𝐌𝐘 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃𝐋𝐄𝐒𝐒 - 𝖻𝖾𝖺𝗎𝖺𝗇𝗒 𝗌𝗍𝗈𝗋𝗒

⋆౨ৎ˚ 040

Eu não gosto de estar brigado com ela mas eu sinto que ela não leva isso de estarmos juntos a sério, não é que ela não de valor mas se ela dá, ela não mostra tanto.

Nas primeiras vezes ela até era mais carinhosa, ultimamente sou sempre eu tentando confortá-la, quando eu não estou bem assume que estou bravo com ela ao invés de falar menos e fazer mais.

Não dá para ser apenas eu a abraçá-la ou deixá-la mais calma e ela não fazer isso comigo também até porque eu não estou nem o tempo todo, não teria orgulho em ser como os caras que fingem que não têm sentimentos mas as vezes acho que ela me vê dessa forma.

— porque não vai fazer algo? - perguntei porque estamos os dois olhando para o chão. - ou vai para outro lugar?

— porque eu não tenho nenhum lugar para ir e ninguém para conversar, a sina está ensaiando.

Ela se levantou e foi para a zona do banheiro, suspirei e peguei o meu celular na tentativa de me distrair mas não deu muito certo e ainda faltam vinte minutos para voltarmos a ensaiar.

Gabrielly voltou e se aproximou mas eu não consegui olhá-la.

— Josh..?

— que foi?

— deixa para lá... - ela se sentou ao meu lado e pegou no celular dela também. -

— é importante? - perguntei, se ela me chamou é porque queria falar algo. -

— não, só esquece isso.

Olhei brevemente para ela enquanto a morena vasculhava a mochila.

— perdeu alguma coisa?

Ela negou com a cabeça e se encostou na parede.

— Any? - desviei os seus cabelos e analisei o seu rosto. - encosta aqui.

Ela negou com a cabeça e eu continuei a olhá-la enquanto a mesma olhava para o chão, a sua respiração está claramente alterada e a sua perna está tremendo indicando que tem algo errado.

— Any, você quer conversar comigo? Podemos conversar. - falei não conseguindo ver a morena assim. -

— não, está tudo bem. - ela parecia falar mais para ela mesma do que propriamente para mim. -

— não parece. - apoiei a mão na sua coxa e ela baixou mais a cabeça. - Any, quer ir lá fora?

Gabrielly não falou nada então eu me levantei e fiquei no meio das suas pernas.

— Any, olha para mim.

Levantei o seu queixo vendo os seus olhos completamente marejados e os seus lábios tremendo.

— encosta aqui. - pedi e ela ficou quieta então eu levei a mão à sua nuca e encostei a sua cabeça na minha barriga. - você quer água?

Ela negou e eu consegui ver as suas lágrimas cair sobre o próprio colo.

— Fala comigo. - pedi me agachando na sua frente. - pode falar.

Eu sinto que a culpa dela estar assim não é só minha, sinto que é algo pessoal dela mas neguei tantas vezes que ela falasse comigo que é natural que ela não consiga fazê-lo agora.