Eu preciso disso

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Pov's Victória

Saímos do PodMestre umas 2 da madrugada, e fomos todos pra minha casa.

Os meninos iam dormir lá hoje.

Quando chegamos, as crianças já foram correndo jogar videogame.

— Aê, maninha. Bem que tu poderia fazer algo pra gente comer né? Mó fome - Meu irmão pede.

— Vocês tão folgados demais, sou empregada de ninguém não - Rebato.

— Por favor, Vic - Barreto pede com cara de cachorro pidão.

Olho para os outros três e eles me olhavam igual o gato de botas.

— Tá! Vocês são manipuladores - Digo rindo - Vou só trocar de roupa.

Subi pro meu quarto e vesti uma camisa do meu irmão.

Desci de novo e fui pra cozinha. Eu ia fazer uma lasanha.

[...]

Todos nós já havíamos jantado, e estávamos jogando videogame. Sempre joguei com meu irmão e agora eu dava uma surra neles todos.

Estávamos jogando de duplas. Eu e meu irmão contra Guri e Apollo.

Nosso pequeno Barreto tinha ido falar com alguém no celular.

— PEGA PORRA - Eu grito quando ganhamos.

Eu e meu irmão fazemos um toque.

— De lei, os irmãos Monteiros sempre no topo - João diz convencido.

— Vocês tão moscando demais, tá maluco - Eu bagunço com os meninos.

Barreto fica no meu lugar e eu vou pro meu quarto, precisava arrumar os colchões pros meninos.

Meu quarto era o maior da casa, e quando vinham dormir aqui, todo mundo ficava no meu quarto.

— Quer ajuda? - Olho pra trás.

— Não, Rogério. Você mais me atrapalharia do que ajudaria - Eu dou risada.

Ele se aproxima e fica atrás de mim, encostado no guarda-roupa.

— Curti o podcast, foi divertido - Puxa assunto.

— Papo reto, eu tava precisando disso.

— Nem me fale, eu também - Ele rir - Não ficou incomodada com as brincadeiras sobre a gente? Os comentários e tal.

— Claro que não - Eu sorrio - Somos melhores amigos desde que nos conhecemos, temos uma conexão incrível e é normal as pessoas pensarem que temos algo - Ainda de costas, eu dou um sorriso triste - Mesmo que não tenhamos.

Deixo o que eu estava fazendo de lado e me viro pra ele.

— Você se incomodou? - Pergunto.

— O que? Claro que não. Nunca - Ele sorrir - Eu até gosto dos presentes de casal que nos dão, os edits que eles fazem... E os comentários são engraçados.

Me sento na cama.

— Eu também gosto.

— Então... - Ele diz baixo e olhando pro chão - Você e o Guri estão tendo algo sério?

— Não, somos só amigos. E como você está com a Triz?.

— Como eu não estou, né? - Ele dá uma risada nasal - Eu terminei, de novo. Ela tentou se explicar, falou até que era sua culpa.

— Minha culpa? Ela que beija outro cara e a culpa é minha? - Eu dou risada.

— Não por isso. Ela acha que eu gosto de você - Eu o olho - E talvez... Ela esteja certa.

— Apollo... - Eu tento interromper.

— Não, só me escuta. Por favor - Eu assinto - Ontem quando estávamos na praia, você fez de fato eu perceber algo que estava tão óbvio e eu não quis acreditar. Eu gosto de você. Não só como minha melhor amiga. E isso é assustador porque eu não sei o que fazer - Ele apoia os cotovelos nos joelhos e passa as mãos no rosto.

Ficamos calados por um tempo.

— Sabe por quanto tempo eu esperei você dizer isso? - Ele me olha - Eu gosto de você a minha adolescência inteira. Desde o momento em que viramos amigos, foi aí que eu percebi que você era tudo o que eu sempre quis. Era o príncipe encantado que eu imaginava na minha infância - Dou uma risada leve.

— Eu sei, você sempre falou que eu era o seu príncipe encantado - Ele sorri fraco - Como eu pude ser tão burro? De não perceber meus verdadeiros sentimentos por você? Eu admirava cada pequeno detalhe seu enquanto você dormia ao meu lado. Os momentos com você sempre foram os melhores. Você sempre foi tudo na minha vida, minha melhor amiga, minha parceira nas batalhas, minha maior fã e ao mesmo tempo maior ídola - Nós sorrimos - Eu ficava, eu fico louco só de te ver com outro cara. Eu não suportava ver você com o babaca do seu ex, nem com o Doprê. E na festa, eu juro que por um momento quis socar a cara do Guri. E eu pensava que era normal, que era o amor, o ciúmes de uma amizade... Os sentimentos que existem em uma amizade como a nossa. Mas no fundo eu sabia que não era só isso, tinha algo a mais ali e eu preferia ignorar.

Eu fico em choque com a confissão. Nunca passou pela minha cabeça que ele sentia algo além de amizade por mim.

Ele estava com a Triz, louco e apaixonado por ela. E agora estava aqui se declarando.

— Se você estiver disposta a tentar, eu também estou. De verdade, Victória - Ele segura meu rosto com uma das mãos - Sabe que pode confiar em mim.

Essa fala me pega de surpresa. Estar com ele sempre foi tudo o que eu quis, mas não sei se é o momento.

— Rogério... Sinceramente, se fosse em outro momento, eu aceitaria sem pensar duas vezes. Mas você terminou um relacionamento ontem, e justamente por ter sido uma relação conturbada, eu não posso fazer isso comigo mesma. Ela partiu seu coração e ainda sim cada parte dele continuou pertencendo a ela. Ao ponto de você se entregar outras duas vezes - Eu seguro a mão dele - Eu te amo, Apollo. Mas não vamos ficar juntos enquanto você não esquecer a Triz.

— Meu coração sempre pertenceu a você!

— Talvez isso seja verdade, mas de qualquer forma, você suprimiu tanto esses sentimentos por mim, que eles se transferiram pra outra pessoa. Porque você amava a Triz, e era verdadeiro - Eu suspiro - Você sabe que eu também estou disposta a tentar, mas não assim, não enquanto você ainda tem sentimentos por ela.

— E como a gente fica até lá? - Pergunta baixo

— Eu realmente não sei... A gente continua sendo os melhores amigos de sempre, você continua me perturbando e morando na minha casa, eu continuo sendo incrível e irresistível, e fazendo da sua vida mais feliz - Nós rimos - Bom, eu vou pegar mais lençol no quarto do João.

Me levanto e vou em direção a porta, mas ele também se levanta e segura meu braço.

— Eu preciso disso - Ele diz antes de me puxar e me beijar.

De início eu fico surpresa, mas em seguida eu retribuo.

Não era um beijo lento, era um beijo urgente. Como se necessitássemos disso a muito tempo.

As mãos dele passeavam pelo meu corpo e me pressionavam mais contra o corpo dele, como se ele quisesse mais.

Coloco minha mão na nuca dele e aprofundo mais o beijo.

Com uma das mãos ele aperta minha cintura e com a outra ele me dá uma leve enforcada.

— Vic, seu irmão pediu pra pergun-

Ouvimos uma voz e nos separamos assustados. Quando olhamos vemos Barreto

— Desculpa atrapalhar... - Diz com vergonha - Seu irmão pediu pra perguntar se você quer ir com a gente no supermercado comprar algumas bebidas.

— Ah, claro - Sorrio fraco.

— E você, japonês? - Ele sorri malicioso.

— E deixar essa louca sozinha? - Diz rindo e passando o braço pelo meu ombro - Jamais.

Onde o amor nos levará? - Apollo McWhere stories live. Discover now