Uma semana depoisGabriel Barbosa
Desliguei o celular depois da quinta ligação perdida de Rafaella, não estava com cabeça para ter uma conversa séria, era resenha do time, e eu com certeza não iria discutir relação agora.
Na verdade, não havia mais nada, só uma Rafaella inconveniente, que não aceitava o fato de eu ter conseguido me libertar de tudo que me deixava conectado a ela, eu era dependente emocional e ela adorava usar isso ao seu favor.
Subi as escadas do camarote observando toda aquela movimentação, corpos se mexiam ao volume máximo de uma música que já estava no final.
- Ó quien llego! -Arrasca me puxou e eu me juntei a eles na mesa, cumprimentando todos.
Passei os olhos por todo local, procurando alguém em específico , claro que ela estaria aqui.
Encostada nas barras de ferro que rodeavam o lugar, seus braços folgados e jogados, enquanto conversava com sua prima, a mesma da festa.
Me aproximei sem pensar duas vezes, não deixaria acontecer a mesma coisa da última vez que nos vimos, dessa vez eu conseguiria ao menos o número dela.
- Viu, Giovanna? Avisei que ele logo chegaria. -Júlia comentou e saiu, deixando para trás uma Giovanna desconcertada.
- Você estava me esperando? -ela arregalou os olhos.
- Não é isso, Júlia não parava de falar em você e comentei que você talvez não viesse.
- Uma pena não estar me esperando, porque eu queria muito te ver! -chamei sua atenção e recebi um sorriso.
- Sério? -perguntou confusa, mas o sorriso ainda estava lá.
- Não nos falamos direito na primeira vez, queria te encontrar novamente. -cheguei mais perto e também encostei nas barras de ferro, ficando ao seu lado. - Quer sair daqui? Podemos descer e ir lá fora.
- Claro! -passamos pela mesa e ela pegou uma coca cola, coloquei as duas mãos em seus ombros, indo atrás dela enquanto descíamos as escadas.
O vento frio nos alcançou assim que saímos e som se tornou mínimo do lado de fora.
- Está frio, se quiser voltar!
- Para mim está ótimo, podemos nos sentar na calçada?
- Com certeza -nos acomodamos e ela trouxe o joelho para perto do colo, me observando em seguida, esperando que eu falasse alguma coisa. - Por que veio morar aqui?
- Eu passei para uma universidade daqui, e era a que eu queria, então tive que mudar!
- Está se adaptando bem?
- Eu vinha sempre nas férias e achava o máximo, mas vir morar é outra história, sou muita apegada com meus pais e com toda a vida que eu tinha, a experiência é incrível, mas bem difícil.
- Entendo você -ela prestava atenção em tudo, era legal. - Não sou daqui, tive que mudar quando comecei a jogar no Flamengo, nunca havia saído de perto da minha família, chorava quase todos os dias.
- Estou nessa fase, só faz uma semana e parecem meses, não posso falar com minha mãe que já quero chorar com saudades.
- É um processo, com o tempo você melhora.
- Espero que sim! -as mãos apoiadas na calçada, uma de cada lado do seu corpo, os joelhos já estavam baixados. Virou o rosto para o lado e mais uma vez estávamos nos encarando, os olhos brilhando, foi como ver o mar.
Toquei seu rosto e senti sua pele, a fragrância doce do seu perfume exalava, fiquei inebriado com seu cheiro, coloquei a mecha de cabelo que insistia em cair, para detrás da orelha e me aproximei, a beijando pela primeira vez. Os lábios tão doce quanto seu cheiro. Fechei a mão em um pouco de cabelo dela e puxei levemente, sua respiração ficou pesada, nossas línguas brigando por espaço, o calor subindo pelo meu corpo.
Era quase combustão.
- Passou à noite toda em cima de mim pra isso? -me perguntou quando paramos. - Me beija de verdade, Gabigol. -sorri com ela.
- É pra deixar você com saudades e me ligar pedindo mais, e outra, tá achando que sou fácil assim?
- Você é terrível -passou a mão na minha nuca. - De todo caso, tenho que ir, a semana foi agitada, parece que um caminhão passou em cima de mim.
- Levo você! -ofereci.
- Não precisa, vou voltar com a Júlia, fica pra próxima . -ela me deu um selinho antes de levantar e ajeitar seu short que embolou um pouco.
Foco no rosto, Gabriel e não na bunda.
- Você não me deu seu número! -tirei meu celular do bolso e desbloqueei entregando para ela.
- Obrigada por me escutar, às vezes eu falo demais e obrigada por me tirar de lá de dentro, já não aguentava mais aquela música alta. -me devolveu o celular e acenou me deixando para trás.
Linda demais.
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ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟ
FanfictionGiovanna Echols se vê deixando sua vida para trás, quando é obrigada a mudar de estado por conta dos estudos. Só não contava que seu caminho iria se cruzar ao de um certo jogador de futebol, camisa dez do Flamengo. Egos gigantes, sentimentos indecif...