009. MISTAKES MADE

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Caminhamos em silêncio por um tempo, até que a presença do Ayon não pudesse mais ser sentida.

— Raízes na sombra? — perguntei finalmente.

Kiri soltou um som que não era nem um riso nem um suspiro.

— Ele é fraco para você, Maeve. Sua energia é... pequena. Suga a sua luz, em vez de refleti-la. — Ela falava como se descrevesse uma planta venenosa. — Você não precisa daquela sombra. E eu não gosto de vê-la fingindo que precisa.

— Não estou fingindo — tentei, mas a defesa soou oca.

Kiri parou e me virou para encará-la. Seus olhos pareciam ver através da pele azul.

— Você acha que engana alguém? — ela perguntou, suave, mas implacável. — Você olha para ele, mas não ele. E ele... ele vê apenas o que você permite. É uma dança triste, irmã. E você está perdendo o ritmo da sua própria música.

Por que ela fala de um jeito tão poético?

Ela não esperou uma resposta. Soltou meu braço e começou a caminhar novamente, em direção à verdadeira floresta, longe dos penhascos e das fachadas.

— Venha. Há uma árvore que quer mostrar suas folhas para você. Ela tem coisas mais importantes para dizer do que qualquer garoto.

 Ela tem coisas mais importantes para dizer do que qualquer garoto

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OITO MESES. Oito meses desde que a RDA voltou, e a floresta não tinha mais de paz. A Guerra era constante, vivíamos atacando humanos para roubar suas armas e tecnologias.

O clima entre mim e Neteyam continuava o mesmo

Não nos falávamos. Nos evitávamos completamente. Se ele entrava na clareira, eu encontrava uma razão para estar em outro lugar.

Eu estranhei quando Kiri e Layra me chamaram com um sorriso suspeito e me disseram que tinham encontrado "algumas das anotações antigas da Grace" em uma sala do laboratório abandonado, eu devia ter desconfiado. Mas a mentira era boa. E a parte de mim que ainda era filha de Grace, mordeu a isca. Deixei-me levar.

A sala era uma cápsula do tempo empoeirada, cheia de equipamentos desligados e telas escuras. Mal tive tempo de sentir o calafrio habitual que esses lugares me causavam quando a porta se abriu novamente.

E entrou Neteyam, puxado por Lo'ak e Spider,. Ele parou no meio da sala. Nossos olhos se encontraram, e desta vez não houve como desviar. O choque e a surpresa foram iguais nos dois rostos.

— O que... — começamos a falar ao mesmo tempo, e paramos.

A porta do corredor se fechou com um clique alto. Corremos até ela. Estava trancada. Batemos no vidro reforçado.

Do lado de fora, os quatro traidores estavam parados, rindo da gente.

— O que vocês acham que estão fazendo? — gritei, minha voz abafada pelo vidro.

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