Cap 44- História e Ymir- parte 1

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Alguns dias atrás...

Após Ymir sair apressadamente do meu carro, ela entra em casa e se dirige apressadamente ao seu quarto quando seu pai a vê.

Pai da Ymir: Onde você estava, hein?!

Ele fala meio desajeitado, com várias bebidas ao seu redor e maços de cigarro vazios.

Ymir para no meio do caminho, visivelmente nervosa. Ela não esperava seu pai em casa, já que geralmente ele voltava tarde nos fins de semana.

Ele se levanta do sofá, indo em sua direção cambaleando com uma garrafa na mão. Ele para de frente pra ela, colocando a garrafa em cima de uma mesa que tinha ao seu lado, e a olha de cima a baixo.

Pai da Ymir: e que roupa é essa? Desde quando você usa esse tipo de roupa?

Ymir: não é da sua conta!

Ela o empurra e segue até seu quarto, mas ele a puxa pelo braço, jogando-a no chão com tanta força que a faz bater a cabeça na parede.

Pai da Ymir: quem você pensa que é pra virar as costas pra mim dessa maneira?!

Ele parecia visivelmente alterado

Ymir, atordoada e com lágrimas nos olhos, tenta se recompor enquanto seu pai continua a confrontá-la.

Pai da Ymir: você é igualzinha a puta da sua mãe, se acham melhor que eu

O rosto de Ymir enrubesce de raiva e dor emocional ao ouvir as palavras cruéis do pai. Ela, então, levanta-se com determinação, encarando-o com olhos decididos.

Ymir: Não ouse falar assim da minha mãe! Você não tem o direito!

O pai da Ymir, ainda alterado, avança na direção dela, gritando:

Pai da ymir: agora você está corajosa, não é? Deveria ter ficado calada como sempre faz! Agora você vai aprender a me respeitar!

Ele agarra em seu pescoço, jogando-a contra a parede e sufocando-a. Ymir se debate, tenta falar, mas sua voz não sai. Ela sente o ar fugindo rapidamente de seus pulmões.

Nesse momento tenso, Ymir luta para respirar enquanto seu pai a sufoca impiedosamente. O desespero toma conta dela, e seus olhos refletem pânico. Ela tenta alcançar a mesa que está ao seu lado, onde seu pai havia deixado uma garrafa de bebida.

Ymir, em um ato de desespero, consegue alcançar a mesa ao seu lado e joga a garrafa em direção ao pai. A garrafa atinge a cabeça dele, fazendo-o soltá-la e cair no chão.

Ela corre em direção ao seu quarto e tranca a porta, arrastando seu guarda-roupa para bloqueá-la. O silêncio tenso domina o ambiente enquanto Ymir tenta processar o que acabou de acontecer, buscando um momento de segurança no seu refúgio improvisado.

Ela Fica parada de frente a sua porta, com a respiração ofegante. Ela Escuta um barulho muito alto vindo do outro lado de sua porta que a faz cair no chão. Seu pai estava chutando sua porta.

Pai da Ymir: sua filha da puta! Abre essa merda! Eu vou te matar!

O barulho dos chutes na porta intensifica o medo de Ymir. Ela se afasta, tremendo, enquanto seu pai continua a vociferar ameaças do lado de fora.

Pai da Ymir: Abre essa porta, sua vadia! Você vai pagar por isso!

Ymir se encosta na parede e se encolhe, chorando, enquanto os gritos e os chutes na porta viram segundo plano em sua mente.

Para Ymir, aquilo era só mais um dia, não era algo que ocorresse raramente, seu pai sempre teve esse temperamento, mas naquele dia, foi o único dia no qual ela o desafiou.

Depois que amanheceu, ela ainda permanecia na mesma posição, e o sol batia em seus olhos a fazendo acordar.

Ela começa a tirar seu guarda-roupa da frente e encontra seu pai jogado no sofá com um curativo na cabeça e sangue espalhado no chão. Ela ficou assustada com aquilo e se sentindo culpada.

Ela começa a limpar o chão e a sala onde seu pai estava, colocando um cobertor em cima dele.

Ainda era domingo, e Ymir seguia com os acontecimentos passados em sua mente, revivendo tudo que havia passado com o pai e História. Sentia-se muito preocupada, mas tinha receio de causar problemas mandando mensagem ou procurando a História.

Enquanto continuava a limpeza, os pensamentos angustiantes de Ymir a envolviam. Ela se questionava sobre o que fazer e como lidar com a situação. O medo e a incerteza permeavam sua mente, deixando-a em um estado de constante tensão.

Por fim, ela saiu para comprar almoço para ela e seu pai. No retorno, percebeu que ele não estava mais lá. Guardou a comida na geladeira e seguiu para o quarto, onde comeu enquanto escutava música em seus fones.
No dia seguinte, Ymir se levanta para se arrumar para a escola. Entra no banheiro para tomar banho e nota uma marca enorme e roxa em seu pescoço. Não havia percebido antes, então termina o banho e veste um casaco com capuz para disfarçar a mancha.

Chegando lá, ela tenta manter uma aparência normal, escondendo as marcas visíveis do confronto com seu pai. Durante a prova, foi bem difícil pra ela focar, ainda mais não sabendo como estava História com toda essa confusão.

Após o término da prova, Ymir sai rapidamente da sala e avista História entrando no banheiro. Ela corre até lá. História está parada de frente ao espelho.

Ymir: História!

Ela diz com a voz eufórica.

História vira em sua direção, sua expressão parecia vazia, sem reação.

Ymir: Desculpa por não ter te mandado mensagem, eu fiquei com medo de te causar problemas e pensei em conseguir te encontrar sozinha aqui pra falar com você. Como você está? O que seu pai disse?

Ela chega mais perto de História colocando sua mão sobre a dela, mas História recua.

Ymir a olha com um olhar confuso.

História respira fundo e a olha em seus olhos.

História: Isso foi longe demais, Ymir, e você deve entender. Minha curiosidade ultrapassou limites que eu jamais quis explorar, mas agora estou aqui para encerrar tudo isso. Nossos mundos são distintos, essa barreira sempre esteve diante de nós, indicando que isso nunca poderia funcionar para mim. Sinto muito por tê-la enganado. A única coisa que peço agora é que esqueça tudo.

Ymir: o que você está dizendo?

História: é isso mesmo que você ouviu, eu não irei repetir.

Ymir a olha, mas seu olhar não entregava nada, emoção, culpa ou mentira, era tão vazio que parecia não haver mais uma alma ali.

Ymir: eu não acredito em você.

Seus olhos ameaçavam derramar lágrimas, mas ela tentava se conter.

História: ache o que você quiser, só não olhe nunca mais para mim.

História anda até a porta, mas Ymir segura seu braço.

Ymir: para você, pode ter sido só um "ultrapasso de limite", mas ainda sim, quero que saiba, que todos os meus gestos sempre foram puramente verdadeiros, que todos os meus suspiros são de fascínio, que todos os meus olhares são de admiração e paixão, que todos os meu abraços são de afeição, que todos os meus beijos foram de amor, que o meu "eu te amo" foi de corpo e alma. Não estou com raiva por ter sido deixada, mas sim por você fingir que nunca houve nada.

História solta sua mão de seu braço.

História: tanto faz. Só fiquei o mais longe o possível, eu sinto nojo de você e dessas suas palavras.

Ela sai pela porta, e Ymir fica ali parada, sem saber o que pensar, nem como agir.
Ela sentiu o fragmento que tinha sobrado do seu coração cair tão rápido que a reação agora era inútil.

Love to three- De repente trisal Where stories live. Discover now