Capítulo 7 - Espero nunca mais te ver novamente

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- Conan, finalmente - Jenna não escondeu o alívio ao ver um rosto conhecido a sua frente.

- Jenna, o que tá acontecendo aqui? Quem é essa moça?

- Eu não sei, ela não quis me falar o nome - Jenna encarava a multidão que se aproximava atrás do amigo.

Por um instante ela se xingou internamente por ter designado justamente Conan Gray para aquela tarefa.

- Que eu me lembre, eu te pedi um chaveiro, não a empresa inteira - Jenna não escondeu a sua irritação.

- Eu não tive escolha, você me disse que tava algemada. Eu trouxe um advogado pra resolver as ações legais.

Um homem bem vestido acenou para as mulheres algemadas com um sorriso.

- A sua assistente pessoal, caso precise de algo - Amber encarava a chefe com preocupação - Um chaveiro pra tirar a algema e um pedreiro para o caso do chaveiro não conseguir tirar.

- E o que a Dove está fazendo aqui? - Jenna perguntou encarando a sua prima que não escondia as risadas ao perceber a situação da Ortega.

- Eu vim abrir as algemas, caso nem o pedreiro consiga - Dove disse encarando as mulheres, sem esconder o sorriso de deboche - Mas também vim pela diversão e tá rendendo bastante - As gargalhadas da loira já tomavam conta do ambiente, enquanto a mulher apontava o celular gravando a cena.

- Para de gravar - Jenna disse tentando tomar o celular da mulher, deixando a cena mais engraçada, pois s/n balançava pra todo o lado com a Ortega.

Sofia que estava escondida atrás da árvore encarava toda aquela interação com os olhos focados na mulher loira que tirava sarro de Jenna. Dentro de si, ela se convenceu que a Dove era a mulher da sua vida e a sua futura esposa, mãe de seus filhos.

- Okay, chega de brincadeira - s/n soou autoritária, após ter conseguido pegar o objeto das mãos de Dove.

- O que está acontecendo aqui? - Conan sussurrou no ouvido de Jenna, enquanto s/n encarava Dove com um olhar mortal.

- Foi só um mal entendido. Será que dá para o chaveiro tirar essas algemas?

- Vamos, Samuel. Tire essas algemas pra gente - Conan falou, mas o homem permaneceu no lugar.

- Olha, eu pensei que iria destrancar uma porta. Não tenho permissão legal para abrir algemas. Eu até poderia, mas sou íntegro e sigo a lei. Até onde eu sei, só a polícia pode abrir algemas.

- Ótimo, vamos ficar presas pela integridade de um chaveiro - Jenna resmungou para o amigo que não soube o que fazer.

- Meu senhor, eu entendo a sua integridade e seja lá o que for, mas nós duas parecemos criminosas? O senhor realmente acha que um policial nos algemou? - s/n se aproximava agressivamente do homem levantando as algemas e embora Jenna quisesse fazer o mesmo, ela simplesmente segurou a mulher - Tem corações nas algemas, corações.

- Como seu advogado, eu não recomendo interações com policiais - O homem de terno soou diplomático e Jenna não escondeu sua insatisfação.

- Por favor, Carlos. Fala que você consegue tirar essas algemas - Conan falou com o pedreiro que carregava uma serra em mãos.

- Deixa comigo, patrão - O homem falou se aproximando das mulheres, mas s/n entrou em pânico com aquele objeto cortante.

- Nada disso, ele vai cortar a minha mão. Eu não vou deixar, fica longe - s/n tentou ao máximo se afastar à medida que o homem se aproximava.

- Relaxa, moça - Jenna falava tentando tirar o medo da mulher.

- Você só pode estar maluca - s/n falou prontamente - Eu não vou deixar ele cortar a minha mão.

- Dove, será que você... - Conan perguntava, enquanto as mulheres discutiam.

- Desculpa, Conan. Infelizmente eu não sei tirar algemas, só falei isso pra você me deixar vir - A mulher dizia se divertindo com toda aquela situação.

-  Eu posso tirar a algema - Uma mulher surgiu ganhando atenção de todos ali, principalmente da loira de olhos azuis.

- Sofia? - s/n perguntou surpresa e, logo depois, suas duas amigas apareceram.

- Quem são elas? - Conan perguntou confuso e Jenna parecia tão pedido quanto ele.

A Carson estendeu a mão e Sabrina facilmente tirou um grampo de seu cabelo, entregando para a Carson que prontamente repassou o objeto para Rowan. Sem delongas, a mulher enfiou o grampo na tranca de algema e a abriu  em questão de segundos.

Jenna não escondia a sua irritação com a situação. Ela se via livre daquelas algemas, mas não foi por causa de uma mão de obra especializada no assunto, mas por alguma comparsa da Sofia que ela descobriu que chamava Rowan. Todos parecíam perplexos e admirados pelas mulheres.

- Parabéns Conan - A Ortega soou irônica - Você trouxe milhares de pessoas aqui pra uma Sofia e sua gangue conseguir abrir - A empresária soou irritada.

- Ei, elas são as minhas amigas - s/n retrucou irritada - Não fale assim delas, foram elas que salvaram a gente.

- Eu já sei, isso tudo foi combinado, não é? Primeiro você me algema e, agora, magicamente as suas "amiguinhas" aparecem para nos salvar. Depois de VOCÊ ter arruinado a minha negociação. Quanto a Lauren te pagou?

- Eu já disse que não conheço Lauren nenhuma - s/n respondeu irritada entregando a algema pra Jenna - E vê se some com isso. Ficar algemada com Jenna Ortega é algo que eu não desejo pra ninguém.

s/n simplesmente virou as costas, enquanto Jenna já não conseguia esconder o seu sorriso ao encarar a mulher conversando com as suas amigas.

- Será que aquela Dove é solteira? - Sofia perguntou para a amiga em expectativa.

- Senhorita Ortega está tudo bem? - Amber perguntou em preocupação.

- O que você acha? - A empresária perguntou em tom irônico, fechando toda a sua expressão anterior - Tudo o que aconteceu hoje foi por sua culpa - A Ortega soou autoritária - Você está demitida, Amber.

Sem querer, todos em volta tinham ouvido a fala de Jenna em alto e bom tom. Visivelmente s/n parecia incomodada com a injustiça da mulher, a culpa era dela pelas algemas, mas antes que a florista fosse dizer algo, Amber abriu um sorriso com a notícia.

- Muito obrigada, senhorita Ortega - Amber falou prestes a abraçar a mulher que prontamente se esquivou do contato.

- Pode ir, Amber. É uma ordem! - A garota assentiu, prestes a pular de felicidade.

s/n, por sua vez, resolveu continuar o percurso, mesmo sentindo a falta de uma despedida com a mulher a sua frente. Embora ela acreditasse que o seu cérebro estava aliviado, o seu corpo parecia não querer sair dali. E, num ato impulsivo, a mulher virou de frente para a Ortega.

- Jenna Ortega - s/n esbanjava ironia em sua voz - Espero nunca mais te ver novamente.

- Idem - A empresária disse com um sinal de continência.

- Tenha uma boa vida - s/n disse por fim.

- Au revoir - A mulher fez uma continência pra mulher a sua frente.

Jenna queria voltar ao trabalho o mais rápido possível e seguia até a empresa com o Conan, enquanto s/n só queria voltar para a própria casa com as amigas para descansar daquele dia cansativo.

E foi assim que ambas tomaram a direção para caminhos opostos e seguiram caminho com a certeza que nunca mais se veriam novamente. Uma pena que o destino não parecia estar concordando.

Dois meses com a minha inimiga (Jenna/You)Where stories live. Discover now