- 12.

99 14 1
                                    

Marília Mendonça

- Você quer esse filme? - Maraisa pergunta com o controle na mão.

Nego com a cabeça e continuo deitada no seu peito, olhando para o catálogo de filmes que a morena colocou. Depois do nosso momento na piscina, Maraisa me deixou sozinha para eu tomar banho, colocar um pijama e me arrumar na casa, para depois ela voltar e deitar comigo, sempre respeitando meu espaço e momentos, que eu admito que não são fáceis.

Levanto meu rosto para olhar a morena e fico admirando a mulher que está totalmente focada em achar um filme para assistir.

- Não estou achando nenhum filme - Maraisa resmunga baixinho - Pode ser série?

- Pode, Isa...

- "Isa"? - Ela pergunta rindo e me olha - Esse é meu apelido agora?

- É bonito.

Maraisa sorri fraco e volta sua atenção para a televisão, colocando qualquer série para assistir. Assim que ela se acomoda na cama, eu me encaixo no seu corpo, deitando no braço da morena e sentindo ela me envolvendo em um abraço, ainda deitada na cama. Passo meu nariz no seu pescoço e me sinto embriagada pelo seu cheiro maravilhoso, que me acalma e me tira do chão.

Antes eu pensava que não deveríamos estar nos envolvendo, principalmente por tudo que aconteceu na minha vida, mas quando eu estou com ela só quero que a gravidade do universo me leve para os seus braços e deixe ela me envolver em um abraço, porque agora é o único lugar que eu me sinto segura.

- Você está me encarando - Maraisa sela nossos lábios e me tira desse transe - Por que você está me olhando assim?

- Eu gosto de te olhar...

- Então você admite que estava me admirando?

- O quê? - Nego rindo e afasto seus ombros - Eu não disse nada disso.

- Dorme aqui hoje - Ela pede quebrando o beijo - Eu não te abraço se você não quiser.

- Eu quero que você me abrace...

Maraisa sorri de lado e eu deixo um selinho na sua boca, antes de me virar para dormir. A morena me abraça por trás e deixa um pequeno beijo na minha nuca, fazendo a conchinha maior. Seguro a sua mão e entrelaço, colocando sobre o meu peito.
...

- Para de reclamar - Falo rindo e passo o algodão em cima do rosto de Maraisa - Isso não arde.

- Arde sim - Maraisa resmunga tentando afastar as minhas mãos.

Reviro meus olhos e continuo limpando os machucados que aos poucos estão cicatrizando, Maraisa reclama o tempo inteiro, arrancando gargalhadas da minha boca.

- Se você não tivesse ido contra o perigo não teria se machucado - Falo selando nossos lábios - E estaria bem.

- Eu só queria descobrir quem está por trás de tudo isso.

- Eu sei, mas não vai sozinha, pode acontecer algo pior e eu não quero te ver machucada.

- Se eu conseguisse achar o culpado, poderia denunciar e depois encontraríamos a sua família.

Sorrio fraco quando ela fala sobre a minha família, principalmente porque Maraisa é a pessoa mais engajada a me ajudar, talvez a única. Continuo cuidando da morena e eu vejo Maraisa ficando pensativa e isso me incomoda um pouco.

- O que você está pensando? - Pergunto curiosa.

- Quando... quando você achar a sua família... você vai me deixar aqui?

Abro a boca para responder e não consigo dizer nada, porque eu não tinha pensado no que iria fazer com Maraisa após achar a minha família, até porque reencontrá-los ainda é um sonho distante.

O Leilão || Malila.Where stories live. Discover now