Conjurando destinos - A herdeira de Hécate

Capítulo 2 - "𝑪𝒓𝒆𝒔𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒆 𝒂𝒑𝒓𝒆𝒏𝒅𝒊𝒛𝒂𝒅𝒐"

Os raios do sol se derramavam em tons de laranja e rosa enquanto eu caminhava em direção ao lago. A atmosfera era impregnada com a serenidade da iminente despedida do dia. O lago, refletindo as últimas luzes do crepúsculo, parecia um espelho líquido que refletia o esplendor fugaz do sol.

Encontrei um lugar tranquilo na margem, onde a brisa suave sussurrava entre as árvores, criando uma sinfonia suave. O céu, pintado com tons de âmbar, violeta e dourado, cativava meu olhar enquanto a luz do sol dançava nas águas do lago.

À medida que o sol se aproximava do horizonte, uma sensação de reverência preenchia o ar. Era um momento sagrado, um instante fugaz em que o dia e a noite se encontravam em um abraço celestial. O lago, testemunha silenciosa do espetáculo celestial, refletia a transição de cores vibrantes para a suave escuridão.

Respirei profundamente, absorvendo a tranquilidade do momento. Cada suspiro era como um tributo à majestade da natureza, enquanto eu me envolvia na beleza etérea do pôr do sol. As águas do lago, calmas e serenas, criavam uma moldura perfeita para a obra-prima celeste se desdobrando diante de mim.

A luz diminuía lentamente, e as primeiras estrelas timidamente pontilhavam o firmamento. A noite se preparava para assumir o manto do céu, prometendo mistérios e segredos sob a luz lunar. Eu permanecia ali, observando a transição do dia para a noite, uma testemunha grata do espetáculo cíclico que se desenrolava.

À beira do lago, envolta na magia sutil do crepúsculo, senti-me parte de algo maior. A natureza sussurrava suas histórias antigas, e eu, humildemente, absorvia cada momento, consciente da efemeridade e beleza de mais um entardecer no acampamento.

Duas semanas se passaram desde o tumulto à beira da fogueira, e o acampamento agora estava envolto em uma calma renovada. Ouço alguém se aproximar e me viro para olhar, era Juan que estava vindo o que me fez perceber que fazia duas semanas que não nos falávamos. Ele se aproximou com uma expressão sincera, como se carregasse o peso do que acontecera nas últimas semanas.

- Lilith, podemos conversar? - começou ele, com um tom de voz que denotava arrependimento.

- Prossiga, estou lhe ouvindo - sento-me a beira do lago e o convido para se juntar a mim.

Após receber minha permissão ele se aproximou devagar e tomou um assento ao meu lado, olhou para as mãos e respirou fundo antes de me olhar nos olhos.

- Eu queria pedir desculpas por ter explodido daquela maneira. Fui impulsivo e deixei que minha preocupação por você nublasse meu julgamento. Não foi justo, e eu sinto muito.

Olhei nos olhos dele, reconhecendo a sinceridade em suas palavras.

- Aceito suas desculpas, Juan. Eu também reconheço que as coisas estavam intensas, e todos nós agimos de formas que não esperávamos.

- Eu estava preocupado com você, Lilith. Mas entendi que você pode cuidar de si mesma. Fiquei irritado sem razão. - Juan assentiu, visivelmente aliviado.

- Somos amigos, Juan. Eu entendo que a preocupação estava lá, mesmo que tenha se manifestado de uma maneira... explosiva - respondi, tentando trazer um toque leve à conversa.

- Explosiva é uma boa palavra para descrever. Eu prometo tentar manter o temperamento sob controle da próxima vez. - Ele soltou uma risada leve, concordando.

Conversamos por um tempo à beira do lago, compartilhando experiências e risos para dissipar a tensão remanescente. Aquela conversa à beira do lago não apenas reconciliou nossas diferenças, mas fortaleceu a amizade que sempre esteve no cerne do relacionamento entre Juan e eu.

Nos conhecíamos desde que nascemos praticamente, éramos vizinhos e sempre estávamos juntos, eu via ele como um irmão mais velho e o respeitava como tal, mas as vezes o ciúmes dele passava do ponto e já aconteceu de termos várias discussões, graças aos deuses sempre nos resolvemos, não imagino como seria minha vida sem meus dois pedaços de estresse ambulantes. Aquele momento me fez lembrar do dia que chegamos ao acampamento juntos...