15. Culpa e Raiva

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Depois da agitada e bastante louca quinta-feira que marcou o início de maio com a excursão de Harry e Malfoy ao quarto andar do Heston Blumenthal, a sexta-feira parecia bastante tranquila, especialmente se considerarmos que era 2 de maio. Aquele dia foi complicado para qualquer um dos envolvidos na Batalha de Hogwarts, mas nenhuma das quatro pessoas que se reuniram na Sala Segura de Malfoy comentou sobre esse fato, e todos tentaram fingir que era um dia como qualquer outro. Porém, nenhum deles estava com disposição para resolver um caso complicado como o que tinham em mãos.

Harry e Malfoy começaram o dia contando a Ron e Hermione todas as coisas que descobriram enquanto ouviam a conversa de Merula Snyde e Harvey Burke. Todos concordaram que a conversa tinha muitas pistas úteis, mas não poderia levá-los muito mais perto de descobrir quem realmente era Aurum Papilio. Mas isso lhes deu um ponto de partida, então tiveram que considerar isso uma vitória.

Aurum Papilio era uma mulher, e uma mulher que não desempenhava papéis ativos nas atividades da Borboleta Dourada.

“Ela é a cabeça e nós somos as asas. E temos que ajudá-la a voar.”

Essa foi a principal nova pista. Aurum Papilio era apenas um estrategista. Quem quer que fosse, ela planejava os movimentos de sua organização, como chefe, mas Harvey Burke era o responsável pelas operações efetivas, o general que fazia as coisas acontecerem. Isso combinava com todas as coisas que Malfoy havia descoberto até agora, e com o fato de que ninguém, mesmo dentro da Borboleta Dourada, parecia ter a menor ideia de quem era AP. Até o fato de ser ‘ela’ já era muita informação.

Harry olhou para seu caderno um pouco desanimado. Ele leu as palavras que escreveu ontem à noite, depois de voltar daquele restaurante, repetidas vezes, sentindo seus olhos implorando por um pouco de sono.

“Aurum Papilio: Perfil

Mulher, estrategista, incapaz ou evasiva de participar das atividades de sua própria organização.

Pessoa acima de qualquer suspeito?

Figura confiável/inocente?

Figura política ou pública? Alguém em posição de poder?

Fugitivo? Alguém já é culpado ou acusado de alguma coisa?

Outra deficiência que a impede de agir?

P̶r̶i̶s̶i̶o̶n̶e̶i̶r̶o̶? Nenhuma comunicação com o mundo exterior em Azkaban. Não há como transmitir ordens.

Ela precisa se esconder? Ela escolhe se esconder?

Por que ela está se escondendo?

Harry olhou para aquela pergunta, mas não havia chegado mais perto da resposta nas últimas duas horas. Ainda havia muitas possibilidades.

— Acho que ela escolhe se esconder. — Malfoy disse atrás dele, assustando Harry um pouco. Ele estava olhando as anotações de Harry por cima dos ombros.

— Por que? — Harry perguntou, desviando o olhar dele e voltando para suas anotações.

— Não sei. Parece mais 'certo'. Mas ainda não posso lhe dar uma razão adequada. — Malfoy respondeu, e se virou para olhar para o tabuleiro.

Harry ficou um pouco distraído novamente, olhando para Malfoy olhando para seu tabuleiro. Malfoy parecia completamente concentrado e despreocupado, como se toda a interação deles no restaurante tivesse sido completamente normal. Harry era quem estava lutando com a enorme quantidade de Malfoy enchendo sua mente. As imagens dos olhos lacrimejantes animaram Malfoy naquela falsa discussão, a sensação da respiração apressada de Malfoy contra sua mão e a forte batida do coração de Malfoy contra seu peito, quando Harry o pressionou contra as estantes. Ah, e aquele perfume suave e doce de madeira cítrica dele…

Draco Malfoy and The Aeternum Caput | DrarryWhere stories live. Discover now