|2| Mamãe Pig

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Me desculpem se existirem possíveis erros

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Eu observava Hamin mamar na mamadeira e sentia meu coração aquecido pela visão reconfortante.

O banho que havia acabado de tomar já havia dissipado o cheiro da morte que parecia impregnado em meu corpo, mas a lembrança de que estive à beira da morte ainda flutuava na minha mente. No entanto, ver meu irmãozinho tomando todo o leite, tranquilo e seguro em meus braços, tornava aquelas lembranças menos assombrosas. Minha quase morte tinha um propósito: buscar alimento para ele, e essa realização era profundamente gratificante.

Jihyo estava ao nosso lado, observando Hamin em meus braços enquanto acariciava delicadamente seus cabelos.

ㅡ Ele chorou? ㅡ perguntei a ela ㅡ Toda vez que me afasto, sinto medo porque ele costuma chorar muito quando está com fome e pode chamar atenção dos mortos.

ㅡ Não, oppa, ele não chorou. ㅡ ela sorriu. ㅡ Ele é um bebê tranquilo em meio a esse inferno.

ㅡ Ele é um sobrevivente muito forte. ㅡ Falei, voltando a olhá-lo. Hamin me fazia lembrar constantemente da nossa mãe; ele tinha os olhos idênticos aos dela. Isso também me fazia lembrar da forma como ela morreu logo após o seu nascimento, fraca, transformando-se rapidamente em um dos monstros que agora nos cercam.

Era inevitável não se tornar um após a morte, independentemente de como a morte fosse. Se o cérebro estivesse intacto, era tudo o que o vírus zumbi precisava para se impregnar e criar um monstro.

E assombrava qualquer um pensar que mesmo após uma morte tranquila, se tornar um monstro era inevitável.

ㅡ Oppa ㅡ a voz de Jihyo me tirou dos pensamentos. ㅡ você sentiu medo? ㅡ ela me olhou atentamente ㅡ Da horda? Você ficou com medo?

Suspirei, assentindo.

ㅡ É claro que eu senti. ㅡ sorri, vendo-a com seus olhos redondos, curiosos ㅡ Mas o Jungkook realmente me salvou, tinha uns duzentos mortos ao redor, se não fosse por ele, eu teria sido devorado, com certeza.

ㅡ Nossa... eu não consigo imaginar o que você sentiu, oppa. ㅡ Ela suspirou, voltando a olhar pro Hamin ㅡ e... o Jungkook, quantos anos ele tem?

ㅡ Eu não perguntei ㅡ ri baixo, erguendo meu irmão quando ele finalizou a mamadeira. Jihyo limpou a boca dele, rindo comigo quando no mesmo instante Hamin arrotou ㅡ mas por quê? ㅡ cerrei os olhos para minha cunhada ㅡ você gostou dele?

ㅡ Ele é bonito... ㅡ ela abaixou os olhos, tímida ㅡ mas não é como se o Mingyu-oppa me deixasse ter um namorado.

ㅡ Mas você já tem dezenove anos, já é uma adulta.

ㅡ Mas mesmo assim ele não deixa. Ele diz que quer me proteger.

ㅡ O seu irmão é um careta ㅡ falei, vendo-a se encolher e assentir, atenta, quando levei Hamin até o pequeno berço que ficava no canto do meu quarto. Eu retiro a fralda de Hamin e rapidamente troco por uma limpinha. ㅡ Ele não tem que permitir nada, você ainda tem uma vida e merece ser feliz nela.

ㅡ Acho que ele só tem medo que eu me machuque. ㅡ ela falou, me dando uma roupinha limpa para meu irmão, o deixando aquecido, pois logo a noite iria chegar ㅡ Depois de tudo o que aconteceu no mundo, Mingyu não me deixa sequer sair do acampamento. Ele não me ensina a atirar ou sequer me deixa limpar a área ao redor com os outros que retiram os zumbis que ficam nos muros. É como se ele tivesse me colocado numa caixinha de vidro.

ㅡ Se você quiser aprender a atirar, eu te ensino. No mundo de hoje, todo mundo precisa aprender algo assim. E não se preocupe, quando formos dormir, eu falo com ele sobre você ir comigo fazer a limpeza na próxima vez, tá bem?

Perigo Zumbi - JikookWhere stories live. Discover now