Capítulo 30

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Flamengo X Vasco

📍Maracanã, Rio de Janeiro.



Giovanna Echols

Segundo tempo terminou com um gol do Gabriel e assistência do Pulgar, que foi essencial.

Os gols dele eram sempre diferenciados, os gritos se tornavam mais altos, a energia caótica pairava.

Olhei pra cima e observei meu pai pulando com um copo de cerveja na mão balançando, ele era feliz com esses momentos, ver o time dele marcando e vibrar junto.

Gabriel pegou um cartaz e levantou para a torcida rival. "Acabou o amor" estava escrito, se esse insuportável não fosse do meu time, eu iria odiá-lo.

Dhiovana segurou no meu braço, iríamos descer para zona mista a pedido dela, que não queria ir sozinha. Júlia não quis, preferiu ficar onde nossa família estava.

- Pec pediu, passou na frente dele, provocando. -ouvimos alguém falar e quando olhamos para o campo, havia um tumulto entre os jogadores.

- Ainda bem que o jogo acabou, meu irmão não pode ser expulso. -ela me apertou.

A roda abriu mais, revelando uma visão mais ampla, Gabriel e Pec estavam falando alguma coisa um para o outro, e no meio estava o Gerson.

O Camisa dez apontava o dedo na cara do jogador do outro time, minha alma de fofoqueira chora por não estar perto para ouvir.

Os ânimos foram acalmados e seguimos nosso caminho, quando chegamos, as entrevistas já haviam começado.

Os dois bonitos mantinham uma distância considerável.

- Vou falar com meu irmão, você vem? -neguei.

- Te espero aqui! -ela assentiu e saiu, me deixando sozinha.

Agora estou percebendo, que é a primeira vez vendo os dois no mesmo lugar, após ficar com eles. Cacete, tô nervosa.

E como um ímã, Pec me olhou e eu quis sumir, Gabriel também estava me encarnado, só que pelo canto do olho, enquanto conversava com sua irmã, será que se eu fingir desmaio vai dar muito na cara?

Meu corpo não podia me trair, mas já era tarde demais, senti minhas bochechas esquentarem.

O jogador do Vasco começou a caminhar na minha direção e observei quando Gabriel virou o rosto de uma vez para nos olhar, os olhos entreabertos e a cara de poucos amigos, se ta com raiva chega em mim cara, explica o que aconteceu. De todas as situações que eu já idealizei estar, essa com certeza é a mais constrangedora.

- Gatinha -Pec me cumprimentou com um beijo na bochecha. - Confesso que não acreditei quando olhei para cá, pensei que nunca mais ia te ver.

- Mundo pequeno -sorri, retribuindo o cumprimento.

- O que faz aqui? Conhece algum jogador?

- Sou cunhada do Éverton -respondi e ele me olhou surpreso, nas circunstâncias que nos conhecemos, ele certamente não imaginou que eu fosse da família de algum jogador.

- Então você costuma beijar rivais? -ele perguntou e eu dei de ombros.

- Rivalidade é só em campo -concordou sorrindo

- Como você ta?

- Melhor que você né -tirei onda encostando nossos ombros.

Percebi Gabriel e Dhiovana se aproximarem, o camisa dez sempre com cara de poucos amigos, típica de pós-jogo, e agora ainda pior depois de uma briga em campo e o pivô estar bem na frente dele.

Os braços cruzados e o olhar fervendo sobre nós, ele era tão marrento que me dava nos nervos, mas, ao mesmo tempo, eu adorava.

- Vamos? -Dhiovana falou e cumprimentou Pec balançando a cabeça, não julgo, se fosse alguém que minha irmã tivesse brigado, eu acho que nem olharia.

- Vou indo -nos abraçamos rápido.

- Também preciso ir, já estão me chamando, a gente se vê, linda. -concordei e ele acenou.

Dhiovana me olhou e fez careta, ela sabia que já havíamos ficado.

Minhas mãos estavam suando, e meu estômago revirava, eu não imaginei que ficaria tão nervosa ao ver ele novamente.

- Tudo bem, Gabriel? -andamos lado a lado, ele ficou entre mim e sua irmã.

Balançou a cabeça confirmando, não perguntou se eu estava bem, nem nada do tipo, que cretino.

Tá doidinho para ganhar um chute na perna boa, só pode.

Quando chegamos ao estacionamento, minha família e a família dos outros jogadores já estavam lá. No momento em que papai nos viu, quase pulou em cima de seu bebezinho.

- Gabriel, que gol lindo - Ele sorriu, abriu os braços e cumprimentou meu pai. Ele sabe sorrir?

- É meu sogro, seu feio! -Everton bateu na cabeça dele.

- Que prazer conhecer o senhor pessoalmente, só ouço coisas boas. -meu pai abraçou ele.

- Giovanna, vem cá, tira uma foto minha com ele. -eu já estava na roda de conversa, olhei para eles por cima do ombro e virei ajeitando minha bolsa que estava deslizando pelo braço, amarrei meu cabelo com elástico que eu sempre carregava no meu pulso e me aproximei dos dois.

- Cadê o celular do senhor? -perguntei e estiquei a mão para receber.

Engraçado que não me dar um "Oi" mas também não tira o olho de mim.

- Tira no seu. -papai disse, sorri falso e peguei meu celular de dentro da bolsa. Tirando diversas fotos deles. - Aparece lá em casa quando for em Fortaleza.

Foi a minha vez de cruzar os braços, desacreditada.

- Apareço, sim, quando entrarmos de férias e o Éverton for, vou com ele.

Gabriel estava amando isso, o sorrisinho sínico nos lábios o entregava.

Quer ir à minha casa e nem fala comigo? Vergonha na cara não ficou pra todo mundo.

- Você vai hoje, né? -perguntou Dhiô enquanto já entrava no carro de seu irmão, Fábio passou por mim e deu um beijo em minha testa.

- Sim, vou sim. - sorri e mandei beijos com a mão.

Hoje teria o Euphoriafest, um festival que já se tornou uma tradição, reconhecido por sempre reunir diversas celebridades em um único lugar.

ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟWhere stories live. Discover now