03. Fogo e gelo

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PRIMAVERA

Baekhyun chegou na casa de Chanyeol por volta do meio-dia, sentando no futon.

— Exatamente como você esperava, deu tudo certo. Vou começar a trabalhar no restaurante do seu conhecido. Mas é um trabalho integral, como vou buscar Hyunju na escola?! — suspirou.

— Pode deixar que eu vou buscá-lo. O trarei aqui para minha casa e quando você chegar pode vir buscar ele aqui. É um trabalho das nove às seis, é perfeito para você, terá mais tempo e mais descanso.

— Paga o que eu ganhava com dois empregos, então é uma troca boa.

— E você vai se alimentar mais, não esqueça que esse é o nosso acordo, os jantares são aqui em casa.

— Que droga de acordo, você não ganha nada com isso. — soltou um riso soprado e triste — Se pelo menos você gostasse mesmo de transar comigo, seria menos humilhante.

— Eu gosto de transar com você.

— Você não sente atração por mim. Mas quem sentiria… meu corpo está horrível.

— Não diga uma coisa dessas Baekhyun, eu fico duro no momento em que você me beija. — sentou ao lado do ômega, acariciando os cabelos dele.

— Eu sou um ômega exalando feromonios, implorando por sexo, é isso que faz seu pau subir, não é por atração. — suspirou — Esquece isso. Tanto faz. Se eu fosse capaz de evitar… — sussurrou a última parte mais para si mesmo, olhando para além da sacada.

VERÃO

Baekhyun pegou a cesta de piquenique, saindo do apartamento um pouco antes de Chanyeol.

O ômega estendeu a toalha num tom de verde claro e branco, sentando-se no chão da praça, abaixo de uma árvore, esperando o alfa e o filho chegarem.

Já fazia um tempo que estava bem, saudável e quase feliz. Que suas bochechas, agora cheinhas, possuíam um tom rosado natural, que seus lábios sempre estavam curvados em um sorriso e que seu rosto não era mais marcado por olheiras profundas.

— Por que eu sinto que você está aprontando? — Chanyeol chegou, segurando a mão de Hyunju, que vinha tomando um sorvete.

— Eu estou aprontando? Você vive fazendo as vontades dele. Desse jeito vou voltar a trabalhar em dois empregos.

— Não seja bobo, é só um sorvete. — riu.

— Quer papai? — foi até Baekhyun, sentando em seu colo e lhe oferecendo o doce.

— Eu quero, eu nunca ganho coisas assim do Chanyeol. — fez biquinho, logo em seguida provando o sorvete — Bom demais, mas nada é melhor que isso. — cheirou o pescoço do filho, fazendo cócegas nele.

— Não é justo! Eu não fiz nada para ganhar castigo. — disse rindo por conta das cócegas.

— Fez sim, você está em um complô contra mim, vai ser atacado também. — disse, fazendo mais cócegas, vendo o filho quase chorar de tanto rir.

— Desculpa, papai. Eu não vou mais fazer, não vou. — disse ofegante quando parou de ser atacado com cócegas.

— Acho bom mesmo, termine seu sorvete que está todo derretido. — disse rindo, pegando lenços umedecidos em sua bolsa para limpar as mãos do filho — Pode ir brincar que vou conversar com o tio Chanyeol.

— Tá bom. — concordou, indo brincar no balanço.

— O que quer conversar? Parece que vai me dar uma notícia ruim. — sorriu.

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