- Está tudo sobre controle, mamãe. O dinheiro que tirei não vai influenciar em nada. E a causa foi muito justa. - disse, e ela concordou com a cabeça.

E seguimos com a escolha da roupa... Fiquei com a saia florida que puxava em tons amarelos e vermelhos, uma blusinha branca, por cima um cardigan também branco e sapatilhas vermelhas. Deixei os meus cabelos soltos, como o tinha lavado anteriormente, estava muito liso e a presilha não queria segurá-lo.

- Odeio ficar com os meus cabelos soltos. - reclamei á mamãe.

- Está lindo, minha filha. - disse ela, passava a mão em minha franja. - Só precisamos arrumar essa franja um pouquinho, e gloss.

Não gosto muito de maquiagem porque não sei me maquiar. Mamãe tentou me ensinar várias vezes, mas nunca aprendi. Minha mão sempre treme, e erro. A única coisa que sei passar é o gloss de morango. Pacientemente, mamãe cortou e ajeitou a minha franja.

Estava pronta.

Depois das recomendações de mamãe. Fui até o endereço. Como era um pouco distante da minha casa, tive que ir de ônibus. Depois de meia-hora, estava saltando na parada em um bairro amigável com várias casas estilo vitorianas. Todas do mesmo tamanho, apenas algumas que tinham garagens agregadas.

São graciosas e simples. Sinto até o cheiro de hospitalidade. Confirmei o endereço e encontrei a casa, era um pouco distante das outras e tinha uma espécie de ferro-velho que depois de uns segundos vim perceber que se tratava de uma oficina. Subi as escadas, e bati na porta de madeira gasta.

Escutei algumas vozes, então, á porta se abriu...

- Olá. - disse timidamente para um senhor com aparência cansada, seu rosto estava muito avermelhado como se tivesse passado um bom tempo no sol.

- Oi mocinha. Você deve ser a nossa convidada de honra, sim? - ele perguntou com um sorriso singelo.

Balancei a cabeça em positivo.

- Acho que sim...

- Entre. Estávamos esperando por você. - ele se afastou e abriu a porta. - A propósito, o meu nome é Anthony. 

- O meu é Rebecca. - disse com um sorriso suave, por dentro, lembrava muito a minha casa. Rapidamente me sentir á vontade e aconchegada.

- Anthony, meu amor, onde você colocou o... -  dona Nádia vinha enxugando as mãos no pano de prato, assim que me viu, abriu um sorriso. - Você chegou! Por um momento, receei que não viesse. - cumprimentou-me com um abraço apertado e um beijo na testa.

- Desculpe-me se me atrasei, é que tive que esperar o ônibus, e ele demorou um pouco. - contei um pouco envergonhada.

- Não precisa se desculpar minha linda. O importante é que está aqui... E veja Anthony, como é uma linda garota! - dona Nádia apertou as minhas bochechas, e eu rir, mas não deixei de ficar vermelha.

- Parece com isso, querida, vai assustar a menina. - Anthony pediu me lançando um sorriso cumplice e Dona Nádia me soltou.

- Sente-se, meu bem. - dona Nádia apontou para o sofá, e eu me sentei. - Aceita um refresco? Uns salgados? - ofereceu ansiosa. - São de queijo, e estão deliciosos. Acabei de tirá-los do forno.

Queria dizer que o meu apetite era de passarinho. Se eu comer algo antes da refeição, não me alimento mais. Porém, não quis fazer desfeita e muito menos magoar os olhos amorosos.

- Eu vou adorar... - respondi, e percebi como Dona Nádia se sentiu alegre.

- Vou buscá-lo. - prontificou-se e se retirou.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now