CAPÍTULO 03, Príncipe Perdido.

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Boa leitura :)

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Os dias ao mesmo tempo que pareciam se passar rápido, também era como se quem estivesse encarregado do tempo fosse uma lesma idiota e incompetente.
Todos os dias eram iguais, exceto por ele.
Kiyoomi levantada, ia a colheita, molhava as plantas que necessitavam de água, tirava ervas daninhas, colhia o que podia, tomava banho no lago, e limpava a casa, tudo com ele. Atsumu. Mas vamos admitir, ele era um pé no saco quando queria – e ele queria sempre, as vezes ele podia ser engraçado também.
Ontem mesmo ele perguntou o que era eletricidade, foram longas duas horas de tentativas para que o acastanhado pudesse entender o mínimo do assunto, imagina se ele descobrisse o que é bluetooth...

A manhã seguida a essa era o dia de ir a cidade, mencionada por Atsumu e Osamu dias atrás, talvez seja por isso que Kiyoomi percebeu Atsumu tão inquieto e calado assim que o notou pela manhã. Ele preparava o café dessa vez, e Osamu não estava presente, o cacheado pensou em questionar mas ele preferiria que permanecesse em silêncio para evitar confusões, mas porque Atsumu agia de forma tão estranha quanto a isso? De qualquer forma, eles saíram de casa e Atsumu vestia algum tipo de capa com capuz, a cada dia que passa Kiyoomi questionava sobre a saúde mental do acastanhado.

Foi uma caminhada de 1 hora e meia até eles chegarem na cidade, a entrada era aberta a todos, menos pior, isso significava que eles ainda não estavam lidando com a primeira guerra sino-japonesa. Fora isso o que o rapaz de cabelos cacheados notou foi o grande castelo que ficava dentro das muralhas da cidade, mas longe, muito longe das pessoas que viviam nela, era ridículo toda essa patifaria. As casas eram bonitas, estilo casas medievais japonesas, o que já era de se esperar, mesmo assim, era difícil não parar para admirar as construções, e as pessoas, a medida que entravam na cidade parecia que mais pessoas apareceriam, grande maioria homens, e todos com roupas antigas, alguns até com kimonos.
Durante todo o caminho Atsumu não disse nem uma palavra sequer, ele tinha medo desse lugar ou coisa do tipo? Esse cara é tão esquisito...
Quando eles entraram no centro da cidade tudo ficou mais movimentado, uma bagunça total, muita gente, poucas barracas, muitas crianças, literalmente o tipo de lugar que Sakusa odeia. Sem contar o calor do lugar, não estava tão quente mas o abafamentos das pessoas tornava tudo pior, mas, pelo ano em que estão agora o calor não é tão insuportável, mas não deixa de ser odioso.
Quando notou o clima, mais uma vez ele se recordou da guerra, a guerra acontecia no inverno de fevereiro, o que lhe dava um tempo ja que estão no outono, talvez novembro? O clima era agradável então provavelmente o inverno estava chegando, talvez ele não tenha tanto tempo.

Que? Pra onde ele foi? Meu deus, provavelmente Kiyoomi tem tdah ou coisa do tipo, porque nesse exato momento ele acabou de perceber que se distraiu com os próprios pensamentos ao ponto de parar de andar para pensar. E Atsumu não estava com ele.
OK, isso é um bom motivo para se desesperar agora.
Sakusa era um estranho ali, completamente estranho, ele não conhecia ninguém e ninguém o conhecia, a cidade era grande, não tão grande quanto Tokyo era em sua primeira vida, ele tentou procurar, de verdade, ele ia a becos, barracas, perguntava as pessoas, ele parecia um lunático toda vez que perguntava a alguém se viu um homem alto encapuzado. Suas costas agora estavam suando, sua pele quente e suas mãos frias, tudo indicava o desespero, o medo. Até ouvir... Ouvir alguém sussurrar algo que lhe chamava a atenção, um assunto que lhe convém.
"Foda-se que ouvir conversa alheia é falta de educação, eu estou rodeado de pessoas sem educação agora."

—Já faz algum tempo que o príncipe sumiu né?— era uma voz feminina, talvez uma mulher mais madura?
—Sim, talvez uns 7 anos?— agora era uma voz também feminina que falava, porém parecia mais nova.
—Não entendo como o rei ainda não entrou em desespero. Tipo, é quase uma década.
—As vezes eu fico pensando se aquelas pessoas não estavam certas.
—Sobre o rei? Que ele tinha sumido com o próprio filho?
—Sim, ele meio que nunca deu tanta importância pra exibir o filho depois que ele tinha se tornado um homem, Kagee era fanático em exibir o garoto por ai quando jovem, era como se o menino fosse um troféu. Eu achava ridículo, mas depois que isso parou foi muito estranho.

"Parece que esse lugar tem muita história pra contar."
No mesmo instante em que Sakusa começou a se interessar mais na conversa uma mão quente agarrou seu pulso, seu coração gelou, sem reação. O garoto de cabelos cacheados olhou rápido para o dono da mão calorosa e o alívio tomou-lhe conta quando perceberá que era Atsumu. Ele sentiu um conforto imenso em vê-lo, mesmo que a poucos minutos ele nem se quer havia lembrado da existência do rapaz distraído pela conversa das mulheres.

—Que susto Omi! Você quase me matou do coração, você não pode sair do meu lado.— Ele parecia um pouco nervoso, talvez ele tenha visto Sakusa bisbilhotando a conversa das moças?
—Você sabe que eu não sou uma criança para me tratar desse jeito né?
—Mas olha o tanto de gente aqui, eu podia te perder no meio da multidão!
—Como você perderia de vista um homem de quase 2m de altura?
—Não vem ao caso, não saia mais de perto de mim. Vem, vamos embora.

Atsumu agora mudou o local que sua mão agarrava e passou a segurar firme na mão direita do cacheado, era estranho, essa... sensação? Kiyoomi podia sentir os calos nas mãos do homem, provavelmente pelas longas horas de trabalho pesado, ele também poderia sentir a força que o rapaz colocava ao apertar sua mão, como ele poderia ter tanta força? O mais estranho era que nada disso incomodava Sakusa, nem mesmo o suor que escorria pelas suas mãos em contato. Estranho.
Atsumu começou a acelerar os passos e logo eles estavam fora da cidade, foi só então que ele percebeu as sacolas nas mãos do outro homem.

—Nunca mais faça isso.— Atsumu soltou as mãos de Sakusa ao falar e voltar a caminhar, ele parecia mais tranquilo.
—Você estava preocupado comigo?
—Claro que não, por mim você morria em uma vala que eu nem ligava, portanto que não sobressaísse com a culpa em minha pessoa.
—Ah sim, entendi, vou fingir que acredito para não ferir seus sentimentos, ta bom grandão?

A volta para "casa" agora parecia mais calorosa, seja lá o que Atsumu tinha ficou na cidade, e Kiyoomi trouxe da cidade questões pessoais e impessoais. Quem é o filho do rei? Por que o filho está sumido a 7 anos? Ele esta morto, ou vivo? Talvez ele perguntasse a Atsumu, ou não. Sempre que Sakusa menciona qualquer coisa que seja sobre o rei para ele... Será que?

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PECADORES, sakuatsu.Where stories live. Discover now