CAPÍTULO 15 - O PARAÍSO

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A vida de Sara naquela mansão era sim muito confortável, nunca lhe faltavam roupas estupidamente caras que sempre eram exclusivamente compradas por Claudio e entregue por uma das empregadas da casa, Jerusa, que estava sempre a sua disposição, na realidade era como "sombra" de Sara. 

Percebia também que todos a tratavam muito bem, principalmente Claudio que demonstrava um afeto muito exacerbado, sempre que a encontrava fazia questão de ser cordial e amável, isso era exclusivo a ela, pois com os outros, era um homem rígido.

Ele fazia questão de que Sara o acompanha-se todas as manhãs no café, também no almoço e jantar, mesmo assim, demorou para ela confiar nas pessoas daquele lugar, e durante um tempo permanecia calada apenas os observando.

Sara sabia apenas que Claudio Rubrêt era um homem rico, mas não fazia ideia com o que ele trabalhava, percebia a movimentação da casa, formada pelos seus "seguranças", homens brutos de grande porte e sempre armados, estavam em vários lugares da casa, dentro e fora sempre a postos, dentre eles se destacavam Fred e Alonso, os mesmo que o acompanhavam no bar "STONE HALL", pareciam na realidade os mais próximos de Claudio, estavam sempre junto a ele em casa, ou em suas constantes saídas. 

Na casa, haviam também muitos funcionários que se resumiam apenas em fazer o seu serviço sem muita conversa, as vezes havia a visita de pessoas que pareciam importantes, visitas bem objetivas, pareciam até sigilosas, Sara nunca escutava as conversas, eram feitas no escritório de Claudio sempre de portas fechadas, lugar onde não tinha acesso.

Bem, o tempo passava e tudo permanecia igual, Sara nunca saia da casa, nem se atrevia pedir, na realidade aquela casa tinha tudo que alguém poderia querer, e aos poucos, mesmo sendo muito desconfiada começou a "baixar a guarda", finalmente a grande muralha de desconfiança estava ruindo.

-Bom dia minha querida! Como dormiu? –Diz Claudio dobrando o jornal e colocando o charuto no cinzeiro, ele sempre nos cafés estava na cabeceira da vasta mesa, usava quase sempre uma camisa regata branca deixando seus braços musculosos avista, correntes no pescoço, uma delas tinha um pingente em forma de cruz, uma pulseira de ouro no pulso, acompanhado de um imponente relógio, além de uma calça social, meias e chinelo, seu cabelo era sempre no estilo "mauricinho", polido com uma risca lateral.

-Bom dia! Dormi muito bem! – Diz Sara, com um tom mais doce, menos desconfiado, digo até que amável, Jerusa puxa a cadeira mais próxima de Claudio e Sara se senta.

-Está muito bonita! Vejo que está usando o vestido que comprei! 

Ela dá-lhe um singelo sorriso, tentando olhar em seus olhos, ele prossegue.

- Está cuidando muito bem dela não é Jerusa?! – Diz Claudio sorrindo, e dirigindo os olhos para a empregada, que estava junto a mesa de pé, ela balança a cabeça consentindo e esbouçando um sorriso breve e de cabeça baixa não atrevia olhar diretamente para Claudio.

-Sim! - Sara interfere prontamente - Ela está cuidando muito bem de mim, não me deixar precisar de nada... -Ela ergue o olhar ao de Claudio e prossegue - Muito obrigada pelo vestido!

Após Sara dizer isso, Claudio percebeu que finalmente seus esforços estavam chegando em algum lugar, o que lhe agradou muito, e finalmente era a hora de investir mais.

-Com licença senhor. –Diz Alonso interrompendo o café.

-Eu detesto ser interrompido, principalmente quando estou bem acompanhado! –O tom de voz de Claudio foi de desagrado, mas todos inclusive Sara já estavam acostumados à rigidez de Claudio no tratamento dos seus funcionários.

-Desculpe senhor, sabe que não lhe interromperia se não...

-O que está feito, está feito! Vá direto ao ponto! -Interrompe Claudio, jogando o pão de forma no prato.

FRANKENSTEINWhere stories live. Discover now