18 - Porto Seguro por Hector

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A vida é uma constante metamorfose, e aqui estamos nós, João e eu, fazendo a mudança para a casa nova, após o incêndio que devastou o seu antigo lar

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A vida é uma constante metamorfose, e aqui estamos nós, João e eu, fazendo a mudança para a casa nova, após o incêndio que devastou o seu antigo lar. Felizmente, a experiência se revelou repleta de surpresas e oportunidades.

Auxiliar a família do meu namorado foi uma tarefa fácil. Afinal, a maioria dos móveis eram novos e a própria equipe de entrega que realizou a instalação. O João ficou todo animado quando a equipe de automação chegou. Ele que era antenado no universo tecnológico teria uma casa inteligente, confesso que não sei muito sobre o tema, mas ver a alegria dele é muito bom.

A nova residência da família Guimarães ficava em um condomínio que nada lembrava o bairro afastado e carente de sua casa anterior. A segurança e o conforto eram agora aliados inseparáveis, e a perspectiva de um recomeço trouxe consigo a promessa de dias melhores.

O condomínio, com suas ruas arborizadas, refletia a mudança não apenas de endereço, mas de status e possibilidades para aquela família. João merecia esse novo capítulo, e eu estava grato por fazer parte dessa história em construção.


Porém, as novidades não pararam por aí. O Sr. Fernando chamou os netos para iniciarem nas empresas Telles, um estagiando na área de tecnologia e o outro no setor administrativo. Isso era uma guinada que contribuiria para o crescimento e desenvolvimento pessoal dos irmãos.


O quarto de João estava ficando a coisa mais linda do mundo. Ele precisou comprar roupas novas e investiu bastante em um setup para trabalhar e, claro, jogar com seus amigos. Era animador quando o meu namorado falava de seus assuntos nerds.


— Está ficando tudo muito bonito. — sentei na cama, enquanto meu namorado ligava o seu PC.


— Sim. Eu nem acredito que vou morar aqui. — confessou meu namorado, voltando a sua atenção para mim e me empurrando.


— Ei. — protestei, mas acabei deitando na cama e o João ficou em cima de mim. O encontro dos nossos corpos me deixou animado. — É tão bom te ver feliz.


— Realmente, o incêndio foi um baque muito grande. Mas agora as coisas estão voltando para o seu lugar. — ele afirmou e respirou fundo. — Tá sentindo, até a mamãe voltou a fazer seus doces.


— Eu estava com saudades dos quitutes da dona Esther. A melhor sogra do mundo. — afirmei, abraçando e beijando João.


— Ei! — exclamou José, abrindo a porta e fingindo estar chocado. — Meu Deus, temos gays nesta casa? Por favor, chame os seguranças.


— Que é? — perguntou João sem sair de cima de mim.


— Nada. Só queria te perturbar. — ele afirmou deitando na cama e me deixando vermelho. — Qual é, cunhadinho. Já passamos dessa fase. Você até me beijou ou esqueceu? Você foi o meu primeiro — ele tocou no meu cabelo. — Não me trate como um qualquer...


— Cai fora! — pediu João tacando uma almofada em José, que levantou e foi em direção a porta.


— A mãe mandou avisar que tem bolo. Seu Zé! — saindo e fechando a porta.


— Desculpa. — soltou João, deitando ao meu lado.


— Tudo bem. Pelo o que eu percebi, o bom humor do cunhadinho está de volta. — comentei, segurando a mão do João.


— Sim. Faz umas duas semanas que ele tem ido a terapeuta. As sessões estão fazendo um bem danado para ele. — explicou João.

Durante boa parte da tarde, ficamos conversando sobre as expectativas para o futuro. João mostrou a sua nova Carteira de Identidade Nacional: João Victor Soares Guimarães Telles. A sua foto estava a coisa mais fofa do mundo, eu não resisti e o beijei. O meu namorado também compartilhou sobre os primeiros dias do novo estágio. Ele ficou acanhado por ser apresentado pelo próprio Fernando Telles, que fez questão de frisar que qualquer membro da família vai começar de baixo.

Sim. O seu Fernando é direto, mas não deixa de ser paternal com as pessoas que ama. Foi assim comigo e está sendo com os gêmeos. Graças a Deus que nem todos da família são ruins. A Nataly também nos informou que a polícia já estava em busca de Viviane Telles, a responsável pelo incêndio na casa da família Guimarães.

Após o jantar, o João me fez o convite mais irresistível do mundo: sincronizar as suas tags inteligentes. Você não sabe o que é uma tag inteligente? Nem eu, porém, de acordo com o João, são dispositivos feitos para ajudar a rastrear objetos perdidos. Ele não queria ter problemas para encontrar as chaves ou objetos pessoais, como por exemplo, o celular ou carteira.


— São muitos úteis, principalmente pra mim que sou a pessoa perfeita para perder as coisas. — ressaltou meu namorando me passando uma das tags para colocar em sua mochila.


— Você vai ser o meu personal TI. — brinquei colocando o objeto no meu bolso e o abraçando.


— Sim. — ele arrumou os óculos no rosto. — Tenho um projeto para automatizar o teu apartamento. E a melhor parte? Você pode pagar com beijos e mais beijos.


— Você é um bobo. — de repente, a voz de João foi cortada por um forte relâmpago. — Eita, parece que vai cair o mundo. — ele comentou indo até janela e olhando para o céu.


— Puxa, está ficando tão tarde. — soltei deixando o meu tom de voz mais dramático. — Tudo bem, eu vou na chuva. Quem sabe me molhar ou parar em uma rua alagada e....


— Para seu dramático. — João se aproximou e me beijou. — Pode dormir aqui, mas sem saliências barulhentas.


— Sou super silencioso. — protestei.

Tinha que ser vocêWhere stories live. Discover now