O Sucessor: Família Ferrari - livro II

capítulo 18| reviver

TRENTINO - ITÁLIA

L O R E N Z O

O suor escorre pelo meu rosto e suspiro frustado desferindo um soco contra o travesseiro.

Odiava ter pesadelos, mas depois desse ocorrido eles intensificaram e eu não podia contar para ninguém fui para o treinamento logo após o desaparecimento do Alex e passamos dois meses sem notícias do mundo lá fora.

Porra! Eu só tive tempo para ter uma conversa com Ísis e foi péssima ela estava desolada e não encontrei uma maneira correta de contar que aquele filho da puta tirou a honra dela e que o matei com minhas mãos.

Meu pai acreditou e se orgulhou quando disparei friamente contra o meu primeiro oponente, Carlos Henrico filho de um dos subchefes aliados do meu pai, mas mal sabe ele que aquele era o meu segundo homicídio e totalmente doloso.

Eu tive a intenção de matar os dois, talvez não seja só o Nick que tenha problemas com a raiva, naquele dia algo maior se apossou do meu corpo e odiei tanto aquele desgraçado que tive que mata-lo se continuasse vivo a Ísis seria motivo de chacota para toda a escola e eu jamais permitiria isso e consigo lidar com a raiva que sente de mim, por ter me expressado mal naquela época.

Ela acha que o matei por ciúmes, mas estava muito longe disso, foi para manter a sua honra intacta, ao menos para nós dois e acredito fielmente que não tenha contado nada para os pais já que nunca tive nenhum olhar de repulsa vindo dos dois.

Quando papai me acusou de encobrir a Bella e disse o que disse, a forma como falou ativou o gatilho do que Ísis disse para mim na manhã seguinte em que matei Alex.

" eu pensei que poderíamos ter tudo, mas você acabou "

Não sei em que momento aconteceu, aos quinze anos eu realmente me apaixonei por ela e aquele beijo o último que dei foi o consolo para os dias mais pesados no treinamento.

Todas as vezes em que éramos submetidos a tratamentos severos como choque, caixotes de gelo, frigoríficos e outras coisas, foi naquele beijo que pensei e isso de alguma maneira ajudou meu cérebro a entender que talvez ainda existisse uma esperança para nós dois, mas ela foi dizimada pela minha rainha, quando retornei ela estava namorando César e com um ódio mortal de mim então decidi varrer aquele sentimento para debaixo do tapete.

Mas todas as vezes em que estamos muito perto e ela por deslize me deixa entrar novamente, eu sinto como se nunca tivéssemos saído daquele corredor.

Se eu pudesse teria feito as coisas diferente, exceto a parte em que precisei apagar aquele imbecil.

Lembro-me quando papai contou que tinha encontrado o corpo já em estado de decomposição eu fingir surpresa e até um pouco de tristeza, mas naquela época eu já estava tão fodido da mente que já não me importava se iriam me prender, só mudariam o local, porque a máfia não era nada do que meu pai acreditava que seria para nós, não tivemos tratamento diferente apenas por sermos filhos do Don. Porra! Parece que foi pior, ainda não consigo entender como não faleci dentro daquele frigorífico gelado usando apenas um moletom surrado, por várias horas afinal nem a draga de um relógio podíamos ter.

Durante o toque de recolher, Nick dormiu demais e apanhou tanto ao ponto de quebrarem suas costelas, papai ficou furioso na época mas mesmo tendo punido os responsáveis não mudou muita coisa.