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"Você mora aqui? Nesse prédio? Nunca havia o visto por aqui." Seus olhos sobem aos meus enquanto entrelaçam seus dedos nos pelos de eni. Concordo com a cabeça, desviando meu olhar pelo apartamento. "Precisa de algo? Água? Café?" Sua voz agora soa mais baixa que antes, volto a olhá-la notando seu rosto bem natural, não era feia, pelo contrário, seu nariz deixava o resto frágil.

"Até quando posso deixá-la?" Coloco as mãos no bolso da calça, sentindo de um lado um bolo de notas, tiro o bolo contando duzentos dólares. "Duzentos pagam esse mês todo?" Estico as notas em sua direção.

"Duzentos para deixar o gato aqui o mês todo? Vai viajar?" noto seus olhos se perderem na minha mão, os labios entre abertos deixava escapar um suspiro.

"Exato. Não é uma viagem, mas talvez possa se tornar." olho para o dinheiro e repenso. "Posso pagar quando a buscar? Bom que você dá uma estimativa melhor." Não vejo, mas escuto um bufe sair de sua boca. De cabeça baixa, subo apenas meu olhar em sua direção. "Alguma objeção?". Suas pernas recuam dois passos e seu olhar desce até à gata.

"Fechado. Ela come algo com específico?" Escuto sua pergunta, porém estou pensando em outra coisa, seria muita burrice minha a deixar entrar na minha casa?! Não sei quando realmente volto, e se volto vivo. É uma grana muito alta, devem ter chamado mais pessoas, ninguém anuncia assim uma cabeça tão valiosa para qualquer um aceitar, deve ser uma pessoa bem difícil de achar, e para pessoas difíceis, mais assassinos.

Percebo que estou há um tempo em silêncio. "Você também faz serviços domésticos?" Na minha casa, posso observá-la o tempo todo. Sua sobrancelha ergue e sua expressão parece perdida em pensamentos.

"Fechado! Estou desempregada mesmo, quando começo?"

🥀

Estaciono a moto a dois quarteirões atrás do tal lugar combinado, o tempo frio soprava uma brisa congelante em meu rosto descoberto, ergo a cabeça para cima, vendo um letreiro neon brilhar entre os prédios, olhando mais para o lado, o tal edifício estava a poucos passos adiante. Adentro no hall revestido em uma cor beje, o teto era bem alto e podia-se ver um elevador transparente subir em meio a duas paredes.

Um, dois, sete, quatorze homens vestidos de terno podiam ser vistos atrás de algumas catracas. Tiro da cintura uma máscara amarrada e coloco no rosto, sigo até as catracas onde uma mulher bem vestida sorri. "Nome?" A morena pergunta.

"Derick." Minha voz sai abafada. A mulher sorri me reverenciando e abre uma das catracas com um cartão. Escuto dizer um bem-vindo, mas apenas ignoro, sigo até os homens.

"Boa noite. Vou lhe acompanhar essa noite." Um homem moreno tira do bolso um cartão e o estica em minha direção. Sua expressão neutra não muda o trajeto todo até o nono andar.

Tudo estava calmo e silencioso, se fosse uma armadilha, eu conseguiria ouvir facilmente os passos de quem estivesse se aproximando. Paramos na frente de uma porta azul-celeste, a vendo se abrir lentamente. Aos poucos as pessoas ali vão se revelando, tinham duas, contando comigo três. "Fique à vontade, vou ficar como seu segurança hoje." tão cafona, esses merdas sabem que estão juntando vários assassinos em uma sala e colocando alguns inúteis para nos proteger?! Não seguro uma risada debochada que faz ecoar por baixo da máscara.

VITMA 22Where stories live. Discover now