tivéssemos dado certo. Você é um homem e um pai incrível, e foi um marido maravilhoso também, até onde ainda nos amávamos, e às vezes eu queria que tivéssemos continuado nos amando. Acho que seria tudo muito mais fácil. — Solto.
Jonathan se remexe e eu sinto o meu corpo gelar por um segundo, com medo de que ele tivesse escutado.
Eu jamais teria coragem de ter uma conversa de verdade sobre tudo o que falei.
— Está acordado? — Indago, afastando a minha cabeça, e não recebo resposta alguma.
Respiro fundo, aliviada, e deito a cabeça junto à de Jonathan novamente, levantando e curvando o meu braço esquerdo para trás até que a minha mão alcançasse os cabelos macios dele. Meus dedos se escondem entre os fios de modo fácil e eu inicio um carinho ali, sorrindo quando escuto um gemido satisfeito escapar dele.
