Encontros constrangedores pela manhã.

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Xichen abriu a porta no mesmo momento que Cheng abria a sua. Os dois se encararam por alguns segundos. O mais velho avaliou o estado devasso que o colega de quarto se encontrava; havia chupões pelo pescoço e marcas de mordidas que desciam do peitoral até a região da virilha. As pernas também estavam avermelhadas e com marcas de unhas.

Cheng o encarava de volta. O pescoço estava com marcas de chupões e mordidas e os braços e o peitoral desnudo igualmente arranhados. Ele sorriu amigavelmente para o mais velho.

—Bom dia, Lan. — O cumprimentou, o retirando de seu breve devaneio e passando por ele em direção a cozinha.

—Bom dia, Jiang. — Xichen retribuiu ao cumprimento, apressando-se em vestir a camiseta branca de mangas cumpridas. Em silêncio, os dois adentraram a cozinha.

O cozinheiro vestiu o avental e então foi até o armário pegar os ingredientes para fazer a panqueca, enquanto atrás de si, Cheng revirava os armários em busca de algo que matasse a sua fome já que o cereal não daria conta. A noite anterior tinha sido muito, muito cansativa. Ele estava se sentindo nas nuvens! Há tempos não tinha uma noite de sono tão gostosa quanto aquela!

Nada melhor do que uma boa trepada para repor as energias.

—Você parece de bom humor hoje. — Observou Xichen.

—Você também. — Rebateu Cheng, sorrindo ao encontrar pão de forma. Ele rasgou a embalagem e então foi atrás de um prato, em seguida abriu a geladeira pegando a margarina, fechou a mesma e foi atrás de uma faca. — Julgando pelo jeito que o seu companheiro gritava, eu diria que você deve estar mais bem-humorado do que eu.

Xichen fungou uma risada. Alguns minutos depois, já finalizando as panquecas, ele se sentou de frente para o moreno. Ele cortou um pedaço da panqueca e a levou até a boca.

—Você também grita muito, muito alto. Você sempre foi escandaloso assim durante o sexo?

Cheng assentiu lentamente, mastigando demoradamente o pedaço de pão enquanto encarava o homem a sua frente.

—Sim, mas fico surpreso de você ter conseguido me ouvir, já que o seu companheiro parecia estar convulsionando. — E sorriu debochado para o outro que apenas abriu um meio-sorriso, voltando a comer a panqueca.

Os dois encararam-se por um momento, até Cheng quebrar o contato visual, levantando-se da cadeira e caminhando em direção a geladeira procurando pela jarra de suco de framboesa.

Os olhos castanhos percorreram todo o corpo masculino a sua frente. Não havia nada de delicado na aparência de Jiang Cheng. Ele era musculoso e tinha um porte atlético bem definido. Xichen mastigou demoradamente a panqueca, sem desviar seu olhar das costas morenas que estavam marcadas com dentes, ele desceu ainda mais seus olhos até a bunda levemente arrebitada e bem marcada pela cueca samba canção que Cheng usava, questionando-se como seria a sensação de dar um tapa bem dado ali.

Ele se remexeu desconfortavelmente na cadeira, sentindo algo se agitar entre as suas coxas e respirou fundo.

—Vai querer um pouco? — O universitário perguntou, fechando a geladeira com o pé.

Xichen assentiu e Cheng colocou a jarra sobre a mesa, indo a procura de dois copos de vidros limpos. Os olhos castanhos voltaram a devorar indiscretamente o corpo belíssimo a sua frente, demorando-se dessa vez nas pernas grossas do moreno.

Ele tomou um leve susto quando o Jiang, aparentemente alheio as suas encaradas pouco discretas, parou de pé do seu lado e encheu o copo de suco. Ele voltou a se remexer na cadeira, tentando não demonstrar o quão excitado estava com a aproximação do colega de quarto.

A Odisseia de dividir o apartamentoWhere stories live. Discover now