CAPÍTULO QUATRO

81 19 15
                                    

Frost Falls, Canadá

Oops! Ang larawang ito ay hindi sumusunod sa aming mga alituntunin sa nilalaman. Upang magpatuloy sa pag-publish, subukan itong alisin o mag-upload ng bago.

Frost Falls, Canadá

14 de Março, Sexta-feira 

Sobrevivi à primeira semana.

Bem, ainda não posso ter certeza, mas faltam menos de 30 minutos para que eu possa ir para casa.

Meus colegas já estão recolhendo suas coisas e indo embora. Não consegui iniciar nenhuma conversa com nenhum deles, e suas expressões mal-humoradas não me ajudam a iniciar um diálogo. Como eu tinha dito, é requisito para a contratação parecer um robô e ser antipático.

Não sou boa em fazer amizades e, tendo que lidar com pessoas assim, fica mais impossível. Agatha me aconselhou a sempre sorrir quando conversasse, mas a única coisa que eles dizem é: "Entrega ao Sr. Mason.". E eu não ouço nenhum "por favor" sair de suas bocas logo depois.

As únicas amizades que eu tenho são Agatha e Susan, que não vejo desde ontem. Encontrei Susan ontem após a reunião, mas não nos falamos muito por conta da agenda corrida do Sr. King, infelizmente. Nessa semana, apreciei tanto a sua companhia que me sinto feliz por tê-la conhecido.

Bato com a caneta na mesa de madeira, observando meus simpáticos colegas saindo do departamento. Alguns sorriam para os outros, o que me surpreende, já que nem para a tela de um celular eu vejo eles sorrirem. Parece um acontecimento raro nesse lugar.

Agatha e eu já marcamos de nos encontrar na entrada do prédio, só estava esperando Mason sair da sala.

Um som de notificação soou do computador, voltei minha atenção para a tela e abri o aplicativo de bate-papo —, a FKT tinha um próprio aplicativo de conversa para que os funcionários pudessem se comunicar pelo computador e não usar o celular —, com o Sr. Mason.

SAM MASON: Sala.

Tudo me leva a crer que Mason não sabe escrever nada além de palavras soltas, sem conectivos, verbos, adjetivos ou advérbios.

Levanto-me da cadeira e abro a porta da sala.

— Digitalize esses papéis e coloque-os na minha pasta de arquivos. Acabei me esquecendo e escrevi à mão — falou, surpreendendo-me pela frase extensa que conseguiu formular.

— Sr. Mason, eu poderia fazer esse trabalho na segunda? Já está na hora da minha saída.

Ele pegou o terno que estava pendurado, vestiu-o e olhou para mim.

— Não. Use o meu computador para ficar mais fácil. A senha está anotada aqui — disse, caminhou até mim e deu umas tapinhas em meu ombro. — Bom trabalho.

***

Não há ninguém no escritório além de mim, pelo menos aqui no departamento.

Estar sozinha aqui não me faz ter medo, na verdade, aprecio a solitude como ninguém. Depois de algumas experiências, tornei o sentimento de solidão prazeroso. Viver em lugares insalubres ajudou nessa evolução. O sentimento de estar só me aterrorizou por vários anos de minha vida, trazendo-me problemas e sentimentos desastrosos. Quando percebi que, se continuasse temendo esse estado, poderia me matar, resolvi torná-lo algo bom. Quando percebemos que algumas coisas nos tornam fracos e submissos, temos que transformá-las ou descartá-las, e foi o que eu fiz. Mas chegou um tempo em que eu só queria estar na presença de alguém, ter alguém por mim.

As piores pessoas são aquelas que usam o sofrimento alheio para o seu próprio bem, deleitando-se nos prazeres de fazer essa pessoa infeliz. Por muitos anos, quis ser a pessoa que se deleitava, mas tornei-me uma pessoa cuja felicidade era drenada para o prazer de um homem. Esse mesmo homem que está de volta.

Tudo que Logan me fez parece não ser o suficiente para ele mesmo. Talvez ele seja um vampiro que, em vez de sangue, suga sua alma da pior forma possível. E isso que ele fazia tão bem.

Deixá-lo no passado é a coisa mais difícil que faço, tentar não me lembrar de todo o tempo juntos. Apesar de ser a coisa mais difícil, foi a única coisa boa que fiz por mim mesma, depois de ter ido para terapia.

Infelizmente, só fiz um ano de terapia. Meu terapeuta disse que eu já podia seguir em frente e só precisaria tomar meus remédios para que eu pudesse dormir com tranquilidade. Mesmo após um ano na terapia (o que me pareceu pouco e nada solucionado), ainda sentia toda aquela avalanche de sentimentos. Tentei por várias vezes dizer ao Dr. Mendes que eu não estava curada, que ainda sentia aquelas mãos sufocando minha mente, mas ele só balançava a cabeça com um pequeno sorriso, dizendo: "Você está em fase de negação da sua própria cura, Freya. Tome os remédios."

Se eu estava em estado de negação da minha própria cura, talvez eu não estivesse realmente curada. Mas acreditei fielmente nas suas palavras (e talvez eu ainda acredite), e resolvi não procurar mais por um psiquiatra. Acreditar que estou curada me faz bem.

Já são 20h e ainda estou sentada de frente ao computador do Mason, terminando o último papel para digitalizar. Não demora muito e já estou desligando o computador, recolhendo minhas coisas e saindo da sala.

Ao pisar fora da sala, sinto um arrepio em meu corpo. Olho para os lados e então vejo.

Ele está a mais ou menos sete metros de distância, ao lado do bebedouro. Não vejo seu rosto, mas sei que está olhando para mim. Seu corpo é maior do que pensei, parece ser um homem muito musculoso e pelo que vejo pode ter 1,90 de altura. Parece quase um poste diante dos meus 1,66m.

Meu corpo trava no local onde parei, só encarando a figura do homem encapuzado e rezando para que fique onde está. O ar está pesado e úmido, e a dificuldade de respirar nessa situação não demora a chegar.

Engulo em seco, fechando os olhos e abrindo rapidamente quando lembro da situação em que estou. Olho para o elevador e depois para a escada de incêndio, que fica a alguns passos de distância do elevador. Se eu for no elevador, esse homem me pega antes mesmo que a porta se abra. Pelas escadas, talvez, ele seria lento por conta da massa corporal.

— Qual vai escolher? — Sua voz sai rouca, fazendo-me tremer.

Volto a olhá-lo.

É um jogo.

Ele quer jogar comigo.

Ele quer me torturar.

Ok, tudo bem.

Devo acompanhá-lo.

— Qual escolheria? — minha voz sai em um fio.

O som de sua risada faz meu corpo tremer e me assusto quando sinto minha vagina pulsar.

Porra. Porra. Porra.

Para o meu cérebro fodido, essa situação é prazerosa.

— O mais rápido. Já sabemos como vai terminar — responde.

A verdade é que eu não faço a porra da ideia de como isso terminaria.

Em um suspiro longo, dou uma última olhada para o estranho e corro para as escadas. Em segundos estou abrindo a porta e fechando-a rapidamente, então desço o mais rápido que posso. Não demora muito quando ouço a porta se abrir e os passos ecoarem no local.

Desci um andar em três minutos e estou no andar 11.

Que merda fodida.

Ele sabia.

Esse doente sabia que me pegaria em qualquer das opções. 

 

Oops! Ang larawang ito ay hindi sumusunod sa aming mga alituntunin sa nilalaman. Upang magpatuloy sa pag-publish, subukan itong alisin o mag-upload ng bago.
SIPS OF GRAY LIGHTSTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon