Capítulo 3 - "𝑼𝒎𝒂 𝒎𝒊𝒔𝒔𝒂̃𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒓𝒂𝒏𝒉𝒂"

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SAMUEL P.O.V

Desde o dia que meu irmão se foi, o mundo tinha perdido as cores e a raiva me consumia, nunca iria perdoar Poseidon por não salvá-lo. Me fechei para o mundo e não falava com quase ninguém além de Quíron, Elioth e Daniel, preferia ficar na minha e não interagir muito com outras pessoas, mas quando isso acontecia sempre aparecia meu lado malandro, minha rotina era do chalé para o campo de treinamento e de lá para o chalé, isso quando Quíron não me dava uma bronca e me colocava pra patrulhar a barreira.

Foi em uma dessas patrulhas que acabei salvando uma garota, ela estava sendo atacada por um ciclope bem próximo a barreira, seus gritos eram irritantes pra falar o mínimo, mas como era uma meio sangue eu resolvi ajudar para ver se parava com aqueles gritos estridentes.

— Cara, que barulheira é essa? Parece que alguém tá tocando uma sirene do além.

Penso alto enquanto desço a colina em direção a floresta encontrando o ciclope com um olhar faminto.

— Ei, grandão, que tal brincar com alguém do seu tamanho? —  Jogo uma pedra na direção do monstro, atraindo sua atenção. — Vai, garota, dá o fora daqui. Eu lido com o olhudo aqui.

A garota nem pensou duas vezes, levantou do chão e começou a correr em direção a barreira enquanto eu fiquei com o olhudo. O ciclope avançou na minha direção como se tivesse acabado de descobrir um banquete ambulante.

— Vem, grandão, aqui tem carne fresca pra você! —  Desviei de seu primeiro golpe desajeitado, e a luta começou.

Não é que eu seja o melhor nisso, mas já enfrentei coisas piores do que um olho só. Deslizei entre as pernas desengonçadas dele, rindo.

— Achou que ia ser fácil, né? — Com um movimento ágil, esgueirei-me para trás dele e com um golpe certeiro, o derrubei. — Desculpa, olhudo, mas essa dança é só pra quem tem gingado.

Ergui-me triunfante, observando o ciclope derrotado no chão, enfiei a espada no peito do mesmo e o mandei com passagem só de ida para o tártaro. Subi a colina limpando a espada na barra da blusa e me deparei com a garota detrás da árvore um tanto assustada ainda, me aproximei dela e olhei para a mesma guardando a espada.

— E aí, garota, vai dar um agradecimento ou vou ter que lutar contra mais monstros por pura simpatia?

— Valeu, você foi incrível! Me chamo Laila Ramirez — Ela ajustou a mochila nas costas, exibindo um sorriso tímido.

— Samuel, filho de Poseidon, mas pode me chamar de Sam , prazer em te conhecer, Laila. — Pisquei para ela e, percebendo que ela estava mancando um pouco, ofereci meu apoio. — Vamos até a enfermaria, garota. Parece que você precisa de uns curativos.

Nos dirigimos para o local, trocando histórias pelo caminho, enquanto eu tentava manter meu estilo malandro intacto. Deixei Laila na enfermaria sob os cuidados de Elioth, que parecia mais interessado em suas habilidades médicas do que nas piadas sem graça que eu tentava fazer para descontrair o ambiente.

— Se precisar de mais alguma coisa, é só chamar, garota. — Falo me dirigindo à saída. — E cuidado com esse médico, ele não tem senso de humor.

— Sam eu vou te dar um sedativo seu palhaço sem noção — Elioth protesta e sinto que é minha hora de dá o vaza.

Caminhei até a sala de Quíron, onde o centauro sábio mantinha um olhar atento sobre o acampamento.

Conjurando destinos - A herdeira de Hécate Where stories live. Discover now