Capítulo 29

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Flamengo X Vasco

📍Maracanã, Rio de Janeiro.

Giovanna Echols


- Você vai usar a camisa com o nome do Gabriel, sim! -meu pai estava falando isso a um tempo, tentando me convencer e eu simplesmente não aguentava mais.

- Não, pai, não vou usar a camisa com o nome dele!

- Gislane, fala que ela vai usar sim!

- Se vocês não entrarem em consenso, eu vou sozinha e deixo as duas crianças brigando. Eduardo, para de ser infantil e deixa nossa filha usar o que ela quiser.

- O que ele vai pensar? Que não apoiamos ele? Não, pior, que não sou fã o suficiente. -papai choramingou, estou desacreditada.

- Claro que não, você usando a camisa dele, deixa mais que claro que você o apoia. -eu disse.

- Eu e você iríamos na camisa dele e sua mãe e a Marília na do Éverton, todo mundo concorda, menos você.

- E pra que isso? -perguntei.

- Temos que apoiar a família, meu genro e meu ex genro

- Seu ex o quê?

- Não me julgue -ele fez sinal com a mão para que eu parasse.

- Pai, me entenda, eu não fico mais com ele, se eu usasse..... -ele me interrompeu

- Sem continuações, esse assunto me dói -que figura.

- Sem drama, papai, não vou com a camisa, isso iria inflar demais o ego dele.

- Tudo bem -falou derrotado. - alguém pega o aparelho para medir minha pressão -fechou os olhos com a mão na testa, como era ator, meu Deus.

- Se não estiver se sentindo bem, podemos ficar -mamãe entrou na onda dele.

- Farei um esforço -levantou, como melhora rápido.

Eu estava de shorts, Melissa e uma blusa do meu time, sem nome e sem número nenhum.

Meu cabelo estava com ondas e eu só passei protetor solar e um uma manteiga de cacau, minha sobrancelha e meu cabelo estando feitos, não me importo com maquiagem.

Fomos o caminho todo do Maracanã, com meu pai escutando vídeos de filhos desobedientes no volume máximo, eu posso com isso?

Iríamos para o camarote do meu cunhado, na verdade, eu só iria lá ficar um pouco, quando o jogo começasse, eu iria descer para a arquibancada, o jogo é bem mais animado no meio da galera.

Quando chegamos, Marília já nos esperava, com Totoi nos braços e guto segurando em sua mão.

- Por que demoraram tanto? -ela perguntou quando nos aproximamos, Totoi pulou dos seus braços e correu me abraçando pelas pernas, Guto se soltou dela e agarrou a mão do meu pai e da minha mãe, ficando no meio dos dois.

- Papai querendo me obrigar a vestir uma camisa com o número e o nome do Gabriel!

- Pai, por favor, o que conversamos sobre isso?

- Eu nunca concordei com nada que vocês falaram. -deu de ombros, a birra eu puxei dele.

- Vamos subir -minha irmã chamou, peguei meu sobrinho no colo e seguimos para o camarote, que era um ao lado do outro.

Júlia disse que estava chegando, eu acho que era em casa para depois vir para cá, porque não é possível essa demora.

- Tem cerveja gelada? -mas ele não tava se sentindo mal, agorinha? Não me segurei, tive que sorrir.

- Verdade que você e meu padrinho estão namorando? -Totoi perguntou, até a criança.

- Quem te falou isso? -perguntei rápido.

- O vovô!

- Ele se confundiu, eu e seu padrinho não namoramos, tudo bem? -ele concordou e me deu um beijo antes de descer do colo e ir brincar.

O estádio já estava quase todo cheio, as duas torcidas cantavam sem parar, a do Flamengo sempre com mais barulho, por estar todas às vezes em maior quantidade, mas o Vasco não ficava tão atrás por aqui, pelo fato de também ser do Rio, entretanto, a nação rubro-negra é incomparável.

Peguei uma água e passei a observar tudo, vi o filho do Tite passar em um corredor, distante de onde estávamos, eu iria me aventurar demais se ele me quisesse e não fosse casado.

Olhei para o lado e vi alguém acenando em minha direção. Dhiovana e Fabinho.

- Passa pra cá -ela gritou.

- Vem -Fabinho chamou com as mãos.

Levantei, passando de um camarote para o outro. Me dei super bem com esses dois, a maioria das vezes que eu ia à casa do Gabriel ela estava e o Fabinho, não é segredo pra ninguém que esse morava com ele.

- Você tá sumida! -Fábio falou.

- É Gi, nunca mais apareceu lá em casa!

- Eu e Gabriel não ficamos mais, seria estranho eu andar na casa dele do nada. -sorri.

- Eu realmente não sei o que eu fiz, quando meu irmão começa finalmente a ficar com alguém que eu gosto, vocês param.

- Mas a gente não deixou de ter contato por isso. Eu e você.

- Eu te chamo para ir à minha casa em Santos e você sempre dar uma desculpa.

- Não são desculpas, é sempre uma justifica plausível, tanto é que eu tinha que estudar para um seminário e mesmo assim fui naquele aniversário que você me chamou.

- Isso é verdade, mas sinto saudades de você, já havia me acostumado, meu irmão também sente saudades suas, só é orgulhoso demais para admitir. -percebi que ela falou rápido demais e sem pensar.

Se sentisse mesmo, não teria parado de falar sem um motivo aparente.

- Prometo que a partir de agora, vou sempre fazer de tudo para sair quando você me ligar e vou começar a viajar para sua cidade. -ignorei sua última fala. Ela esticou o dedinho para eu juntar. - E você, Fabinho, ta calado, nem me abraçou! -encostei no ombro dele e ele abriu os braços.

- Rose fala sempre de você -ele disse.

- Como ela está?

- Bem, preocupada com todos, como sempre! -sorrimos.

- Começaram a entrar -me referi aos jogadores. -Eu vou descer, vocês vêm? -Fábio negou, mas Dhiovana se agarrou em mim e saímos.

Júlia chegou ao final do hino. O Juiz apitou e a bola começou a rolar.

Estavam frenéticos, com sede de vitória. A torcida cantando sem cessar.

A fumaça vermelha e preta não sumia um segundo sequer, mosaicos carregados de histórias enfeitavam o estádio. Era bom demais ser Flamengo.

Quinze minutos, REPITO, quinze minutos do primeiro tempo, Matheuzinho fez o primeiro gol, a gritaria começou, loucura.

- GOSTOSO -gritei e Dhiovana me deu um peteleco.

- Nem se anima, você vai casar com o meu irmão -ela e Júlia se olharam cúmplices. Todos contra Giovana????

O jogo continuou, mas só estavam brincando com a bola, segurando para não ter um empate. Fim de primeiro tempo.

Vasco não estava mal, mas convenhamos, eles estavam jogando contra o maior, já entraram sabendo que iriam perder, só queriam saber por quanto.

ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟWhere stories live. Discover now