7. O Mestre das Chamas encontra o Muso.

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Seguro a respiração em meus pulmões quando as portas do elevador se abrem, dando-me a visão do saguão do Mirror Lake. Continuar dentro da cabine era uma escolha covarde, mas sair é uma obrigação. Atravessando as portas, eu solto a respiração e prendo o lábio ínfero entre os dentes, a resistência da minha pele me surpreende conforme os meus pés pisam duro no chão, pois as minhas pernas tremem e eu me sinto apto a cair a qualquer momento, porém, a pele da minha boca continua intacta, fazendo com que eu experimente somente o gosto amargo da minha ansiedade.

Eu fui pontual e estou no hall no horário marcado.

Embora o meu olhar esbarre com as poucas pessoas que tornam existente o fluxo de hóspedes no resort à essa hora da noite, o meu campo de visão mantém como foco uma única pessoa, ou melhor dizendo: ele. Lá está o dr. Jeon, esperando por mim no hall do prédio. Controlo um suspiro satisfatório e um revirar de estômago ansioso. Que merda! Eu me sinto em um encontro amoroso, não é como deve ser. Porra, sequer compreendo a razão pela qual as minhas mãos estão transpirando, e elas não param, mesmo que eu as esfrega contra a minha calça de couro no claro objetivo de secá-las. É insuficiente.

Conto os meus passos em direção ao sexólogo, mas quando o seu olhar se choca com o meu e ele modela um sorriso de canto, sutil, mas muito cordial, eu sinto como se cada passo meu estivesse sendo vistoriado por ele. Engulo em seco e retribuo o sorriso, massacrando-me mentalmente. Quer dizer, que porra eu sou? Nunca me portei assim antes. No entanto, sei que posso pegar leve comigo mesmo; nunca estive em uma situação feito essa. Algumas coisas ainda podem me salvar. Mas, nesse momento, a presença exorbitante de Jeon Jungkook não é uma delas.

— Você é pontual. — Ele me aborda quando checa o horário em seu relógio de pulso. É um Roléx. — Oi, Jimin!

Observo sua mão içar contra a minha, aguardando um cumprimento, e é quando tenho liberdade para observá-lo sem muito disfarce. O meu sexólogo veste uma calça branca e uma camiseta preta de manga curta, suas lindas tatuagens estão visíveis e eu poderia contar uma por uma agora mesmo se não fosse a tensão afundando as garras em meus ombros, deixando-me completamente tenso.

É, acho que preciso de um licor forte.

— Oi, dr. Jeon! — Rapidamente, embora envolto pelo nervosismo, eu devolvo o cumprimento formal. As nossas palmas bizarramente conversam uma com a outra, digo isso exclusivamente pelo raspar da pele e em como elas deslizam uma na outra antes dos nossos dedos se esbarrarem na quebra de contato. Eu encaro o meu indicador, memorizando ter tocado o anel usado pelo homem à minha frente. — Não quis fazê-lo esperar. — Sorrio.

— Cheguei há pouco tempo. — Diz. — Tudo bem para você irmos para a minha suíte? Tentei encontrar um local confortável para que conversássemos, mas o restaurante está fechado, indicaria as áreas de lazer abertas do Mirror, mas o tempo está frio, nós congelaríamos, e alguns dos meus amigos estão ocupando a casa do Namjoon.

Porra, eu realmente preciso de um licor.

A maneira como ele explica detalhadamente o porquê de ter sugerido sua suíte me pega e eu me sinto um... Safado. Eu teria aceitado a sugestão mesmo que não fosse uma, mesmo que ele olhasse em meus olhos e dissesse "Vamos para a minha suíte". Posso até mesmo apostar que o Subconsciente já está lá.

ACERTOOOOOOOU! UI, UI! SUÍTE DO DR. GOSTOSÃO! UI, UI! SUÍTE DO DR. GOSTOSÃO! UI, UI!

É, é...

— O que for melhor para você. — A facilidade em demonstrar desinteresse com a sugestão é a minha maior e única façanha da noite, sei disso, porque no momento em que Jeon Jungkook dispõe um sorriso entusiasmado, eu não me importo mais em não esconder a minha animação por estarmos juntos. — Eu me surpreendi com a sua mensagem, pois pensei que fôssemos marcar um dia para a conversa.

SEXOLOGISTWhere stories live. Discover now