Após se casar, também teve acesso irrestrito aos livros que haviam na biblioteca, incluindo os que tinham erotismo. Naruto nunca admitiria em voz alta, mas os contos eróticos haviam se tornado os seus favoritos, colocando romance em segundo lugar.

Foi por causa desses livros que descobriu o que eram os famosos meretrizes. E foi por causa deles que também descobriu o que eram lupanares, mais conhecido como bordel, ou casa dos prazeres ou mais popularmente, prostíbulos: lar das prostitutas e meretrizes.

A maior parte do preconceito da sociedade contra os ômegas masculinos se deu origem nesses lugares, já que neles sempre há muitos ômegas, em sua maioria, homens, que foram rejeitados por suas famílias, por essa razão não tiveram oportunidades maiores de se reerguerem e tiveram que ceder ao desejo e preconceito dos outros.

Naruto já ouvira comentários deveras desagradáveis sobre casos assim vindo de lordes, condes e duques durante as várias festas que seus pais ofereceram quando não precisavam se preocupar com gastos.

Constantemente sentiu-se intimidado por isso. Mesmo sendo um ômega de uma família respeitada, nunca esteve livre do pré-julgamento da sociedade simplesmente por ser um ômega macho, e mesmo tendo uma família como a sua, agradeceu por ele pelo menos não terem lhe abandonado.

Se a sua vida tem lados consideravelmente ruins, imagine a vida daqueles que foram abandonados e sofreram dia e noite na mão de vários por causa disso. Quantos deles não passaram fome e tiveram que dar muito em troca de pouco?

Começou a pensar que sua vida, na verdade, foi muito boa comparada à desses ômegas, e que só agora ela realmente começava a ruir de maneira verdadeiramente dolorosa e traumatizante.

Assim que assimilou as palavras da alfa e contextualizou-as com sua situação, sua desesperança aumentou. Nenhum alfa, não importasse quanto  amor que houvesse em seu coração, aceitaria um ômega depois de passar por um lupanar. Contra sua vontade, Naruto não acreditava que Sasuke o aceitasse de volta.

Se sentiu desamparado ao pensar em perder seu alfa, o homem que o comprou de sua família, esse mesmo homem o qual lhe deu uma vida cheia de amor e liberdade, uma vida verdadeiramente sua.

Estava condenado a perder tudo isso.

Não suportaria a ausência de Sasuke. Tinha plena consciência de que sua vida seria apenas uma existência miserável sem o ser carinhoso e defeituoso que lhe deu tudo em tão pouco tempo. Seria um miserável na mão de outros.

— Não... por favor... — suplicou saber como saiu o seu tom de voz.

Não era uma súplica à alfa portadora de um amargo cheiro de rosas que estava ali como seu carrasco, mas sim uma súplica a qualquer divindade, existente ou não, para que não permitissem que ele fosse afastado do alfa que conquistou seu rachado e ferido coração.

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Viu as lágrimas grossas no rosto de Kakashi ao se aproximar de si, que tinha Eloise nos braços.

Gaara me ajude aqui! — pediu Shikamaru em um grito — Sasori, fique com Juugo! — acrescentou assim que viu a perna direita do seu colega de trabalho sangrando.

— Sharingan... — disse a francesa com dificuldade.

Ela já não tinha mais forças, e agradeceu quando finalmente chegaram até onde estavam.

Eloise se recusou a  fechar os olhos e se entregar, e deixar seu filho sozinho. Buscou forças e lutou contra tudo em seu interior que gritava para ela descansar um pouco, para garantir que seu filho fosse achado por quem deveria encontrá-lo.

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