28- HURT

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"Às vezes, a coragem mais corajosa é apenas uma resignação calada a tudo que a vida traz consigo

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"Às vezes, a coragem mais corajosa é apenas uma resignação calada a tudo que a vida traz consigo."

Sylvia Plath


Música Hurt de Jhonny Cash



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Aviso para melhor ambientação pode colocar a música
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Klaus desperta lentamente, sua consciência emergindo do abismo do sono. A percepção do quarto familiar invade seus sentidos: a suavidade das paredes de madeira, os móveis rústicos e a luminosidade filtrada pelas cortinas entreabertas. Cada movimento, cada respiração, parecia causar-lhe uma dor lancinante. Era como se cada parte de seu corpo estivesse exausta, um fardo que ele mal conseguia suportar.

A fraqueza era palpável, uma sensação avassaladora que o deixava prostrado na cama. Klaus tentou se erguer, mas seus músculos latejavam em protesto, como se cada movimento fosse um desafio à sua resistência.

Seu olhar, antes tão firme, agora se perdia nos detalhes do teto acima. A dor se infiltrava em cada respiração, uma lembrança constante dos eventos na floresta. O lobo interior rugia em agonia, como se expressasse a dor que Klaus não podia articular.

A batalha interna que ele enfrentava refletia-se em seu semblante. Cada feição carregava o peso do sofrimento, uma máscara de tormento que ele tentava esconder dos outros. Klaus sabia que, mesmo que estivesse presente em corpo, sua mente estava presa na escuridão daquela floresta, presa nos momentos angustiantes da partida de Lilian.

O quarto, com todos os seus confortos, oferecia pouco alívio à dor que o consumia por dentro. Cada suspiro era como um eco da agonia que sentira ao vê-la partir. A sensação de impotência, a angústia de deixá-la ir, tudo isso se mesclava em sua mente, criando um turbilhão de sentimentos que parecia sem fim.

Ainda deitado na cama, Klaus fechou os olhos, desejando que o descanso pudesse levar embora não só a dor física, mas também a dor emocional que o assolava. Ele se via preso em um ciclo de remorso, a culpa por deixá-la partir se entrelaçando com a sensação de ser indigno de alguém tão especial.

Cada batida do coração parecia ecoar a saudade, uma dor que transcendia o físico e se tornava parte de sua alma. A fraqueza de seu corpo refletia a fragilidade de seu espírito, preso entre o desejo de estar perto dela e a compreensão dolorosa de que tal proximidade traria perigos inimagináveis.

Klaus fechou os olhos novamente, sua respiração lenta e irregular. O quarto, antes um refúgio, agora parecia ser um testemunho silencioso de sua luta interior. Enquanto o mundo ao seu redor seguia, ele permanecia na solidão de seu quarto, envolto pela dor, pela fraqueza e por um sentimento de perda que parecia nunca desaparecer.

A new Angel - KMWhere stories live. Discover now