Traições

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Algumas horas antes

— Anthony Foutenier, milorde! - Menciona um de seus fiéis. — Houve contato físico, traição pela parte de sua esposa. - Ele observa ao seu lorde

Tom fitava a enorme janela em seu escritório. A noite estava silenciosa e bastante estrelada, o clima estava gostoso, embora o humor do homem esteja bastante afetado.

— Saia. - Disse ele, de forma ríspida. — Imediatamente. - Suspirou, tentando acalmar-se.

Ele ingeriu o último gole de sua taça de vinho, jogando-a contra a estante de livros assim que a porta bateu, chutando sua mesa logo em seguida.

O lorde estava furioso, ele queria matar Catarina, estrangulando-a até a morte com suas próprias mãos.

Ao adentrar a casa e caminhar pelos corredores, ela passa pela porta aberta do escritório de Tom.

— Catarina. - Diz sua voz um pouco cansada. Ele a observa escorar-se sobre sua porta.

— Sim? - Indaga sua voz doce, apertando os lábios com certo nervosismo.

— Aproxime-se. - Pede o lorde, Catarina o faz de forma rápida, chegando ao lado dele.

Tom a puxa pelo braço, então a coloca sobre o seu colo, apertando o corpo dela contra si, por fim selando seus lábios aos dela.

— Eu pensei sobre nossa conversa hoje mais cedo. - Observa o rosto da mesma. — Eu vou tentar amá-la. - Ela sorri, selando seus lábios outra vez.

— Está tudo bem... - Catarina parecia estranhamente contente. — Agora eu preciso ir... - Coloca-se de pé, selando seus lábios por uma última vez antes de deixar a sala.

Ela não havia parado para pensar em todas as consequências que haveriam. Sinclair só conseguiu pensar em como estava cansada de não ser retribuída, de ter sua vida programada a depender de alguém.

Fora certamente egoista, porém ainda não se arrependia, embora se sentisse mal pelo futuro daquele homem. Era como comer aquele doce que você não tem permissão para comer, mas come do mesmo jeito.

— Talvez você queira conversar... - Ele suspira, acariciando o quadril da mesma. — O que a incomoda? - Indaga com a voz ainda gentil.

— Não é nada... - Ela murmura tentando esconder o fato de ter chorado. — Eu só me sentia muito presa... - Ele parece confuso.

— Presa? - Gargalha sua voz atraente. — Presa a que, Catarina? - Afasta sua mão dela.

A mulher se colocou sentada, voltando-se para a direção do lorde, que agora mantinha um semblante sério, observando o rosto melancólico de sua época.

— A você, Tom. - Ele libera um pequeno sorriso seguido por uma gargalhada. — Eu não estou brincando. - Seu tom tristonho de repente chega ao fim.

— Do que é que você está falando? - Ele indaga, ainda mais sério do que antes. — Eu não mantenho você aqui como prisioneira. - Bufa reclamando.

— Você não é um Deus para decidir a vida de alguém, sabia? - Ele se coloca de pé. — Se você queria filhos, por que não os fez logo? - Ele balança a cabeça negativamente.

— Eu tenho uma posição muito importante e mereço uma mulher decente para dar à luz aos meus futuros filhos! - Exclama, voltando-se para ela.

— Eu não quero mais isso! - Ela da fim a discussão com apenas cinco míseras palavras, colocando-se se pé.

— Você não quer, não é? - Ela se volta para ele. — Muito bem... - Eles se encaram. — E você vai fazer o que? - Também se pois de pé. — Fugir ou chorar? - Ele sorri. — Você achou que eu jamais saberia... - Suspirou.

Ela sentiu seu coração falhar, engolindo toda a sua próxima resposta agressiva, afinal ele estava com a razão neste momento, além de tudo o que ele estava dizendo ser verdade. O que ela poderia fazer se fora feita para ele?

— Não estou interessada no que farei, e sim no que você fará. - Ele sorriu, aproximando-se dela de forma lenta. — Admito estar errada, e eu sou única aqui, não ele. - Ela observou um longo sorriso tomar conta do rosto de seu marido. — Se você quiser punir alguém, puna a mim. - Seus corpos estavam próximos.

— Você quer ser punida? - Gargalhou de forma marota. — E o que você tem para que eu tire de você? - Eles se encararam intensamente. — Liberdade... Não. - Ela revirou os olhos. — Poder... Também não. - Ela se afastou. — Jamais a machucaria fisicamente, então a única opção que me resta é tortura-la mentalmente. - Ele segura o rosto dela. — Você realmente me irritou desta vez, Catarina, por isso vou mostrar a você até onde consigo ir. - Seus olhos fitaram os lábios dela rapidamente.

— Você me subestima, Tom. - Eles se encararam outra vez. — Você acha que não tenho poder, mas sou sua esposa, sou alguém suficientemente capaz de lidar com as consequências de minhas ações. - Ele gargalha. — Não esqueça... Você me treinou como sua igual. - Ele suspirou, quebrando o contato visual.

— E você acha que sabe tanto quanto eu? - Gargalhou outra vez. — Realmente acredita que apenas a teoria pode salvá-la? - Um sorriso atraente tomava seus lábios. — Tudo o que acredita saber está apenas no papel. Eu a treinei, e mesmo não estando lá, a conheço melhor do que a si mesma. - Ele se afasta.

— Você devia ser mais modesto. - Ela o observou caminhar até a cama. — Como é que pode saber tanto sobre mim se antes de nós casarmos eu o vi no máximo três vezes em minha vida? - Ela se sentia inferior. — Se soubesse alguma coisa sobre a minha pessoa, certamente não me faria passar por este momento. - Ela tem seus olhos tomados por lágrimas.

— Catarina... - Ele pronuncia suavemente, voltando seus olhos para ela e analisando-a. — Você é quem subestima meu poder. - Mantinha um semblante sério. — Diga-me, o que eu posso fazer para ajudá-la? Eu sinto muito por ser tão sincero, mas é algo que me beneficiará? - Houve silêncio.

Tom a fitou derramar algumas lágrimas. Ele entendia do que ela precisava e do choque que está passando. Ser treinada para amar alguém e não ser correspondida é terrível.

— Preciso que compreenda meu lado, meu amor. - Disse ao segurar o rosto dela, com carinho. — Sei o quanto você quer que sejamos um casal que se ame verdadeiramente. - Acariciou o rosto dela.

— Então ajude-me com isso. - Ela finalmente aceitou o contato visual. — Tente, apenas tente fazer com que nos apaixonemos um pelo outro. - Ela sentia a traição de suas próprias palavras.

— Você sabe que não merece isso. - Ele se afastou outra vez. — Catarina, mantenha-se fiel às suas palavras, faça-as delas o certo e não se contradiga. - Ela liberou mais lágrimas. — Não a perdoarei sem motivo. - Disse com frieza.

Riddle saiu do quarto com passos leves, fechando a porta, e embora estivesse furioso, ele queria mostrar a ela um lado gentil e compreensivo para que Catarina se arrependa profundamente de suas palavras, ele a castigaria deste jeito, se sua esposa não lhe deu valor enquanto o tinha, o procurará quando não o tiver.

Ela desabou sobre o chão, aumentando a intensidade de seu choro. Aquele diálogo realmente a havia feito se arrepender de suas ações, mas também sentia raiva, aquele era o sentimento mais constante em seu coração.

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Já faz um tempo hein?
Como vocês estão?

Criada Para Isto - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora