20 - Família por Hector

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Você se acostuma com a dor, sabia? Eu passei horas jogado no chão, apagava e voltava

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Você se acostuma com a dor, sabia? Eu passei horas jogado no chão, apagava e voltava. Vários carros passavam, mas ninguém queria se envolver, afinal, o cenário parecia ter saído de um filme de terror.

Um corpo no chão e um carro todo destruído. Quem vai se meter? Rastejei com as últimas forças que tinha para tentar encontrar o meu celular, porém, desmaiei antes de conseguir ajuda.


Minha mente ainda está turva, meus pensamentos se entrelaçam em uma névoa de dor e confusão. As imagens do sequestro de João ecoavam incessantemente dentro de mim, como um filme de horror do qual não consigo escapar. Estou impotente, como se estivesse preso dentro de um pesadelo sem fim.

Graças aos céus, uma patrulha da polícia passou na rua e me acudiu. Pela gravidade dos meus ferimentos, eles me encaminharam para o hospital mais próximo. Ainda abalado, passei o contato de Jayme para um dos policiais. Nem sei como ainda estou vivo. Será que foi sorte?

Fui espancado pelos bandidos, meu corpo ainda dói em cada centímetro. Após ser examinado, os enfermeiros me levaram para uma das camas do hospital. Estava cercado por outros pacientes e pelos sons dos equipamentos médicos. Minha boca ficou inchada e machucada, tornando difícil a fala. Mas apesar da dor física, minha mente parecia alerta, clamando por justiça, e preocupada com João.

Não demorou muito e as famílias de João vieram até mim. Seus rostos marcados pela angústia e pelo desespero. Eles olharam para mim com uma mistura de compaixão e horror, incapazes de compreender completamente a extensão do que aconteceu. Usei o celular de Jayme para escrever tudo o que lembrava sobre os bandidos, o carro, e sobre a tag localizadora que coloquei na meia do meu namorado, enquanto apanhava dos bandidos.


— Meu Deus! — exclamou Jayme, mostrando a mensagem para o pai e Seu Josué. — O João foi sequestrado. Pai, por favor, ligue para os advogados. Talvez, os meliantes entrem em contato logo.


— Pode deixar. — afirmou o Sr. Fernando, pegando o celular e saindo do quarto.


— Cara, — José se aproximou de mim. — o que eles fizeram com você? Eu sinto muito. — pegando em meu braço sem conseguir esconder a tristeza.


— O que vai ser do nosso filho? — questionou uma chorosa Patrícia, que se amparou com dona Esther, afinal, as duas nutriam um amor enorme por João.


— Vai dar tudo certo, Patrícia. O João é forte. — afirmou dona Esther, acariciando a mãe biológica de João.


— Vocês são os parentes do paciente? — perguntou um médico ao entrar no quarto.


— Somos. — afirmou José, pegando no meu braço e me senti muito acolhido por todos.


— Bem, os exames mostram várias escoriações pelo corpo dele, mas nada que devamos nos preocupar. Só estou esperando os resultados de alguns exames para liberá-lo. — avisou o médico para o alívio de todos. — A enfermeira vai passar uma lista de medicamentos e, também, direcionar sobre a retirada dos pontos no rosto dele. Fora isso, sinto muito pela violência e, por favor, qualquer questionamento estarei no consultório 3. Com licença. — saindo.

Tinha que ser vocêDonde viven las historias. Descúbrelo ahora