Capítulo 17

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Gatilho: Crise de ansiedade

Era a noite e Sasuke e seu pai já tinham ido embora. Eu estava deitado no meu quarto e olhava o teto branco.

A vantagem de ficar rodeado de pessoas é que assim eu não penso. Mas, quando fico sozinho, meu estômago embrulha e minha mente logo vaga para lugares que não deveria.

Meus pais vêm me rodeando e oferecendo sutilmente que eu iniciasse o tratamento com um psicólogo, e eu pensei em aceitar, mas ir até lá é declarar que estou mal.

Curiosamente, eu me afastei de maneira significativa de Deidara e Obito, o que era estranho já que eles seriam as pessoas que mais poderiam me entender.

Eu rolei na cama e tentei esconder minha frustração, mas ela se fez presente e isso me atrapalhou muito.

Alguém bateu na porta e mesmo sem minha autorização, Obito entrou no meu quarto. Seu rosto estava muito bravo, ele parecia realmente irritado com alguma coisa e isso me deixou curioso.

— Acha que pode me ignorar? — Obito falou bem irritado. Me sentei na cama e vi ele bufar.

— Não estou ignorando ninguém! — Menti!

— Mentira! — Disse, irritado.

— Aí Obito, me erra! — Falei me deitando de costas para ele e cobrindo minha cabeça com a manta.

Demorou segundos até a manta ser puxada violentamente e meu corpo ser virado.

— Abre a boca e fala o que está acontecendo! — Obito falou.

— Vai para o inferno, Obito! — Falei.

— É o lance da sua mãe, não é? — Disse mais calmo. — Ei cara... fala comigo, eu sou seu irmão...

— Não quero falar! Para de perguntar! — Falei de saco cheio.

— Seus pais estão preocupados, seus irmãos também... Eu estou preocupado com você. — Falou suspirando.

— Eu estou bem, ok? Estou bem! — Menti.

— Não está! Você se afastou tão rápido que é até estranho... — Obito falou sentando-se do meu lado. — Naruto... você não precisa se fechar desse jeito.

Encarei seu rosto e foi inevitável não chorar. Eu realmente sou sensível e rapidamente as coisas vão voltando, as palavras da maldita carta, as coisas que ela passou, os pais do Fugaku aqui.

Tudo!

Era sufocante!

Era demais!

Quando senti meu corpo ser abraçado, acabei deixando minha cabeça ficar em seu peito, algumas lágrimas caíram, mas, eu não emitia som.

— Está tudo bem, bebê... Está tudo bem, não estar bem! — Obito falou carinhosamente, seu abraço era realmente confortável e de repente eu estava muito confortável.

Era bom ter aquilo e eu queria apenas ficar ali e não pensar em mais nada. Era tudo muito recente, tudo aconteceu muito rápido e eu sentia demais.

Meus pais me criaram não inibindo meus sentimentos, então nesse momento eu não sabia como sufocá-los, eu só sabia sentir!

— Eu queria ser mais forte... — Murmurei.

— Você é! — Obito falou.

— Não! Eu nunca fui, porque meus pais me protegem de tudo! Eu finjo que não, mas eu sempre vivi na droga de uma bolha perfeita e agora eu não sei o que sentir.

— Quer ir lá na ong? Você sempre se sente bem, quando a gente vai lá... — Obito falou se referindo a ong que meus pais ajudam, a gente sempre acabava indo lá, meus pais mais do que eu, era bom!

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