CAPÍTULO 18 - TERROR NO PARAÍSO

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Já era fim da tarde, Sara percebeu que Claudio havia demorado mais para do que comum para retornar. 

Logo que chegou ao quarto, Jerusa se despede de Sara e ela fecha a porta, ela não sabia, mas uma coisa curiosa acontece, ao olhar em sua cama, percebe algo esquisito, se aproxima, se tratava de uma caixa acompanhada por uma rosa vermelha e um cartão onde estava escrito:

"- Você tem passado muito tempo dentro dessa casa, quero te convidar para sair hoje comigo, para um jantar e espero que goste do que comprei para você.

Ass.: Claudio."

Depois de ler, abre a caixa, se depara com um lindo e provocante vestido vermelho, ela senta na cama boquiaberta, põe a mão sobre a boca e pensa:

"-Uau! Esse cara é louco!"

Por volta de sete horas da noite alguém bate na porta.

-Pode entrar Jerusa! –Diz Sara sentada em um banco estofado cumprido frente a penteadeira dando os últimos retoques no batom vermelho, ao olhar no espelho, uma surpresa, não era Jerusa! Era o próprio Claudio, estava muito elegante e com um perfume que envolveu o lugar. 

Mesmo não sendo tão jovem, ele era um homem muito atraente, robusto, alto, moreno de olhos castanhos claro, não aparentava ter quarenta anos.

-Nossa! Você está linda! – Diz Claudio com os olhos fitos em Sara enquanto fechava a porta atrás de si, estava impressionado, afinal Sara era uma bela jovem mulher, olhos claros, cabelos negros que davam nos ombros, um corpo bem definido que chamava a atenção.

-Obri... Obrigada! – Ela responde um pouco nervosa, pôs o batom na mesa e ia se levantar, quando Claudio interferiu:

-Não, não, não se incomode! Pode ficar ai! -Claudio foi em sua direção tirando uma caixa do paletó – Acho que está faltando algo! – Sara o observava se aproximar pelo espelho, ele chega bem próximo dela e põe na penteadeira a caixa aveludada.

-Pode abrir! –Diz Claudio com um belo sorriso em seu rosto.

Sara então abre a caixa com cuidado, se tratava de conjunto de colar e brincos, todos dois trabalhados em diamantes, Sara fica impressionada, mesmo que tentasse, não consegue esconder sua surpresa.

-Gostou? – Pergunta Claudio.

-Eu... Eu... Não posso aceitar! É muito! –Sara se vira e olha para Claudio diretamente, pela primeira vez o fazia com facilidade.

-Fique tranquila! Não se incomode! –Esboçava um doce sorriso repousando a mão suavemente sobre o resto de Sara, ela demonstra certa resistência, mas não o impede. -Deixe-me colocar em você.

Sara se vira e abaixa seu olhar, Claudio então pega o colar, tira o cabelo que estava sobre o pescoço de Sara, o que pareceu mais uma caricia, percebe quando e põe o colar nela, depois pega os brincos, senta junto a ela no banco com as costas viradas para o espelho, aproxima seu rosto ao de Sara e com todo cuidado põe os brincos. Sara estava nervosa suas mãos estavam juntas e não paravam quietas, sua respiração um pouco acelerada, seu olhar não se dirigia a Claudio, nunca um homem havia se aproximado tanto assim, mas ele a olhando nos olhos diz como um sussurro:

-Agora sim, está perfeita.

Sara então levanta seus olhos azuis e olha bem no fundo dos olhos de Claudio. É então que alguém bate na porta.

-Com licença, Sara, posso entrar?

Era Jerusa, Sara volta-se ao espelho e Claudio se levanta e se encaminhando a porta diz:

-Pode sim!

Jerusa entra no quarto e fica surpresa, ele nunca havia entrado no quarto de Sara antes.

-Saímos em dez minutos, Jerusa acompanhe Sara a sala, o carro estará nos esperando.

Ao Sara descer deslumbrante pelas escadas para chegar a sala, todos os funcionários da casa estavam alinhados de pé, não precisa comentar a surpresa de Fred e Alonso ao verem Sara, mas desviaram o olhar por causa de Claudio que estava junto a porta a aguardando, Sara se sentia uma verdadeira rainha, nada falou mas não precisava, seu rosto expressava tudo, logo que chegou a sala e Claudio foi ao seu encontro.

-Me acompanha donzela. – Diz Claudio estendendo-lhe o braço.

-Claro! – Diz Sara com um belo sorriso, segurando o braço de Claudio, ele então a acompanha até o carro e não pense que era uma limusine com motorista e tudo, mas era uma bela Porsche conversível, com a cobertura, claro, em seguida abre a porta do passageiro Sara entra e ele logo após, sai com o carro e os seguranças em outro veículo os acompanhando. Enquanto dirigia Claudio pergunta a Sara:

-Você sabe o que significa o nome Sara?

Sara se vira para ele e com um tom descontraído diz:

-Não! Mas gostaria muito de saber!

Claudio dá um sorriso simpático e diz:

-Sarah vem do hebraico e significa princesa! – Repete se referindo a Sara -Princesa!

Sara sorri e diz:

-Há bondade sua seu fofo!

-É verdade! – Os dois riem e parece que finalmente o papo fluía entre os dois.

O jantar nem precisa dizer que foi puro luxo, com pratos deliciosos e requintados, vinhos caros e champanhe, mas também cheio de conversas, risadas, cantadas e elogios, até um toque de mãos. Tarde voltaram para casa, quase todos da casa já estavam dormindo na casa, Claudio acompanhava Sara até o quarto dela, só que parou na porta de seu quarto e disse:

-Espera! Acho que não precisa mais de uma babá! - Diz Claudio com tom descontraído -Já vou me deitar fique à-vontade! –Continuou ele voltando-se a porta do seu quarto.

-Espera! – Diz Sara como num impulso.

Claudio da meia volta.

-Eu queria te... te agradecer, você tem sido muito bom para mim!

Claudio se aproxima e diz:

-Na realidade eu que te agradeço, você tem despertado algo bom em mim, que eu não trocaria por tudo que tenho.

Sara então faz o que nem o próprio Claudio esperava, se aproxima de vez o agarra pelo pescoço e o beija.

-Desculpe! – Diz Sara se afastando.

-Não tem nada para desculpar! – Diz Claudio pegando Sara pelo braço e a beijando novamente, os dois entram no quarto de Claudio aos beijos, aquela foi a primeira noite que Sara se entregou a um homem.

Amanhece e os dois estavam na cama e são acordados por Fred batendo na porta do quarto, Claudio se levanta beija a testa de Sara que volta a dormir, põe um roupão e sai do quarto. 

Ao acordar Sara se levanta, vai para o banheiro onde já tinha uma roupa sua, obviamente algum empregado havia colocado lá, ela toma banho se arruma e vai para a sala de jantar tomar o café, no caminho escuta um grito, discursões, pedidos de clemencia, vinha do escritório de Claudio que estava com a porta encostada, Sara não pode se conter, se aproximou para espiar da fresta da porta e o que viu paralisou seu coração, Fred e Alonso estavam segurando um homem que já estava espancado e não se aguentava mais nas pernas, Claudio segurava uma pistola com silenciador, sua feição estava transformada, nem parecia aquele homem romântico de horas atrás.

-Você não tem mais jeito, você vai servir de exemplo seu desgraçado, você está morto!

Depois de dizer isso Claudio aponta a arma para a cabeça do homem e estoura seus miolos, Sara toma um susto fazendo barulho, tentando disfarçar põe a mão sobre a boca, mas mesmo assim chama a atenção de Claudio e seus capangas, Sara desesperada começa a chorar e sai andando de costas, cai e se levanta e começa a correr precisava fugir dali, seu paraíso acabara de virar uma história de terror? Seu amado era então um assassino a sangue frio?

FRANKENSTEINWhere stories live. Discover now