28| Carolina

108 11 0
                                    

Me levanto do sofá e vou até a cozinha.
Estava ficando um pouco cansada de jogar, quando não estava jogando ficava conversando com Jenny. Ela era bem divertida, e parecia saber as curiosidades mais aleatórias de todas. Sério, quem sabe que a Branca de Neve foi o primeiro longa metragem de animação?

— Carol, posso falar com você? — Ouço a voz de Victor atrás de mim e me viro para olha-lo.

Assinto imaginando que ele queria falar alguma coisa sobre o jogo.

— Você não precisa ter ciúmes do Arthur com a Julie.

O quê?!

— Eu não estou com ciúmes.

— Foi o que ele disse sobre você e o Gabriel no parque de diversões. E ele estava com ciúmes.

—Victor, eu realmente não... — Começo mas ele me interrompe.

— Ele gosta de você, de verdade. Em todo esse tempo que eu conheço ele nunca vi ele olhar para ninguém do mesmo jeito que olha para você.

Que jeito?

— Como se eu fosse uma doida que fugiu do hospício? — Pergunto fazendo ele rir.

— Não sei bem explicar, mas quando você está falando ele te olha como se fosse a coisa mais importante do mundo.

— Tudo bem, agora eu acho que você é o doido que fugiu do hospício. — Ele ri de novo.

— Não tem nada de especial no jeito que ele me olha. É do mesmo jeito que ele olha para você.

— Mas ele me ama! — Fala jogando um cabelo imaginário para trás e eu começo a rir.

— Você está tentando roubar o meu namorado? — Pergunto ainda rindo.

— Nah, eu gosto de você. E da Jenny, por mais que ela fale as coisas mais aleatórias possíveis. Você sabia que tem uma teoria de que o Nemo na verdade morreu e o filme é sobre os estágios do luto?

— De onde ela tira essas coisas?

Ele dá de ombros.Arthur  entra na cozinha e tenho que me segurar para não rir lembrando do que Victor falou.

— Posso falar com você? — Ele pergunta olhando para mim.

Victor aproveita a deixa e sai da cozinha.
Olho para ele esperando que comece a falar.

— Eu não sabia que ela ia vir para cá. — Ele diz.

— É a casa dela.

— Mas eu não sabia. Por favor eu não quero brigar com você.

— Eu também não quero, mas você... -
Começo mas paro.

— Mas eu... — Repete me incentivando a terminar a frase.

— Você fica diferente quando ela está por perto.

— Eu sinto muito. Prometo que daqui para frente eu vou me esforçar para ser o melhor namorado de mentira que você já teve.

— Vai precisar. Seus concorrentes são meus amigos imaginários de quando eu era mais nova. — O que eu estou falando? Nunca tive amigos imaginários.

— Eu ganho pontos por ser um ser humano de carne e osso?

— Você perde pontos por ter brigado comigo
ontem.

— Mas você disse que estava tudo bem.

— Nunca disse que tinha esquecido.

— Eu estou perdendo para pessoas que nem existem? — Pergunta fingindo indignação.

- Sim.

𝙛𝙖𝙠𝙚 𝙗𝙤𝙮𝙛𝙧𝙞𝙚𝙣𝙙. |volsherWhere stories live. Discover now