A gente

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Os dias estão cada vez mais lentos, as horas parecem congelar e os segundos parecem se esquecer de contar.

O lorde se mantém distante de Catarina. Eles quase não se encontravam mais. Ao acordar, o lado da cama onde sempre dormia Tom, não era ocupado com o corpo dele. Seu assento durante o almoço permaneceu fechado e ao anoitecer, ele adormecia alguns minutos após sua esposa.

Catarina já havia se cansado disso. Ela queria tudo como antes. Queria a atenção de seu marido, que embora não fosse tanta, era mais que apenas um breve encontro no corredor. Sinclair gostaria de senti-lo outra vez. Ela estava sofrendo com seu castigo.

— Você já pensou que talvez devesse se esforçar para tê-lo outra vez? - Indagou uma de suas empregadas.

— Eu? - Ela se voltou para a mesma com um semblante curioso. — O que pode surpreendê-lo? - Questiona ao pentear seu cabelo.

— Bem, homens são homens. - Ela sorri de forma esquisita para sua patroa.

Catarina decidiu ficar acordada até mais tarde, à espera de Tom. Talvez eles pudessem conversar e esquecer aquilo, embora ele tenha dito que só a perdoaria se merecesse seu perdão.

Vestiu-se com sua camisola favorita após um bom banho e utilizou de cremes com o cheiro favorito de seu esposo para parecer mais cheirosa do que o normal. Catarina sabia que aquela não era a maneira certa, mas talvez funcionasse. Vestiu um roupão e caminhou desta forma pelos corredores da casa, em busca de Tom.

Após bater a porta, adentrou o escritório dele, observando o ambiente ausente de qualquer resquício de luz. Ele não estava presente, embora sempre estivesse a esse horário.

— Bem, ele deve estar se preparando para dormir. - Murmurou consigo mesma ao bocejar. — Ja é quase uma da manhã mesmo. - Suspirou, voltando a caminhar.

Catarina decidiu procurá-lo pela casa, mas não havia encontrado nada. Ninguém dissera a ela o motivo e o sumiço de seu marido.

— Senhora, ele saiu a uma hora. - Respondeu um empregado a pergunta de Sinclair.

Ela se sentiu rejeitada. Tom nunca saia tão tarde. O que ele iria fazer? Com quem iria?

Catarina pensou que seria o certo se ele a traísse  também, afinal ela já o fez. É como acertar as contas. Ela se repreende quando percebeu a maneira com qual estava pensando.

Uma hora havia de passado quando ela decidiu esperar por Tom na sala de espera, por isso ela decidiu que ia esperá-lo em seu quarto, finalmente percebeu como poderia ser constrangedor se ele chagasse acompanhado.

Sinclair dedicou sua atenção a um livro enquanto esperava. As horas passavam e Tom não adentrava o quarto. Quando ela percebeu, já havia chego ao último capítulo de seu livro, já morta de sono, com os pássaros cantando e o sol invadindo seu quarto.

— A senhora Riddle adormeceu há apenas duas horas enquanto esperava o senhor, milorde. - Comentou um empregado, após ser perguntado.

— Ela esperou por mim até às cinco? - Questionou outra vez, obtendo confirmação.

O lorde a observou. Ela dormia tranquilamente com o livro sobre a metade de seu rosto e sem nenhum tipo de cobertor cobrindo seu corpo. Ele se aproximou, fechando o livro e notando o quanto ela havia lido, então seus olhos observaram o decote da camisola imediatamente emitindo um sorriso.

— Então é desta forma que você pretende me conquistar? - Ele cobre o corpo dela com o edredom.

Quando Catarina despertou algumas horas mais tarde, ela soube que Tom a havia ajudado a se cobrir e a guardar seu livro, embora duvidasse disso também. Ela limpou sua agenda, então procurou por seu marido.

— Estou ocupado. - Disse sua voz fria, após escutar batidas a porta.

— Tom, nós podemos conversar? - Ela questionou ao adentrar o escritório dele, obtendo olhares esquisitos como resposta.

— Catarina... - Murmurou se levantando e caminhando em direção a ela. — Eu estou ocupado, conversamos depois. - A empurrou para fora, fechando a porta com frieza.

— Canalha! - Exclamou ela, com ódio após ser expulsa.

— Infiel! - Exclamou ele, trancando a porta como uma resposta e um aviso.

Embora estivesse irritada, ela estava apoiando a reação de seu marido. Entendia que ele teve seu ego ferido pela traição. Mesmo assim, ainda sentia ódio dele.

Ela fez a mesma coisa naquela noite, preparando seu corpo com cremes cheirosos e uma linda camisola. Ela queria que toda aquela briga acabasse, afinal haviam se passado quase três semanas e alguns diálogos desde o ocorrido.

O relógio marcou quase duas da manhã quando Tom adentrou o quarto, observando Catarina ler um livro diferente do qual havia lido ontem.

— Tom. - Ela se colocou de pé, observando-o afrouxar a gravata. — Vamos conversar... - Segurou os ombros dele, observando-o encara-lha sem parar.

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⏰ Última atualização: Jan 28 ⏰

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