009. MISTAKES MADE

Magsimula sa umpisa
                                        

E então, num movimento lento, virei o braço. Meus olhos nunca deixaram os dele, mas meu braço, meu ombro, minha intuição de anos de treino, se reorientaram. A flecha não foi para a Mali'na. A tensão no arco se liberou com um barulho seco.

Thunk.

O som foi perfeito. Um impacto limpo e profundo.

Eu ainda olhava para Neteyam. Só então, lentamente, desviei meu olhar para o alvo de madeira, a trinta metros de distância, do outro lado da clareira.

A flecha de treino estava cravada. Não na borda, não em um anel qualquer. Estava exatamente no centro do alvo. O coração da madeira.

Um silêncio caiu sobre nossa parte da clareira. Mali'na piscou, confusa, seguindo a trajetória da flecha. Neteyam não se moveu. Seus olhos ainda estavam em mim, mas a expressão havia mudado. A percepção tinha dado lugar a algo impenetrável. Ele não sabia, não podia ter certeza... mas ele sentia. Sentia que aquele tiro não era para o alvo. Que a precisão brutal daquela flecha carregava a intenção violenta que ele tinha visto nos meus olhos.

Baixei o arco com uma calma que era a maior mentira que eu já performara. Meu coração batia como um animal preso numa gaiola. A raiva ainda latejava nas minhas têmporas.

Virando-me para Mali'na com um sorriso que não chegava perto dos meus olhos, disse, com uma voz anormalmente estável:

— Precisão é tudo, não é? Um deslize, um foco errado... e você erra o que realmente importa.

Minha frase era inofensiva. Um conselho de treino. Mas o olhar que lancei para ela, não era. Era um aviso. Um demarcação de território feita de puro ódio.

E então, como se nada daquilo tivesse acontecido, como se meu sangue não estivesse cantando por violência, peguei outra flecha. Desta vez, olhei diretamente para o alvo de madeira. Respirei, soltei.

Thunk.

Ao lado da primeira.

Virei-me e caminhei para a longe. Deixei Neteyam, Mali'na, a mensagem estava dada, para quem soubesse ler. E para mim mesma, a lição era clara: o perigo que eu representava não era só para Jake Sully. Era para qualquer um que chegasse perto daquilo que, num acesso de loucura possessiva, eu tinha decidido que era meu.

E o mais assustador? Foi fácil. Apontar, quase atirar, e depois disfarçar com perfeição. Foi a coisa mais fácil que fiz o dia todo. Isso sim era um treinamento que tinha entrado na minha alma.

Agora, eu precisava de barulho pra abafar o rugido dentro de mim, de algo frio pra apagar o fogo no meu peito.

O riacho era pequeno, escondido entre raízes gigantes. A água cantava baixo sobre as pedras. Respirei fundo, tentando expulsar a imagem da Mali'na tocando Neteyam, mas ela só ficava mais nítida. Os dedos dela. O sorriso dele. A passividade dele.

Foi então que ouvi passos atrás de mim, leves, hesitantes.

— Maeve?

A voz era do Ayon. Calma, um pouco preocupada. Normalmente, a presença dele era um alívio, uma coisa simples. Agora, era só mais um ruído. Mais uma pessoa invadindo meu espaço caótico.

Não me virei. Continuei olhando para a água, os punhos cerrados ao meu lado.

— Não quero conversar, Ayon.

— Você saiu da clareira que nem um Palulukan raivoso. O que aquele tiro foi, Maeve? — Ele se aproximou, parando a meu lado. Conseguia sentir o calor do corpo dele, a tranquilidade dele que me irritava profundamente. Por que ele não estava furioso? Por que ele não sentia essa coisa preta e venenosa dentro do peito?

Naabot mo na ang dulo ng mga na-publish na parte.

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