Pessoas

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— Boa noite, senhor. - Cumprimenta Catarina, ao aproximar-se do homem bem vestido.

— Olá, senhorita. - Ele sorri, contemplando-a com o olhar. — Tudo certo? - Indaga ele, ao puxar assunto.

Eles conversaram por três horas seguidas. O homem era Anthony Foutenier, um empresário trouxa muito bem sucedido, de vinte e oito anos.

Mas o que aquele grupo de homens pelo qual Anthony fazia parte estaria naquele ambiente de exclusividade feminina e principalmente bruxa de alta sociedade totalmente preconceituosa?

— Eu vejo a aliança em sua mão... - Ele se volta para ela com um semblante estranhamente atraente. — Mas eu prefiro acreditar que seja falsa. - Ela sorri, quebrando o contato visual.

Foutenier desconhecia de suas façanhas, jamais terá visto Catarina em uma só página do profeta diário, afinal ele era apenas um trouxa que não obtinha conhecimento sobre o mundo bruxo, ou principalmente sobre Tom.

Não havia como negar a química que havia entre eles. Adeline, que observava de longe, temia por sua amiga, mas sentia-se principalmente preocupada com o sangue não mágico de Anthony.

Catarina sabe o que pode acontecer na pior das possibilidades, mas mesmo assim ainda flerta com o pobre coitado.

Adeline sentiu-se muito mal quando Anthony finalmente se aproximou e envolveu seus lábios aos de Catarina em um beijo sedento e sensual, enquanto sua mão tomava posse de algumas partes do corpo dela.

Observando o momento, ela pôs mais uma taça de champanhe para dentro, suspirando em seguida. A mulher observa ao redor verificando se alguém também obtinha conhecimento daquele momento entre os dois mais a fundo da paisagem.

— Catarina... - Murmura após ambas as duas estarem finalmente a sós, caminhando do carro até a porta da casa de Sinclair. — Por que o beijou? - Questionou parando por certo momento.

— Bem... Eu quis quebrar meus padrões já programados. - Suspira, sorrindo.

— E para descobrir-se, colocou a vida de uma pessoa inocente em perigo. - Elas se observam, finalmente caindo a ficha para a outra. — Eu fiz de tudo para ser a única que soubesse disso. Se Anthony morrer, sinta-se culpada por isso. - Ela suspira, voltando até seu carro.

Catarina a observa de longe. Ela se mantinha surpresa. Sinclair ignorou toda e qualquer possível consequência sobre seus últimos atos.

Ao adentrar a casa e caminhar pelos corredores, ela passa pela porta aberta do escritório de Tom.

— Catarina. - Diz sua voz um pouco cansada. Ele a observa escorar-se sobre sua porta.

— Sim? - Indaga sua voz doce, apertando os lábios com certo nervosismo.

— Aproxime-se. - Pede o lorde, Catarina o faz de forma rápida, chegando ao lado dele.

Tom a puxa pelo braço, então a coloca sobre o seu colo, apertando o corpo dela contra si, por fim selando seus lábios aos dela.

— Eu pensei sobre nossa conversa hoje mais cedo. - Observa o rosto da mesma. — Eu vou tentar amá-la. - Ela sorri, selando seus lábios outra vez.

— Está tudo bem... - Catarina parecia estranhamente contente. — Agora eu preciso ir... - Coloca-se de pé, selando seus lábios por uma última vez antes de deixar a sala.

O lorde a estranhou. Ele havia sido compreensivo e gentil, demonstrando afeto e sentimento por ela, mas tudo o que recebe é uma resposta suspeita de alguém que havia feito algo de errado.

Embora não a conheça tão bem quanto qualquer outra pessoa, Tom reconhece que aquela não é sua Catarina, sua esposa criada para ele. Era visível para qualquer um como ela se mantinha estranhamente fechada.

Ao deitar-se sobre sua cama, naquela noite, Catarina derramou lágrimas de medo, revivendo o momento em sua mente por muitas vezes enquanto chorava.

Ela não havia parado para pensar em todas as consequências que haveriam. Sinclair só conseguiu pensar em como estava cansada de não ser retribuída, de ter sua vida programada a depender de alguém.

Fora certamente egoista, porém ainda não se arrependia, embora se sentisse mal pelo futuro daquele homem. Era como comer aquele doce que você não tem permissão para comer, mas come do mesmo jeito.

— Talvez você queira conversar... - Ele suspira, acariciando o quadril da mesma. — O que a incomoda? - Indaga com a voz ainda gentil.

— Não é nada... - Ela murmura tentando esconder o fato de ter chorado. — Eu só me sentia muito presa... - Ele parece confuso.

— Presa? - Gargalha sua voz atraente. — Presa a que, Catarina? - Afasta sua mão dela.

A mulher se colocou sentada, voltando-se para a direção do lorde, que agora mantinha um semblante sério, observando o rosto melancólico de sua época.

— A você, Tom. - Ele libera um pequeno sorriso seguido por uma gargalhada. — Eu não estou brincando. - Seu tom tristonho de repente chega ao fim.

— Do que é que você está falando? - Ele indaga, ainda mais sério do que antes. — Eu não mantenho você aqui como prisioneira. - Bufa reclamando.

— Você não é um Deus para decidir a vida de alguém, sabia? - Ele se coloca de pé. — Se você queria filhos, por que não os fez logo? - Ele balança a cabeça negativamente.

— Eu tenho uma posição muito importante e mereço uma mulher decente para dar à luz aos meus futuros filhos! - Exclama, voltando-se para ela.

— Eu não quero mais isso! - Ela da fim a discussão com apenas cinco míseras palavras.

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Algum palpite para o próximo capítulo? 👀

Criada Para Isto - Tom RiddleWhere stories live. Discover now