Capítulo 7: O Angel.

535 95 134
                                    

Thierry estava na sua nova sala de artesanato, usando um avental e as mãos sujas de barro. Ele construía alguns potes de cera, os cabelos penteados para trás levemente bagunçados e sujos com argila. Um óculos na ponta do nariz, e havia um leve som de violino tocando ao fundo do cômodo. Ele tentava se concentrar naquela peça, mas havia muitos pensamentos que rodavam a cabeça do Angel naquele dia, depois que ele foi duramente repreendido por Junghwa e Myung. Thierry estava abatido naquela manhã.

Se sentia como uma criança aprendendo a viver naquele mundo, era muito frustrante pensar que todos os seus princípios, todos os seus conhecimentos não valem absolutamente de nada dentro da casa Leone.

Ele estava dentro da máfia há pouco menos de um ano quando foi reconhecido por toda a máfia como anjo dos Leone, agora absolutamente todos os poderosos e até aqueles que não eram, sabiam quem era o marido de Bugaboo. Havia muitas expectativas sobre ele. Thierry se sentia muito frustrado por não conseguir realizar metade delas. Às vezes, ele passava a tarde dentro da sua biblioteca, lendo aquele grosso livro do UnderBook. Leis longas e severas, era horrível de se pensar que todas as punições dentro daquelas leis levavam a morte.

Ele não entendia a metade delas e isso era muito frustrante porque, Thierry era um professor. tinha uma boa eloquência e um conhecimento muito bom. Mas, diante daquele livro, daquelas leis e costumes, ele se sentia muito perdido. como uma pequena criança e mesmo que Myung Explicasse Metade delas, ainda se sentia um patinho feio dentro da máfia.

Thierry pensou com o coração quando decidiu permanecer dentro da casa Leone. Escolheu aquele lugar porque ele amava o seu marido e não queria se separar dele. Porém, a realidade às vezes acaba por ser um pouco cruel. E mesmo que Junghwa tentasse maquiar metade delas, alguns respingos ainda caia em seu rosto

— Sem invasão no meu escritório hoje? — Thierry se assustou, apertando a argila em suas mãos e deformando a escultura.

Ele virou-se assustado, olhando para Myung em pé ao lado da porta. Myung tinha os cabelos molhados jogados para trás, usando uma calça jeans de lavagem clara e uma camiseta branca. Os braços cruzados e as sobrancelhas erguidas, olhando para Angel de forma divertida por tê-lo assustado.

— Mon dieu, Myung — Thierry resfolegou. Ambos os irmãos Leone tinham o costume de assustá-lo com muita facilidade ao chegarem tão silenciosos.

— É a primeira vez que venho aqui. — Myung disse olhando ao redor. — Ouvi dizer também do meu irmãozinho que, você não gosta de passar tanto tempo aqui, mas está agora.

— Eu achei que essa manhã eu poderia fazer algo diferente — Thierry respondeu encolhendo os ombros.

— As empregadas também falaram que você não comeu.

— Eu estava sem fome. — justificou-se.

— Junghwa sabe que você anda pulando refeição?

— E-eu... eu... posso pular de vez em quando. — Thierry resmungou em frustração. — Eu não sou uma criança.

Myung ficou em silêncio por alguns instantes, diferente do irmão, ele não tinha nenhum problema em entender as emoções de Thierry. A forma como Angel encolheu os ombros depois do silêncio de Myung fez o mais velho entrar na sala.

— O que Junghwa te contou ?

— Algumas coisas — Confessou nem olhando para Myung. — Mon Amour não é gentil com as palavras.

— Você já sabia disso.

— Sim... ele não vai falar de forma sútil. — suspirou longo quando Myung sentou no banco à sua frente. — Eu acho... que vocês têm a mania de deixar as coisas escondidas debaixo do tapete.

Rei dos Leone - Mafia Portinari.Where stories live. Discover now