Criada Para Isto - Tom Riddle

Transformações

— Milorde, devemos comparecer à festa do senhor Warren, está noite. - Murmurou um dos empregados do lorde enquanto lia a lista de afazeres do homem.

— Certo. Ordene que Mathew prepare meu banho. - Disse enquanto assinava alguns papéis.

Hoje havia completado dois meses desde as " férias " de Catarina. A vida de Tom parecia seguir normal, de acordo com a sua vida de solteiro.

Ele pareceu não dar tanta importância a sua esposa, muito menos a falta dela, apenas agiu normalmente, permitindo-se pensar sobre ela, apenas poucas vezes.

Enquanto o lorde trabalhava, Sinclair se divertia no interior da Inglaterra. Ela tirou férias, mas havia ficado mais pálida, dedicando-se aos seus passatempos prediletos, como ler livros, escutar músicas e fazer bailes.

Tais bailes, que se tornaram famosos na capital, afinal, eram tomados por tecnologias recentes e atrações persuasivas. Embora todos já soubessem a identidade da esposa de Lorde Voldemort, ela ficou mais conhecida por anfitrionar os melhores bailes da Inglaterra.

Seu marido sabia exatamente aonde ela se localizava e quem entrava ou deixava de adentrar seu quarto. Ele havia descoberto tudo, quando mandou que ficassem de olho nela.

Ele não havia se decepcionado com ela. Afinal Catarina não era a mulher mais interessante que ele já havia conhecido, até porque ela agia como uma mulher de quarenta anos, embora tivesse apenas vinte e seis anos de idade.

Apesar disso, houve relatos sobre aproximações masculinas que ele teve de eliminar, caso o contrário, Catarina correria risco de ser persuadida.

Desde o momento em que o lorde verificou o calendário, sua memória fora refrescada pelo círculo vermelho que ele havia feito sobre o dia de hoje, o que o recordou sobre o fim das férias de sua esposa. Ela teria até meia-noite para comparecer de volta ao seu posto como esposa de um homem importante, devota aos deveres de uma mulher.

Embora não fizessem muito contato, o casal chegou a trocar pelo menos meia dúzia de cartas em dois meses. Nelas, Catarina detalhava críticas sobre seus últimos e inigualáveis bailes, enquanto Tom, apenas mencionava que estava repleto de trabalho.

O homem pareceu reconhecer o bem que as férias fizeram a sua esposa. Ela parecia tão radiante e feliz nas cartas, que ele não a reconhecia. Embora ainda mantivesse o sarcasmo, não era ruim.

— Obrigado por comparecer, Milorde. - Murmurou o senhor Warren, reverenciando-o.

Com sua frieza, o lorde apenas assentiu e seguiu seu caminho, observando o salão inteiro reverencia-lo.

Seria um erro mencionar que ele não estava ansioso pela chegada de Catarina. Ele sabia que ela chegaria no meio da festa, afinal, não deu as caras o dia inteiro.

Como o imaginado, quando o relógio bateu meia-noite, ele observou sua esposa caminhar até ele de forma fria e calma. Eles se encaravam em silêncio, e ela parecia pronta para qualquer desafio.

— Catarina. - Murmurou ele, segurando a mão dela. — Você parece um pouco pálida, embora tenha tirado férias. - Ele a conduziu até o salão de danças.

— Poupe-me de sua atuação banal. Todos nós sabemos que você sempre soube aonde eu estive. - Ele sorriu, selando seus lábios contra o dorso da mão dela antes de dar início a uma dança lenta, conforme a melodia que tocava o piano.

Ele a encarou de uma forma fria e interrogatória, ao mesmo tempo que ela o fitava esperando algum tipo de bronca, ou, sermão.

— Divertiu-se o bastante? - Indagou colocando sua mão sobre a cintura da mulher.

— Sim... A propósito, estive bastante ocupada com as últimas críticas sobre meu novo hobby para escrever cartas. - Sorriu finalmente desfazendo a atmosfera caótica.

— Estou contente que tenha consagrado o título de " melhor anfitriã para bailes " - Eles sorriram em sintonia. — Desta maneira, poderemos fazer diversos bailes. - Ele aproximou seus corpos. — Entretanto... - A palavra que Catarina mais temia naquele momento. — Agora que seu período de férias chegou ao fim, acredito que por mais responsável que você pareça, eu ainda preciso refrescar sua memória sobre suas tarefas. - Sussurrou sobre o ouvido dela.

— Como esperado, você não conseguiu conter nem os primeiros cinco minutos sem mencionar o porque de eu estar viva. - Ele sorriu ao fitar o relógio.

Eles continuaram dançando, aproximando seus corpos há cada passo sincronizado. Catarina sentia o hálito fresco de Tom sobre seu rosto, recordando-se de sua breve lua de mel. O perfume doce e viciante de Sinclair adentrava as narinas do lorde fazendo com que ele se sentisse nostálgico, afinal, haviam dois meses que ele não sentia o cheiro de sua mulher.

— Estive pensando sobre nós... - Murmurou ele, observando-a encara-ló. — Agora que cumpri nosso acordo, você deverá cumprir a razão de sua existência. - Sua mão acariciou a nuca dela. — Diga adeus a Europa e olá a América. - Fitou o rosto dela se tornar uma confusão.

Novos questionamentos surgiram entre os pensamentos dela, afinal, Catarina havia acabado de chegar de suas " férias " .

— O que... - Murmurou de forma baixa. — O que você quer dizer com isso, Tom? - Indagou observando-o franzir as sobrancelhas.

— Tom? - Ele questionou ao perceber que ela jamais havia pronunciado seu nome.

— Você me chama por Catarina. - Ele pareceu pensativo. — Somos casados, e você já possuiu meu corpo, o que nos faz suficientemente próximos o bastante para que eu o chame pelo seu nome. - O homem sorriu, aproximando-se dela.

— Catarina. - Enunciou enfatizando o nome dela. — Antes de me chamar pelo meu nome, deve conferir minha vontade. - Ela suspirou desviando o contato visual. — Mas você tem razão. Somos casados, então deve me chamar pelo nome. - O contato visual fora retomado.

— Então... - Havia calma em seu tom de fala. — Tom... Por que devo dizer adeus a Europa? - Indagou de forma confusa, retornando ao ponto principal. — Você me mandara para a América? - Questionou com certa dúvida.

— Não, querida. - Acariciou o rosto dela com calma. — Eu apenas decidi que ainda não tivemos nossa devida lua de mel. - Ela assentiu. — Desta forma, a teremos. - A mulher pareceu pensativa.